O belíssimo Castelo Prince.

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Acordei novamente às 11 da manhã e Severus ainda dormia. Eu poderia sair daquela posição, levantar e ir para outro lugar… Mas não tive coragem. Severus, que ainda me abraçava, dormia tão tranquilamente. Ele parecia precisar de mim nesse momento, da minha presença ao seu lado. Por isso fiquei lá, enrolando na cama esperando-o acordar. Na verdade não é tão difícil fazer isso, eu consegui pensar em várias coisas como o fato de que é Natal e eu não comprei nenhum presente para Severus. Mas eu também não tive a oportunidade de sair do Largo Grimmauld então… 

Eu aproveitei esse momento para admirá-lo, mexi em seus cabelos e senti a protuberância das cicatrizes que ele tem no ombro. 

Severus levantou a cabeça e me encarou com seus típicos olhos pequenos quando acordou, mas mesmo assim eles eram firmes e cautelosos. Sentia que seu olhar tocava diretamente em meu coração. 

— Bom dia, querido. — falei.

— Grey… — Ele subiu um pouco e me encarou nos olhos, ainda abraçava a minha cintura com um dos braços. Senti a mão dele entrar por debaixo da minha camiseta e tocar minha pele diretamente de uma forma um pouco abusada. — Bom dia, querida.

Eu beijei sua testa.

— Dormiu bem? — Perguntei.

— Sim… — Ele respondeu. — Acho que acabei te prendendo aqui, não foi? 

Ele se referia ao fato de estar abraçado a mim.

— Tudo bem, eu poderia ter saído… mas não quis.

— Não quis? — ele disse.

Narrador:

Grace riu.

— Eu até levantei um pouco…. Mas seus cabelos estavam implorando para que alguém ficasse aqui os acariciando. Não pude resistir. — ela disse 

Severus deu um sorriso de canto.

— Vamos comer alguma coisa? — Ele perguntou.

— Claro.

Os dois se levantaram, Snape foi escovar os dentes e Grace, que já tinha escovado os dentes desde cedo, tomou um banho — ela não estava acostumada a dormir até tarde, então fez isso para despertar. Logo depois Snape foi para o chuveiro… Isso o ajudava a descansar depois de uma noite de dor e agonia. Em seguida eles foram para a sala de jantar.

— Como vai, Amy? — Severus perguntou ao avistar a elfa.

O homem usava um casaco longo e quente  com uma camisa branca clássica, uma calça social estilosa e os sapatos muito bem engraxados.

— Muito bem, meu senhor. — ela respondeu animada. — Aqui está o jornal de hoje.

A elfa o entregou a Snape, que afirmou com a cabeça como agradecimento.

Severus e Grace foram servidos, a magia fazia a comida aparecer em um passe de mágica como sempre. 

— E então, como andam as coisas? Eu não tenho muito acesso ao mundo exterior. — Grace disse.

— Vão de mal a pior. — ele suspirou. 

— Bom… Ao menos você está tendo um tempo de descanso. 

— Dumbledore não queria me dar esses dias de descanso, só o fez porque insisti.

— Ele não queria que você descansasse? 

— Ele queria que eu passasse 3 dias de folga em Hogwarts. — Snape disse. — Não gostou muito de eu ter vindo para cá.  

— Dumbledore, é? Ele pode ser bem inconveniente quando quer… — Grace falou.

— Sim… 

Os dois comiam torradas com geleia enquanto conversavam. 

— Você já deu uma volta pelo castelo, Grey? 

— Não… Só vim cumprimentar os elfos e voltei para o quarto com você. 

— Posso mostrar para você? —  Snape falou.

— Eu aceito seu convite. — ela riu.
 
Quando terminaram de comer, Grace foi até seu quarto e se agasalhou bem. Ela usava luvas e um cachecol. Snape fez o mesmo. Perto da saída do castelo, o homem ofereceu seu braço a Grace e eles caminharam lado a lado por aquele jardim imenso pintado de branco por conta da neve.

— Os elfos não me explicaram as flores… — Grace falou de repente.

Um breve silêncio ficou no ar.

— Você disse que gostava, então eu pensei que… — ele ficou sem jeito. 

— Ficou lindo, meu amor. — A mulher disse olhando-o nos olhos, entendo o motivo dele ter feito aquilo. — E quanto aos gatos?

— Eles não aparecem no Natal já que eu não costumo passar as férias em casa, devem estar em algum lugar da cidade se protegendo do frio… Não sinto o cheiro deles.

— Entendo… Devo dizer que você tem muito bom gosto, as flores ficaram lindas.

— Os elfos escolheram as espécies, eu apenas pedi que tivesse uma sequência. — Snape respondeu.

— Esses elfos são incríveis, eles ficam tão fofos com aquelas touquinhas.

— Sim, eles são… — o homem disse.

Os dois caminharam por um tempo, até chegarem a uma cobertura clássica em formato circular. Lá eles se sentaram por um tempo.

—… O que acha do Castelo no inverno? — Snape perguntou.

— É belíssimo. Eu amo neve, me faz lembrar de você. — A mulher riu.

O homem a encarou.

— Algum motivo em específico? — ele perguntou.

— Não sei… Apenas me lembro de você. 

Snape aproximou-se dela e a beijou, seus lábios gelados se esquentavam com o atrito. Era um beijo calmo e profundo e ele levou uma de suas mãos até a cintura da mulher. O homem a puxou para mais perto e a mão na cintura dela ficou mais firme. O beijo se tornou mais agressivo. Quando se separaram eles se olharam nos olhos.

— Vou te mostrar o resto do castelo… — Snape se levantou e deu sua mão a Grace.

O casal voltou para o calor do castelo e Snape passou a mostrar e falar sobre as mudanças que fez para Grace. Por mais que não demonstrasse apenas o fato de se sujeitar a fazer isso com a mulher já mostrava o quão entusiasmado ele estava. Severus mudou as luzes, a decoração e colocou cortinas claras nos cômodos mais abertos — Mas os blecautes pretos continuaram no mesmo lugar, claro.

 Outra coisa que chamou a atenção de Grace foi o fato de que a quantidade de lareiras parecia ter aumentado. Antes tinha uma na sala, outra na sala de jantar, no laboratório e na cozinha — provavelmente no escritório de Snape também, mas Grace nunca entrou lá então ela não sabe— … Agora todos os quartos tinham uma, até a biblioteca. Aliás, a biblioteca estava mais bela ainda. Uma decoração clássica preenchia o local, os tapetes verdes agora eram mais fofos e receptivos e tudo parecia mais mágico.

— Uau… Ficou realmente incrível.

— Achei que gostaria… — Severus disse sem olhar para Grace. — Se sente em casa?

— Eu sempre me senti em casa, Severus. Não é o ambiente em si… é você, querido. Mas ficou espetacular, agradeço por ter feito isso por mim. Eu amei. 

— Que bom. — Ele falou. As palavras de Grace pareciam ter o deixado mais seguro.

— Mas para que tantas lareiras pela casa? — Ela perguntou.

Snape ficou quieto.

— Venha comigo um instante, Grey. — O homem foi na direção da porta e ela o acompanhou.

Eles subiram e foram para o quarto de novo. Snape fechou a porta. Ele levou Grace até a lareira de seu quarto e acendeu o fogo com dois acenos de varinha. O homem tirou seu casaco e o colocou em um cabideiro de chão, Grace fez o mesmo. E então eles ficaram em frente a lareira.

Sweet Blood.Where stories live. Discover now