Dama-da-noite.

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Narrador:

O frio ainda preenchia os ares do castelo, mas essa não era a realidade Grace que repousava nos braços quentes de Severus. Ao fundo, a lareira ligada mantém o local mais aconchegante e deixa o clima bom para uma tarde na cama com carinhos. Mesmo Snape, que nunca foi de gostar de contato, tinha de assumir que aquilo era reconfortante. Para alguém que recebeu demonstrações de afeto pouquíssimas vezes na vida, isso era muito importante. Snape via Grace com outros olhos, olhos de admiração e cuidado, e sempre que faz isso ele percebe o quão louco é por essa mulher.

Grace sabia bem que a melhor coisa era estar ali, com o homem que ama, aproveitando o momento com carinhos e beijos… Ela não poderia desejar algo melhor. 

— É pedir demais que todos os meus dias sejam assim? — Grace disse em um tom suplicante e preguiçoso.

Snape não soube como responder, apesar da pergunta simples a resposta exigia uma reflexão exagerada e traria seus problemas à tona. Era difícil para ele ser otimista diante do destino que o aguardava e mais difícil ainda se deparar com o fato de que em algum momento ele e Grace estariam separados. Por sorte o homem não teve muito tempo para refletir sobre isso.

— Sabe, eu sempre te achei interessante… — Grace falou de repente. Ela riu.

Severus se virou para ela encarando-a nos olhos, ambos usavam os anéis do dia anterior — o presente de Natal. Ele deu um sorrisinho de canto enquanto observava Grace.

"Com seu terno longo, esse jeito misterioso… Eu gosto."

— Seu cheiro sempre esteve em meus pensamentos mesmo que eu tentasse evitar. — Snape disse, buscando seguir a mesma forma como Grace falava.

— O inverno me lembra você… Já disse isso, não é? Pois então, essa agora é minha estação preferida. — A mulher disse convicta.

Snape levantou uma sobrancelha. Ele queria dizer algo agradável a ela também, mas isso era tão difícil para alguém como ele.

— Eu estou longe de ser o inverno… É tão calmo e claro… — Ele olhou para a janela, um pequeno montinho de neve se reunia na protuberância dela até chegar ao vidro. Por um momento ele sentiu o peso de não saber o que dizer para ela, se sentiu mal por ter tanta dificuldade em se expressar. 

— Eu não penso assim… 

— Você é muito gentil, querida… Eu sou mais como… um breu total, como a escuridão. — Snape se lamentou e isso o levou a pensamentos ruins novamente. 

— Se você é aescuridão, então sou sua dama-da-noite... Mas a verdade é que pra mim você brilha, Severus… Você fez meu olhos enxergarem cor.

Ele se sentiu sem jeito diante do elogio, mas não pode deixar de ficar lisonjeado.

— … A mim você remete a primavera. — O homem disse de repente e pensou um pouco antes de continuar sua frase. —… Eu gostaria que todos os dias fossem primavera… então eu sentiria que você sempre estaria por perto. 

Ele ficou um pouco sem jeito de novo, mas Grace adorou. Ela o encarava enquanto ele olhava para os lados na tentativa de recuperar a compostura, Grace fazia carinho nos cabelos de Snape e isso o relaxava. Severus a olhou profundamente de novo, suas pupilas dilataram — nessa altura do campeonato Grace sabia que essa dilatação não ocorria só por conta de seu sangue.

A mulher se aproximou e deu um leve beijo nos lábios do homem que levou sua mão até o rosto dela e aprofundou o beijo.

Grace sorriu, isso sempre faz com que o peito de Severus fique quente.

Sweet Blood.Where stories live. Discover now