Dignos de amor.

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Severus e Grace se sentaram à mesa novamente e terminaram seu café. 

— Grey… se importa se eu te analisar depois? — O homem perguntou.

— Não, querido, é até bom na realidade…

— Está se sentindo estranha? — Ele a encarou, parecia um pouco preocupado.

— Não sei… Acho que só não estou acostumada com isso. — Grace olhou para as próprias mãos.

Snape levou suas mãos até o cabelo da mulher e passou a massageá-lo. 

— O que está sentindo, meu bem? — Ele perguntou enquanto sua mão ia do cabelo a lateral do rosto dela. 

— Tudo parece diferente, é como se algo tivesse destravado… Como se alguma névoa cobrisse tudo antes… 

Snape ouvia atento. 

— E isso é ruim? — O homem perguntou.

— No momento não… É até bom… 

— Quer dar uma volta no jardim para esfriar a cabeça? — Depois de um breve silêncio, Severus perguntou.

— Por favor, acho que merecemos depois de tudo isso… Dumbledore consegue ser irritante quando quer.

— Você quis dizer quase sempre? — Snape resmungou. — Grey… — Ele assumiu um tom sério.

— Sim? — Grace disse ao perceber que ele ficou um tempo em silêncio.

Snape parecia sem jeito.

— Lembra do que te disse na noite passada depois de dançarmos?

— Sobre nunca ter amado nada nem ninguém da forma como me ama? — A mulher o olhou amorosa.

Snape confirmou com a cabeça.

— Quero que saiba que é a mais pura verdade... Eu sou um comensal, infelizmente não posso apagar meu passado. Sei que não te mereço e que não sou uma boa pessoa, mas você me faz melhor. — Ele parecia meio pausado ao falar. — É importante que saiba disso, Grace. — Seu tom estava muito sério.

— Para mim o que importa é o seu esforço para ser melhor e eu posso ver que está fazendo efeito. — Grace falou gentilmente, mas algo no olhar de Snape a indagava. Era como se ele quisesse lhe passar alguma mensagem com tudo que disse. — Eu amo você, querido, e isso é o que importa.

Snape confirmou com a cabeça e deu um fraco sorriso de canto para tranquilizá-la. 

— O que eu quero dizer… é que ninguém me tocou da forma como você fez. Nada se equipara a isso, Grey. — Ele segurou a mão da mulher e a levou até seu rosto. 

Grace o beijou. 

— Meu amor, não existe coisa melhor do que te tocar. — Grace o acariciou e Severus deitou o rosto em sua mão. — Ei, não vamos deixar Dumbledore nos desanimar, certo? 

— Certo. 

Ela o beijou outra vez.

— Agora eu preciso te examinar. — O homem falou.— Estou sentindo seu cheiro mais forte ainda.  

— Certo, vamos para o laboratório? 

— Sim.  

Os dois foram até o laboratório e Grey se sentou em uma cadeira.

— Me deixe ver suas mãos, querida. — Ele pediu.

Grace estendeu as mãos, estavam perfeitamente bem. Severus passou seus dedos levemente na palma da mulher e isso lhe causou cócegas, mas nada aconteceu. 

Sweet Blood.Onde histórias criam vida. Descubra agora