War of ruined · jikook [ABO]

[21] Wanting protection is not a sign of weakness

Sua cabeça estava uma bagunça. Havia tanto a se pensar, tanto a se discutir, que tudo simplesmente se transformava em uma avalanche, prestes a desmoronar sobre si.

Havia descoberto mais sobre seu próprio pai e, honestamente, não sabia muito o que dizer a respeito. Era uma situação desconfortável que, por hora, deixaria cair em esquecimento.

As vezes, só gostaria de saber o que realmente aconteceu e se sua mãe também estava envolvida em toda essa loucura. No fundo, Jimin sempre soube que, enquanto dormia, algo acontecia bem debaixo de seu nariz, mas era incapaz de enxergar na época.

A visão do grande herói que tinha do pai vinha definhando a cada segundo, massacrada pelos devaneios e descobertas. Ah, sentia-se tão mau próximo de Seokjin, sabendo os motivos da morte do progenitor deste, sem poder contá-las pois temia por sua integridade.

E sem perceber, agia de modo egoísta.

Escondia segredos do passado e informações cruciais do amigo, mantendo tudo preso dentro de si, engolindo tudo para o interior de sua alma. Irredutível. Ninguém tiraria aquilo de si, nem mesmo sob tortura física ou mental. Revelar aquela bomba traria problemas para sua carreira no exército, e ainda acabaria com sua amizade de anos, quebraria a confiança da única pessoa importante e amada que restou em sua vida.

Aquilo era um inferno. Quando pensou estar se livrando de um peso, outro aparecia, se jogando sobre suas costas sem um pingo de delicadeza, afim de vê-lo no chão, de joelhos, sem mais forças para prosseguir. Deus ou seja lá quem esteja no comando do universo, com toda certeza, o odeia ou, no mínimo, adora assistir suas dores.

Sozinho em seu escritório, por mais uma exaustiva tarde, Jimin retirou um tempo para pensar, para colocar a cabeça no lugar e alinhar seus pensamentos. Aproveitaria de sua própria companhia, como há anos não fazia; deveria e passaria a confiar mais em sua pessoa, pois no final de tudo, seja qual for a resolução de seus problemas, só restará ele e ele mesmo.

Um cigarro preso nos lábios carnudos era o suficiente para sanar parte de sua insatisfação, e quando aceso, parecia fazer maravilhas. O sabor da nicotina caindo em seu paladar, a fumaça escapando por suas narinas e os olhos fechados a repousar. Era bom, a sensação de estar se matando aos poucos, de estar massacrando seus pulmões com uma válvula de escape temporária.

Suspirou, mordendo a bituca que mantinha a restante da cigarrilha intacta em sua boca, antes de tragar mais uma vez e ingerir aquele conteúdo prejudicial a sua saúde. Ao fim, depois de torrar um pouco de seus neurônios e dar-se por satisfeito, apagou o que sobrou no cinzeiro e jogou na lixeira ao lado de sua escrivaninha.

Tudo a tempo de não ser pego por alguém que bateu de repente em sua porta, e foi recebido pelo mais duro silêncio. A primeira pessoa que passou em mente foi Jeongguk, já que este tenente, em especial, parecia buscar sempre por sua companhia. Mas logo constou não ser ele, pois se fosse, já teria aberto a porta e revelado seu rostinho bonito com aquele maldito sorriso charmoso nos lábios.

— Jimin? Está ai? — a voz grave e de entonação levemente rouca soou através da porta, e logo reconheceu-a.

— Ah, Taehyung — murmurou um "ainda bem que é só você" baixinho ao fim de sua fala, enquanto arrumava a postura na cadeira onde estava sentado. — Entre!

A maçaneta girou devagar e a porta se abriu, somente o suficiente para o corpo grande do alfa passar, sendo fechada atrás dele em seguida. Os fios loiros de seu amigo parecia mais compridos do que se lembrava, e começava a cair sobre os olhos gateados. Isso fez Jimin perceber que fazia um certo tempo desde a última vez em que falou com ele, e que andou evitando-o sem querer.