[10] Hate, anger and irritation

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O lúpus pode notar os efeitos que suas ações causaram no Jeon, era um misto de diversão e excitação. Isso conseguiu deixá-lo mais irritado, pois não estava acostumado com as pessoas levando suas palavras na brincadeira. Geralmente elas apenas obedeciam ou tremiam de medo.

Levado por uma onda de frustração que atingiu seu emocional, ele rapidamente se retirou do local, piscando os olhos um tanto atônito. Seokjin, que observava tudo em seu mais genuíno silêncio, seguiu o amigo, preocupado e cheio de questionamentos para fazer.

—Jimin, meu Deus, o que foi isso?! — o questionou, enquanto acompanhava seus passos pesados em direção ao pátio.

—Aquele... aish! — parou de andar e se virou para o Kim. —Como aquele maldito pode ser de Daegu? Me recuso a acreditar!

—Eu não sei, Jimin. Não me avisaram sobre nenhuma transferência mesmo eu sendo o general, também estou confuso — cruzou os braços, observando a expressão de ódio que se passava no rosto dele.

—Eu vou quebrar esse maldito no meio se ele me provocar — gesticulou com as mãos como se estivesse mesmo quebrando algo.

—Se acalme um pouco, por favor.

—Eu to tentando! — exclamou e voltou a caminhar, deixando Seokjin para trás.

O moreno suspirou, e bateu a mão contra a própria testa, vendo o ômega se afastar raivoso com suas narinas quase fulminantes.

—Não importa quanto tempo passe, você nunca muda... — comentou sozinho, parado no lugar.

Jimin não sabia explicar ao certo porquê estava tão puto, talvez olhar na cara daquele alfa que lhe fez ruborizar e se ver em uma situação embaraçosa pela primeira vez em anos, conseguiu deixá-lo irritado.

Ele só queria não ter que olhar na cara do filho da mãe, porém agora isso seria impossível. Veria o maldito todos os dias e sempre sentiria vontade de pisar na cara dele até aquele rostinho bonito desaparecer.

Quando se deu conta, já estava no pátio, sentado em um dos bancos enferrujados e observando o cenário branco e belo. Conseguia encontrar uma calmaria do além perante tal paisagem. As vezes sentia que sua mãe havia se unido as gotículas de água que se transformavam em pequeninos flocos de neve assim que se foi, pois sempre se sentia confortável com o inverno e os efeitos que vinham junto dele.

Tinha total consciência sobre o quanto isto poderia atrapalhar no campo de batalha, mas estava pouco se danando. Iria usar ao seu favor e botaria o exército de Seul para correr, estava determinado a o fazer.

—Pensativo outra vez? — ouviu a voz grave, e agora irreconhecível de Taehyung.

—Pra não perder o costume — sorriu de canto, vendo o loiro se aproximar e se sentar ao seu lado. —Como vai?

—Cansado... você pegou pesado hoje — respondeu, suspirando.

—Se eu não pegar pesado vocês não aprendem.

—Tem razão — concordou, sem argumentos para o contrariar. —E você está bem? Parece incomodado com algo.

—São só besteiras minhas — resolveu não enchê-lo com seu probleminha que sabia ser idiota demais.

—Sou seu amigo, capitão — diz o alfa. —Pode me contar suas besteiras, não é isso que amigos fazem?

Park o olhou por alguns segundos e não resistiu em apertar-lhe as bochechas. Taehyung se assustou um pouco, mas logo soltou um riso baixo e divertido.

—Um idiota, que por acaso eu conheci naquele bosque próximo a saída da base — apontou para a região. —Foi transferido para o nosso exército. Ele é o 1° Tenente de Daegu, mas aparentemente o nosso estado aliado quis nos presentear com essa desgraça.

—Ah... você não gostou dele?

—Odiei! — exclamou fazendo uma careta de desgosto, vendo o mais novo rir.

—Quero só ver na onde isso vai dar.

—Vai dar na morte dele depois de eu enchê-lo de porrada! — diz socando o ar, fazendo Taehyung gargalhar outra vez.

E acabou por alí, os dois terminaram aquela conversa com um silêncio confortável. A quietude que se seguiu foi relaxante, ambos observavam a beleza daquele cenário com suas respirações suaves, que não deixavam de condensar no ar e causar aquela breve nuvem.

—Eu gosto disso — o loiro comentou baixo. —Estar assim com um amigo é uma sensação muito boa, o nosso silêncio não é constrangedor.

Jimin apenas sorriu de canto, com a expressão leve e calma, algo incomum de se ver. Ele levou a destra lentamente até a nuca do mais novo, onde acariciou e beliscou de leve.

—Me prometa uma coisa — pediu, sentindo o olhar do outro cair sobre si. —Não morra na guerra — virou o rosto lentamente, olhando-o nos olhos. —Mesmo você sendo um alfa, uma classe que muitas vezes eu desejo que morra, não quero isso de ti.

—Por que está me pedindo isto?

—Porque sim, seu boboca — cruzou os braços e desviou o olhar, enquanto fazia um beiço adorável nos lábios sem nem perceber.

—Tudo bem, eu prometo — assentiu sorrindo.

[...]

A bebida havia tirado de si a coisa mais sagrada: sanidade. Dizia coisa com coisa e não se recordava do caminho de casa. Era para ser apenas uma noite entre dois amigos, bebendo e jogando conversa fora.

Jimin só não esperava que Taehyung fosse tão cachaceiro quanto a si, e que o desafiasse a várias rodadas de soju até algum deles ceder ou vomitar. Apesar da sua alta tolerância a álcool, já estava completamente louco e provavelmente dormiria na calçada daquele bar.

Deus, seria uma vergonha tão enorme para ele e o restante do exército.

Passava das duas da manhã quando desistiu e decidiu ir embora. Se despediu do loiro com um abraço desajeitado e iniciou seu rumo até onde achava ser sua casa.

Não possuía mais nenhuma noção do tempo no momento, mas tinha quase certeza que gastou mais de meia hora na rua, tentando de algum jeito chegar a onde queria. E sem escolhas, se sentou na calçada de uma pracinha que nunca nem viu na vida.

Uma sonolência perturbadora o atacou de repente, obrigando-o a fechar os olhos e ressonar baixinho. Tão vulnerável daquela forma, nem parecia que botava o terror em centenas de alfas todos os dias o dia todo. Porra, nunca mais beberia na vida se dormisse na rua!

Jimin não soube explicar se Deus de fato existia e de repente resolveu sentir pena de si e o ajudar, pois antes do último resquício de consciência se apagar, sentiu braços fortes o pegar no colo. E de uma maneira bem estranha, seu lobo interior não se sentiu ameaçado com aquilo, mesmo sem fazer ideia de quem era.

(N/A)

Olha quem deu as caras depois de quase um mês

Eu sou muito sem vergonha mesmo, meu deus kkkk

Gente, esse capítulo eu dei uma revisada bem rápida pois estou com a agenda e a cabeça muito cheia

Então se encontrarem algum erro ou qualquer coisa do gênero, foi graças a isso

Beijos, amo vocês e não desistam de mim por favor 💕

War of ruined · jikook [ABO]Where stories live. Discover now