War of ruined · jikook [ABO]

[18] Discoveries

“Omega force”.

Seus dedos eram rápidos no teclado do notebook, mesmo fazendo alguns bons anos desde a última vez que teve contato com alguma tecnologia como aquela ou acesso à internet. Eram poucos os que tinham esse privilégio, geralmente, familias mais ricas e influentes costumavam ter; Jimin não era rico nem influente, mas tinha seus contatos.

Ele necessitava saber mais sobre o tal movimento que Seokjin havia citado há dois dias, estava ansioso e um pouco nervoso em saber o que encontraria caso pesquisasse na internet. Nunca ouvira falar de nada relacionado a "Omega Force", talvez por pura ignorância e falta de conhecimento, mas a forma como seu amigo falou o fez sentir um arrepio na espinha.

A busca no navegador era lenta e isso estava quase obrigando-o a roer as unhas de ansiedade, porém, assim que os resultados apareceram na tela, pôde sorrir realmente aliviado. Alí estava, diante de si, diversas fotos de greves feitas por centenas de ômegas em busca de seus direitos, em busca de liberdade e independência.

Rolou a tela e leu alguns cartazes, com frases dolorosas sobre o sofrimento que eram obrigados a viver todos os dias, ou os horrores de uma sociedade que exigia a submissão ômega, como se não passasem de objetos de procriação ou sexual.

Jimin sentiu lágrimas se acumularem no canto de seus olhos. Estava tão emocionado, tão tocado e tão dolorido. Os ômegas de Daegu, graças a liderança de Min Yoongi, estavam em busca de igualdade e respeito, esperava ansiosamente que um dia o movimento chegasse até Busan, certamente seria sua chance para tomar alguma atitude.

Por enquanto, infelizmente, não podia. Por dezenas, não, centenas de motivos; entre elas se devia ao fato de ser o comandante do exército que se preparava para uma guerra eminente, esta chegaria no momento em que Seul decidisse atacar. Bastava tentar levantar a bandeira do Omega Force que já perderia seu emprego, sua fonte de renda e se duvidasse, acabaria sem uma casa, já que aquela, na qual residia não pertencia completamente a si, mesmo sendo deixada de herança por seus pais.

Ômegas não podiam comprar terras ou residências; se caso fosse-lhe deixado como herança ou dado-lhe de presente, ao menos 60% da propriedade pertencia ao governo. E sim, isso significa que, se caso alguém estiver interessado no lugar, o governo tem o direito de despachar um ômega de sua própria casa e vendê-la para outra pessoa.

Aquilo era, sem sombra de dúvidas, um absurdo inadmissível. E como dito anteriormente, Jimin sentia uma vontade gigantesca, quase dolorosa de lutar contra todas essas injustiças direcionadas a sua classe; mas não podia, ou acabaria ficando sem emprego e na rua, e sua vida acabaria incerta. Talvez acabasse se tornando uma prostituta, e a prostituição sempre acabava em morte.

Assassinato, suicídio, overdose...

— Eu preciso conhecer Min Yoongi — ditou, rolando a tela do notebook e lendo o pouco que tinha sobre o movimento na internet.

Nem todos os blogs que encontrou viam aquilo de forma positiva, obviamente, tendo sido descritas por alfas, não poderia se esperar menos. "Yoongi é só mais um ômega frustado que não encontrou um alfa bom o suficiente para domá-lo", "Esse movimento é um absurdo extremista", "Liberdade? Cuidar dos nossos filhos não é o suficiente? Eles nasceram para isto".

— Ah, vai tomar no cu — xingou, entrando nos comentários e lendo um monte de absurdos e coisas nojentas. — Vou comentar... — sorriu com ódio, estralando os dedos e se preparando para digitar.

Park Jimin:
Vou te mostrar para o que a gente realmente nasceu depois de arrancar todos os seus dentes, fazer uma sopa com eles e te obrigar a engolir tudo depois.

Seu sorriso aumentou ao apertar enter e enviar o comentário, sentindo-se bem mais leve depois de xingar um alfa de merda na internet. Claro, sentiria-se ainda melhor se tivesse quebrado a mão do sujeito que ousou escrever e postar um blog tão medíocre e nojento. A violência poderia realmente não ser a solução para tudo, no entanto, tudo o que presenciou desde o dia em que nasceu foi violência, ofensas, assédio e agressões contra ômegas que sequer tinham como se defender.