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GABE

Junho/2021

Vinte e três anos.

Meu aniversário chegou, eu recebi ligações dos meus amigos, do meu irmão, minha cunhada e meu sobrinho, até do meu ex, mas não do meu pai.

Ele não lembrou ano passado também e não fico chateada porque desde que minha mãe morreu ele parece ter perdido toda noção de tempo.

- Anda Jana! Não temos a noite toda. - Grita enquanto ela se troca, nós combinamos as sete com os outros.

Ela, Travis, eu e mais atores do elenco e outros membros da equipe vamos a um boliche bar. Queria sair, mas não ir para balada, então pareceu uma boa opção. E também temos que voltar para casa cedo porque amanhã tem gravações.

Normalmente eu iria a um karaokê, mas continuo com bloqueio para cantar.

Enquanto Jana ainda enrola respondo alguns posts de parabéns no Instagram, alguns de amigos, e vários de perfis dedicados a mim ou a série já. Curto alguns.

Venho tentando ser mais ativa e também comentar, curtir, seguir de volta no Instagram e no Twitter. Parece uma forma de retribuir um pouco o carinho que eles já tem por mim.

- Esperou muito?

Jana está arrasando, como sempre. Puxo o braço dela juntando ao meu. - Uma eternidade, mas valeu a pena para ver essa beleza.

- Você infla meu ego.

Nós duas deixamos o camarim e caminhamos pelo corredor até irmos para a saída dos estúdios. Todos estão lá fora já se organizando para dividirem o carro.

Estou numa rodinha com os outros quando alguém toca meu ombro. Me viro para olhar e encontrar Simón.

- Tem um minuto?

Nós não nos falamos há dez dias. O episódio três está quase finalizado e as únicas palavras que trocamos foi em cena.

Ainda me dá raiva lembrar que ele pensou e verbalizou que eu estava tendo um caso com Rooney. É ridículo.

- Uhum. - Me afasto do resto do pessoal dando só alguns passos para longe. - Precisa de alguma coisa?

A mão dele se ergue mostrando uma caixa pequena. - Não estamos no melhor momento, mas feliz aniversário. - É a primeira vez que Simón parece inseguro para mim.

- Muito obrigada. - Minha voz sai baixa porque também não sei muito como falar com ele agora. - Não precisava se incomodar.

A caixa ainda está na mão dele, que a olha como se ainda decidisse me dar ou não. - Não estou tentando pedir desculpas com um presente. - É o que ele deixa claro quando coloca em minha mão.

Olho a caixa e mexo no laço dela. - Posso abrir?

- Na verdade não. - A resposta dele não é o que eu esperava. - Se puder esperar até depois do boliche eu acho que é o melhor.

Vou ter que vencer minha curiosidade para isso.

- Tudo bem. Vou guardar até lá.

Me contenho para perguntar se ele não quer ir também, lembro que não o convidamos por um motivo.

- A gente se vê. - Eu vou me afastando guardando o presente em minha bolsa até me afastar totalmente.

O boliche é um momento divertido e de descanso para todos. Até posto alguns stories para compartilhar isso com pessoas que me deram carinho o dia todo.

Sob tantos olhares (Metrópoles #2)Where stories live. Discover now