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GABE

Faltam só duas noites para a estreia da série. Hoje é nossa noite de folga, e amanhã só temos compromisso a tarde, o que significa que podemos sair essa noite.

Vamos dar uma voltas, depois ir para um barzinho e depois a alguma casa noturna. É por isso que estou no bar do restaurante bebendo um drinque antes das sete e meia da noite enquanto espero Travis e Jana. Eles vão me levar para conhecer a noite de Los Angeles.

— Bebendo sozinha?

Minha respiração parece falhar um instante quando estou levando o copo a boca e ouço a voz de Simón.

Olho para o lado para o ver ocupar o banco ao meu lado. Ele veio para o bar sozinho também.

— Esperando a noiva e o noivo. — Resmungo voltando a olhar para o copo. — Qual a sua desculpa?

A mão dele puxa meu banco o fazendo girar em sua direção.

— Sempre bom conversar com contato visual. — Simón banca o esperto. — Vou sair com a minha família, é aniversário dos garotos, eles devem estar chegando a qualquer momento. E antes que fale algo, não vai comprar um presente e sim, nós fazemos aniversário todos próximos.

Reviro os olhos para ele e sorrio — Como todos estão? — Me lembro da noite em que brincamos de mimica. Foi muito divertido.

— Estão bem, talvez você conheça todos pessoalmente se ainda estiver aqui.

Assinto. Isso seria legal. Por falar em legal acabo de me lembrar que eu ia brigar com ele essa manhã.

Mas nós tivemos entrevistas individuais, menos ele e Anne, é claro. A menina dos olhos dele.

Simón me confunde, em um instante ele está falando como Anne é a pessoa mais preciosa do mundo e no outro está tentando falar comigo ou mandando indiretas musicais.

— Você viu o que causou nas redes sociais hoje? — Ao invés de estarmos virados para o bar estamos de frente um para o outro, os joelhos se tocando. — As pessoas estão dizendo que estávamos mandando indireta. Fizeram uma thread no twitter analisando vários fatos desde que nos conhecemos. Tentando desvendar se a pessoa de Seattle que contei na entrevista era você. E voltando aquela foto do beijo no show do Dave.

— Eu causei isso? Você quem começou com a indireta.

Eu recebi a pergunta e respondi com uma música latina que estou ouvindo muito recentemente. Ok que eu estou ouvindo isso por causa dele, porque especialmente ontem ele parecia muito feliz com a Anne.

— Não estava mandando indireta, só desabafando. — Admito a ele, porque eu estou cansada de não ser honesta com os sentimentos que tenho. — Ontem as entrevistas foram difíceis.

Simón assente, como se entendesse, mas ele não entende. Eu fui a pessoa falando lembranças bonitas e o elogiando enquanto ele falava de outra pessoa.

— Nós dois precisamos conversar. — A mão dele ergue tocando meu rosto e eu me sinto idiota por inclinar com o carinho.

— Acho que estamos seis meses atrasados. — Coloco a mão por cima da dele a segurando para a afastar.

— Por favor...

— Simón!

Nós dois olhamos para o lado, a família dele toda está se aproximando do bar. Nós nunca temos mais do que três minutos a sós quando os dois estão com as guardas abaixadas.

Os gêmeos estão vindo na frente, Simón cumprimenta os dois com um soquinho. Alexandra o abraça e depois vem até mim me cumprimentando com um beijinho no rosto. Gosto que ela se sinta a vontade para isso.

Sob tantos olhares (Metrópoles #2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora