Sob tantos olhares (Metrópoles #2)

10

SIMÓN

Uma coisa que percebi é que nesses últimos quinze dias desde o aniversário de Gabrielle pelo menos uma vez no dia eu sinto vontade de a beijar.

Não faço isso porque dá última vez ela me parou, então não vou ultrapassar limites.

— Você deveria ter vindo também. — Gabrielle segue Travis e Jana deixando encostando a bicicleta na parede. — O lago é tão bonito e tem flores de tantas cores.

Agora ela está empolgada com flores coloridas depois de um passeio de bicicleta por Whistler.

Nós viemos passar o primeiro fim de semana do verão aqui, estamos há duas horas de Vancouver. Anne está lá dentro também, com Roxy, Wayne, Doug e Diana, o pessoal da outra série que são seus amigos.

— Amanhã quem sabe. — Respondo enquanto dedilho o violão sentado em uma poltrona.

É uma casa luxuosa que alugamos, tem vários quartos, apenas Roxy e Wayne estão dormindo juntos porque são um casal, e Jana e Gabrielle porque se ofereceram para dormir juntas em uma cama.

Poderia ter sido eu fazendo essa proposta a ela, mas não tenho certeza que aceitaria.

— O que está tocando? — Gabrielle se senta na outra poltrona.

Travis e Jana passam para entrar, troco um soquinho com Travis. Desde que ele me contou a verdade sobre Rooney e foi muito sincero eu simpatizo mais com ele.

— Nada. O papo lá dentro tava chato, por isso dei uma saída.

Os amigos de Anne gostam de diversão e são descomplicados, mas eles também podem ser fúteis, sem graça as vezes, e um tanto inconvenientes.

— Bom, agora a chatice acabou, você tem minha presença. — O violão é puxado de mim. — O que quer fazer?

— Estava pensando em alugar um ATV e dar uma volta. Vai querer sair agora que acabou de voltar?

Ela está de pé antes mesmo de eu terminar de falar. Na maioria dos dias ela tem uma bateria infinita que a deixa animada para tudo.

— Vou avisar que estamos saindo.

A impeço segurando seu braço antes que ela vá para a porta de entrada. Não quero arriscar todo mundo resolvendo ir junto também.

— Manda uma mensagem para Jana no caminho. — Sugiro a Gabrielle.

— Está bem.

Nós temos que caminhar por cerca de vinte minutos antes de estarmos na vila. É uma cidade pequena, mas muito requisitada por turistas.

Tanto que só restam poucos jeeps do tipo ATV para serem alugados.

— Só um, eu vou na garupa. — Gabrielle avisa. — Se eu tentar pilotar isso vou capotar, aí se eu sobreviver Cooper vai querer me matar, e Rooney, e Brayden. Talvez até você.

— Eu não. Só vou rir de você.

Ela se vira me mostrando a língua enquanto pego a chave do ATV e passo o cartão para pagar.

Minutos depois estamos subindo no jeep, ou eu estou subindo sozinho porque Gabrielle está relutante.

— Tem certeza que isso é seguro? E você sabe pilotar, não é?

Estico a mão para ela esperando que ela se sente atrás de mim. — Não vou te deixar cair.

Quando ela segura minha mão e se senta abraçando minha cintura sei que está confiando em mim. Entretanto, não prometi nada sobre não dar emoção ao passeio.