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SIMÓN

Gabrielle está molhada da chuva, e parecendo confusa, mas está aqui parada na mansão onde tivemos esse evento hoje.

— A Anne, ela bebeu um pouco demais, um dos convidados aqui hoje é um cara com quem ela estava saindo e ele trouxe alguém, e na cabeça dela ela queria mostrar que também estava bem. — Eu disparo o máximo de explicação que consigo com medo que em algum momento ela se vire e vá embora. — Ela não sabia que tínhamos nos entendido então só me beijou e... juro que não tem nada, nunca teve, foi ideia de Janeth, Rooney e...

— Tudo bem, eu acredito.

Gabrielle está tremendo pelo frio e eu penso que precisamos encontrar roupas secas para ela. Mas também estou impressionado como foi fácil. Ela acredita, simples assim.

— Acredita?

O ombro dela se levanta. — Anne bebeu, queria chatear alguém, não sabia que estamos bem, e a produção pediu para vocês fingirem algo. É isso? — A voz dela parece tão calma. — Simón, ou eu ia embora e deixava tudo para trás ou voltava e acreditava em você. Estou aqui.

Quando olhei para ela depois do beijo eu vi o quanto ela parecia magoada e achei que tinha ferrado tudo.

Não afastei Anne no beijo, tive que pensar muito rápido no que causaria mais assunto, ela me beijando ou ela me beijando e eu a empurrando?

Fiz uma decisão arriscada. Depois que me beijou Anne começou a se desculpar com pressa, ela parecia envergonhada. Eu a escutei por menos de um minuto antes de correr para fora atrás de Gabrielle.

Vou até ela segurando seu rosto até encostar minha testa na dela.

— Não vou te deixar se afastar mais, eu prometo. — Encosto meus lábios no dela devagar e detenho o beijo lembrando que preciso cuidar dela. A pele dela está gelada. — Precisa se trocar.

— Na verdade, eu quero sair daqui. Preciso entregar a chave do Travis.

Os lábios dela tremem enquanto ela estica a mão para me dar a chave do carro.

Eu a pego e penso em voltar, mas se eu entrar lá de novo terei que responder perguntas, e por mais que eu goste de Anne foi ela quem criou essa situação e ela que precisa agora dar um jeito.

Pego a chave de Travis e entrego para um dos seguranças na porta. — Precisamos ir. Por favor, pode guardar isso até o dono vir buscar em dois minutos? Estou enviando uma mensagem para ele agora mesmo.

Assim que ele concorda envio a mensagem para Travis avisando e então pego a mão de Gabrielle e saio da casa, encarando a chuva das últimas semanas de inverno caindo em Los Angeles.

— E agora? — Gabrielle pergunta quando entra do lado do passageiro.

Nós dois estamos molhados agora. — Agora nós compramos algo para comer e roupas.

Deixo o ar condicionado do carro no quente para nos esquentar um pouco.

— Será que a Anne ficou bem? A atitude não foi legal, mas se é como você disse ela deve estar envergonhada. — Gabrielle é muito gentil, eu não imaginaria que a essa altura ela se preocuparia com Anne. — Vou mandar uma mensagem perguntando como ela está.

— Faz isso, é bom ela saber que não estamos bravos.

Ela assente e abre sua bolsa e pega o celular. — Acho que a chuva matou meu telefone. — A mão dela se ergue mostrando para mim que ele não quer ligar. — Me empresta o seu para eu logar no Instagram e enviar mensagem para o Brayden não se preocupar porque com certeza o Kurt vai dizer a ele que eu saí do brunch do nada e ninguém mais me viu.

Sob tantos olhares (Metrópoles #2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora