Capítulo 1: Amor a primeira vista

32 5 5
                                    

Em um futuro não tão distante... Danielle Rodrigues sempre estava atrasada para o trabalho. Sempre saia as pressas de sua casa. Sempre levava uma bronca de seu chefe, era jornalista, uma excelente profissional, talvez por isso não havia sido demitida. Num belo dia, andava as pressas pela praça e notou algo que prendeu sua atenção... Um senhor, aparentava ter uns 70  anos, sempre estava por ali, sentando no banco da praça, jogando migalhas aos pombos, as vezes jogando dama com outros velhos, ou lendo o jornal. Aquele senhor era vizinho de Danielle.
— Oi. — Disse Danielle.
— Olá, jovem moça. — respondeu o senhor.
Um senhor franzino, mas tinha mais força e saúde do que aparentava.
— Meu nome é Danielle, eu sou jornalista. Se eu não me engano, o senhor é meu vizinho.
— Sim, somos vizinhos tem uns 4 anos. Você sempre me cumprimenta.
— O senhor vive sozinho? Estou  pensando em escrever um livro baseado em fatos reais, também preciso escrever uma matéria sobre a história de vida da 3° idade... O senhor...
— Por favor, não me chame de senhor, meu nome é Renê.
— Me desculpe, Renê. Me parece que tem uma história de vida interessante, e como é meu vizinho... Me ajudaria, Renê?
— Do que você precisa?
— De uma história para contar.
— Passa lá em casa. Amanhã pela manhã?
— Marcado.
No dia seguinte...
— Bom dia, Renê. Eu trouxe café, gosta?
— Gosto.
Renê pegou um álbum de fotos e pôs sobre a mesa. Abriu o álbum.
— Essa é a Bianca, meu verdadeiro amor.
— Bianca? Me conta a história dela, de vocês.

40 Anos atrás:

Aquele verão estava muito quente, a temperatura ultrapassava os 30° graus. Quente, tão quente que qualquer ser humano comum passaria mal.
Bianca Freire se arrumava para ir trabalhar. Trabalhava num restaurante havia 2 anos.
Morava com sua mãe: Rosemeire Damasceno Freire e seu irmão: Enrico Leopoldo da Silva Jr, de 13 anos.
— Tchau, mãe. — disse Bianca lhe dando um beijo na bochecha.
— Tchau, querida. Se passar mal me liga.
— Tá bom, mãe. Tchau peste. — gritou Bianca para seu irmão.
— Tchau, baranga.
— Os 2, parem. — disse Rosemeire.

Bianca sempre chegava em seu serviço 20 minutos de antecedência, colocava seu uniforme e fazia o que tinha de ser feito. Seu chefe se chamava Oswaldo Fernandes, um coroa simpático, com um coração bem grande.
No horário do almoço, um homem entra no restaurante, um homem bonito, de terno, cerca de 1,75 de altura, branco, cabelo bem cortado, tinha em torno de 30 anos. Se acomodou em uma das mesas do restaurante.

— Bianca, vai atender o rapaz que chegou. — disse Oswaldo.
— O bonitão engomadinho?
— Sim.

— Boa tarde, já sabe o que vai pedir? — perguntou Bianca.
— Não. Olhei o cardápio, mas não sei o que pedir.
— Seu signo é Libra?

O rapaz sorriu.

— Como você sabe?
— Indecisão é a principal característica de um libriano.

Ele sorriu novamente, olhou o crachá da garçonete que lhe atendia.

— Bianca, né? O que me sugere para o almoço?

Bianca pensou, o prato mais pedido do restaurante era Strogonoff de carne.

  — Tem restrição alimentar?
  — Não.
  — O prato mais pedido é Strogonoff de carne.
  — Então Strogonoff de carne será o meu pedido.
Bianca anotava seu pedido.
  — Vai beber algo?
  — Suco de laranja.
  — Já trago seu pedido.

— É a primeira vez que eu o vejo no meu restaurante. — dizia Oswaldo.
— Ele deveria vir mais vezes, achei ele bem gostoso. Eu sentaria na cara dele. —  Respondeu Bianca e Oswaldo arregalou os olhos.
— Eu nunca te vi animada desse jeito com um cliente. Ele é engomadinho, deve ser empresário ou dono de alguma coisa importante.
  — Está dizendo que eu não sou boa o suficiente para namorar aquele lindo homem?
  — Eu não disse nada...

O pedido ficou pronto e Bianca levou até seu cliente.

— Bom apetite.
— Obrigado.

Bianca se virou para voltar para cozinha. Não conseguia parar de pensar naquele homem que acabará de atender, as vezes dava uma espiada para vê-lo comer.

— Está comendo ele com os olhos, Bia? — perguntou Oswaldo.
— Não gosto que me chamem assim, é Bianca... Só achei ele interessante. E daí?
— Ok, pare de achar ele interessante e vai trabalhar. — Oswaldo refletiu. — Eu aumento seu salário se você chegar nele e chamar ele para sair.
— Que?
— É uma aposta. Aceita?
— Vai aumentar meu salário em quanto?
— Você ganha R$1.500, eu aumento para R$2.500.
— Arredonda para R$3.000
— Que? Assim você me quebra, Bianca.
— Nada feito, seu careca ordinário.

Riram.

— Ok, eu te pago 3.000 por mês.

Apertaram as mãos.

Aquele lindo homem havia terminado a refeição, Bianca retirou seu prato.

— Algo mais?
— Eu vou pedir uma sobremesa.
— Ok.

Bianca lhe entregou o cardápio das sobremesas. O homem pediu, notava que ele estava fazendo hora no restaurante por causa de Bianca.

— Meu chefe acabou de apostar algo comigo, prometeu aumentar meu salário se eu te chamar para sair. Finge que aceita.
— Por que fingir?
— Você é todo engomadinho, e lindo. Por que sairia comigo?
— Porque você é linda. Saí que horas daqui?
— Às 19:00.
— Meu nome é Renê.
— É um prazer, Renê.

Renê foi até Oswaldo e lhe disse:

— Aumenta o salário daquela linda garçonete.

As 19:00 em ponto Bianca saiu e levou um susto quando viu Renê.

— O que está fazendo aqui?
— Pensei que fôssemos sair. Meu Deus, você me usou? Abusou de mim?

Bianca achou graça.

— Ok, você pode me levar até em casa.
— Tá bom. Como quiser.
Andavam e conversavam.
— É a primeira vez que te vi no restaurante.
— Normalmente eu peço comida pelo telefone. Hoje resolvi sair um pouquinho. — Renê deu uma pausa. — Me chamou para sair só por que apostou com seu chefe?
— Sim. Mas eu fiquei te olhando, não se sinta usado. Você tem namorada ou namorado?
— Não, estou solteiro e você?
— Solteira também.
— Bom saber. Você tem sonhos?
— Não sei... Conhecer o mundo, pular de paraquedas, acampar. Coisas simples que nunca consegui fazer. Eu moro aqui. Obrigada pela companhia, foi agradável.
— Vou te ver de novo?
— Quem sabe. Boa noite, Renê.
— Boa noite.

Bianca sorriu e entrou.

Amor e outros sentimentos que me lembram você!Where stories live. Discover now