Capítulo 7: Conhecendo novos ares

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Bianca estava sozinha em sua casa, de repouso após a alta médica, se sentia melhor, Bianca se sentia melhor, não havia necessidade de continuar o repouso.

  — Bebe que passa. Pra que repouso se existe buteco para encher a cara de cachaça? — Dizia Maya depois da alta de Bianca e a garota ficou lembrando das doidera de sua vó.

Bianca se arrumou... Colocou uma calça legging preta, uma camiseta branca e uma sapatilha rosa e fofa. Pela primeira vez não colocou a peruca, usou um lenço rosa com alguns detalhes brancos. Queria sair um pouco de sua casa, Foi até o: SENHOR RANGO, restaurante aonde trabalhava como garçonete. Encontrou Oswaldo.

— Oi, Bianca Freire. — Disse Oswaldo sorrindo.
— Vem aqui me dá um abraço, seu coroa careca.

Se abraçaram.

— Senti sua falta, como está se sentindo?
— A leucemia não tem dado trégua, mas me sinto bem.
— Entendo. O que te trouxe até aqui?
— Meus pés.

Oswaldo deu risada.

— Você é uma palhaça, Bianca. O Renê te deixa toda feliz e engraçadinha.

Bianca sorriu e respondeu:

— Eu estou bem para voltar a trabalhar. Meu repouso acaba amanhã.
— Acaba amanhã e você está aqui ao invés de realmente repousar em sua casa. Você só volta a trabalhar quando você tiver condições de voltar a trabalhar. Seu atestado médico diz que você vai voltar a trabalhar 10 dias após o repouso acabar... Por segurança.
— Quem te trouxe um atestado, Oswaldo?
— Sua mãe. Bianca, eu quero te ver bem, ok?
— Você é um saco.
— E você é uma chatonilda.

Se despediram, Bianca foi embora.
Renê. Renê. Renê. Passava todos os seus dias pensando em Renê.
O repouso acabou. Mas Bianca teria de esperar 10 dias para voltar a trabalhar.

— Meus pais querem conhecer você e sua família. — disse Renê.

Bianca arregalou os olhos.

— Sério? Eles não ligam do filhinho advogado namorar uma garçonete?
— É claro que não, Bianca. Meus pais são um casal de idosos, muito humildes. Viveram a vida toda no campo, eles me ensinaram a dar valor para o simples.
— Minha vó precisa ir junto?
— Sim, Maya é uma peça fundamental da família. Eu acho ela uma gracinha.
— É uma boca suja, isso sim. Quando vamos para a casa de seus pais?
— Amanhã?
— Ok, preciso falar com minha mãe.

No dia seguinte...

Rosemeire estava arrumadissima.
Enrico estava jeitoso.
Maya parecia a mesma velha louca de sempre.
Bianca. Bianca. Bianca. Estava radiante. Usava um vestido branco um tanto decotado, porém lindo. Usava sua peruca, parecia ser cabelo dela mesma.
No carro de Renê, Maya tagarelava sem parar. Depois começou a cantar uma música que só ela conhecia. Renê ria sem parar. Ficou mais engraçado quando Maya começou a cantar HEART OF GLASS. Uma voz afinada, que só por Deus. Levaram vinho branco para o jantar, de acordo com Renê, sua mãe apreciava um bom vinho.

Na casa dos pais de Renê.

— Mãe e pai... Essa é Bianca, minha namorada. Rosemeire, sua mãe. Maya, sua vó. Enrico, seu irmão caçula.
— Que família adorável. — disse Katarine, mãe de Renê.

Katarine Garcia, uma senhora de 70 e poucos anos, parecia ter 50. Uma senhora bem simpática e graciosa.
Bruno Veríssimo Garcia também tinha seus 70 e poucos anos e aparentava ter 70 e poucos anos realmente. Costumava ser mais tímido e reservado.

A irmã de Renê também estava lá: Laís que agora é Robson.

— Como você prefere ser chamada? — perguntou Maya para a irmã de  Renê.
— Robson, é meu nome oficialmente. Não sou irmã, sou irmão do Renê.

Sentaram-se ao redor da mesa.

— Você é linda, Bianca. — disse Laís que agora é Robson.

Não era Laís, apenas Robson.

— Obrigada.
— Você é garçonete, né? Não me diga que trabalha com o Oswaldo? — Perguntou Robson.
— Sim, sou funcionária do Oswaldo.
— Eu acho ele um charme.
— Você acha o Oswaldo um charme?

Riram.

— Acho. Ele é solteiro?
— Não sei se ele tem alguém. Quando comecei a trabalhar para ele, estava se divorciando. Acredito que esteja solteiro.

Robson comemorou.

— Você é uma graça, Bianca. — disse Katarine.
— É mesmo. — comentou Robson.

Bruno não falou quase nada.

O jantar foi agradável. Maya se comportou, por incrível que pareça. Enrico se comportou. Rosemeire foi simpática como sempre.
Na hora de ir embora... Todos se despediram.

— Adorei seus pais e seu irmão. — disse Bianca para Renê.
— E eles adoraram você e sua família.
— Nem Acredito que minha vó se comportou igual gente.
  — Eu ouvi isso, Dona Bianca.  — gritou Maya.

Entraram no carro e foram embora.

Amor e outros sentimentos que me lembram você!Where stories live. Discover now