Capítulo 6: Laços

11 2 0
                                    

— Você uma vez disse que gostaria de conhecer o mundo, pular de paraquedas, acampar. Vamos acampar nesse final de semana? — perguntou Renê a Bianca.
— Eu não posso acampar, eu tenho um emprego.
— Fala com o Oswaldo, ele me parece gente fina.

— É claro que minha funcionária favorita pode tirar uma folga para acampar. — dizia Oswaldo. — Você precisa viver, Bianca. Quando meu pai adoeceu, ele não aproveitou e morreu sem fazer metade das coisas que queria.
— Nossa, Oswaldo... Obrigada pela motivação e esperança de uma morte próxima.

Oswaldo sorriu e respondeu:

— De nada.

Bianca riu e lhe mostrou o dedo do meio.

— Cadê a educação?
— Enfiei na bunda.
— Você está andando muito com sua vó.

Bianca riu.

— Aquela velhota é um mal exemplo.

E foram acampar... Renê e Bianca.
Nadaram na lagoa. Renê tirou a camisa, mostrando seus braços , um peitoral liso, não tinha nenhum pêlo, não era musculoso, mas tinha um corpinho... E como sua avó dizia: Que bumbum ele tinha...

— O que você acha de fazer sexo no meio do mato, estilo Tarzan?

Renê riu.

— Acho que sua vó está te influenciando.
— Maya Freire incentiva todo mundo a fazer sexo. Você não conhece a vó que eu tenho.

Se beijaram.

Renê tirou a calça.

— Você está prestes a tirar a virgindade de uma garota com câncer, seu pervertido. Minha vó vai sentir orgulho da gente.

Renê não segurou a risada.

Foram 3 dias no meio do mato, com fogueira, pesca e risadas. Bianca ficava impressionada como Renê era bonito, inteligente e engraçado.

Só foram embora porque o nariz de Bianca começou a sangrar. Renê a levou para um hospital e avisou sua família.

Maya chegou ao hospital. Entrou no quarto.

— Oi, Bianca.
— Oi.
— Você terá alta daqui 3 ou 4 dias. Quando isso acontecer, iremos fazer uma festa cheia de gogo boys e vamos ficar animadas.
— Aí Aí, vó.

Bianca riu.

— Querida, suas sombrancelhas caíram.
— Sério, vó? Eu nem tinha percebido. — disse Bianca sendo irônica. — Cadê minha mãe?
— Numa reunião no colégio do Enrico... Isso é soro?
— Sim, Maya, é soro.
— Os médicos deveriam colocar caipirinha, faz bem pro sangue.
— Para de ser louca, vó.
— Eu bebia caipirinha quando tive alguns problemas de saúde, não morri porque álcool é fonte de vida.
— É fonte de morte para alcoólatras.
— Pense como quiser.
— Está usando maquiagem? — Perguntou Bianca curiosa.
— Sim, e coloquei um piercing no umbigo... Ficou top.

Bianca fechou os olhos por um instante, tentou não rir. Pensou consigo mesma:
" Minha vó é louca? Ela pensa que tem quantos anos? 16?"

Maya tinha um jeito descontraindo e adorava ser assim. Tinha pelo menos 26 tatuagens espalhadas pelo corpo, cinco furos em cada orelha. Bebia, fumava, parecia uma jovem.

Bianca teve alta 4 dias depois. Quando entrou no seu quarto, viu que a avó havia colocado pôsteres de homens nus pela parede. O cheiro de tabaco dava para sentir da porta do quarto.

Bianca ficaria de repouso por alguns dias.

Amor e outros sentimentos que me lembram você!Onde histórias criam vida. Descubra agora