Capítulo 9: Oswaldo & Robson

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Bianca voltou a trabalhar normalmente... Adorava perturbar Oswaldo, como se fosse uma espécie de hobby.  Oswaldo também adorava perturbar Bianca.

No restaurante, Robson deu as caras.

— Laís? Quero dizer, Robson... Desculpa. — disse Bianca.
— Não precisa pedir desculpas, as pessoas não se acostumaram ainda com minhas mudanças.
— Sente-se. Vou trazer o cardápio.

Robson se acomodou.
Bianca levou o cardápio.

— O Oswaldo está aí?
— Sim. Geralmente ele fica na cozinha enchendo o saco das cozinheiras. Posso te perguntar algo?
— Pode, cunhadinha.
— Você é um homem trans que gosta de homens?
— Sim. Eu dou uns amassos em homens desde que eu me chamava Laís e tinha uma vagina. Só mudei de sexo não de orientação sexual.
— Ah, desculpa a curiosidade.
— Para de pedir desculpas. Eu vou querer um risoto e um suco de maracujá... Quero que o Oswaldo traga meu pedido.

Bianca sorriu.

Na cozinha...

— Oswaldo, vem aqui. — disse Bianca. — Está vendo aquele rapaz? É o irmão do Renê, quer que você leve o pedido.
— Por que? Eu pago os garçons e garçonetes para isso.
— Acho que ele tem interesse em você.

Oswaldo engoliu seco.

— O Renê não tem 2 irmãs? Você disse que ele tinha 2 irmãs.
— O Robson é o mais velho... É trans, nasceu Laís e agora é Robson.

Oswaldo levou o pedido de Robson. Conversaram bastante.
Bianca saiu do trabalho, quando chegou  em casa se deparou com uma cena muito inusitada: sua vó estava largadona no sofá, com um cigarro na mão e um copo de vodka na outra... Assistia um filme doido de um homem bonitão que não tinha testículos, mas tinha o sonho de ser pai, mesmo sem as bolas.

— Que tipo de vó é você? — Perguntou Bianca parada na porta, encarando Maya.
— Posso viver em paz? Estou na minha casa.

Bianca arregalou os olhos.

— Sua casa? Desde quando você mora aqui?
— Desde quando minha casa está cheia de goteiras, infestada de ratos e lacraias.
— Vó, a única lacraia que tinha lá era a senhora.

Maya riu.

— Que filme é esse? — Perguntou Bianca.
— O sonho. É a história de um homem super gostoso sem testículos, seu sonho é ser pai.
— Isso é nojento demais.
— Bianca, vai caçar o que fazer.

Bianca a encarou por alguns segundos.

— O que foi? — Perguntou Maya.
— Eu tenho a vó mais estranha do mundo.
— Por qual motivo eu sou estranha?
— As avós das minhas amigas fazem crochê e a senhora não sabe pegar numa agulha, jogam bingo e a senhora paquera novinhos, as avós das minhas amigas fazem bolo e café... É o Enrico que te faz bolo e café, sua comida queima. Que tipo de vó sai para as baladas, amassa os machos, usa maquiagem e piercing...
— Eu sou uma avó do século 21, querida.

Mais tarde, Maya e Enrico jogaram vídeo game de dança e Maya ficou bem loucona rebolando o popozão. Bianca ria da situação.

Amor e outros sentimentos que me lembram você!Onde histórias criam vida. Descubra agora