Capítulo 3: O olhar mais sincero

13 3 0
                                    

Em alguns dias da semana, Oswaldo dava 1 folga, se necessário, até 2 folgas para Bianca, por conta da leucemia... Bianca precisava da quimioterapia.
Renê percebeu isso e decorou os dias em que sua garçonete preferida não iria estar no restaurante.

Num belo dia, a noite, Renê esperava Bianca sair do trabalho. Não estava de terno, todo engomadinho... Usava uma camiseta branca de manga longa, calça jeans e sapatênis preto. Estava bonito como sempre e com aquele sorriso que deixava Bianca derretida.

— Renê?
— Boa noite.
— Boa noite.
— Sinto sua falta quando está de folga.
— Renê, desencana.
— Vamos comer um lanche? Por favor.
— Só dessa vez. Se importa de comer em um Food Truck? — perguntou Bianca.

Pediram um cachorro quente.
A noite estava linda.
As estrelas, a lua e o clima bem agradável.  Estavam num lugar a céu aberto e poucas pessoas passavam.

— Você é linda.
— Me acharia bonita se eu fosse careca?

Renê ficou perplexo. Por que aquela pergunta?

— Como assim? Claro que eu acharia. Sua beleza não está no seu físico, e sim na sua alma, no seu coração.

Bianca tirou a peruca.

— Eu tenho leucemia mielóide aguda. Recebi o diagnóstico com 12 anos, é o tipo mais agressivo de leucemia. Eu melhorei com 14 anos. Com 17, a doença deu as caras de novo. É sempre um problema novo, transfusões de sangue, quimioterapia... Vou entender se parar de falar comigo.
— Não vou parar, estou com você. É por isso que Oswaldo te dá algumas folgas semanais?
— Sim. Eu faço quimioterapia, são uma bateria de exames + tratamento, e eu me sinto cansada.

Renê refletiu. Estava disposto a ajudar Bianca, já estava apaixonado por ela. Se aproximou, se aproximou.
Lhe acariciou o rosto, aproximou seu rosto do rosto dela. Segurou sua cintura, Bianca sentiu algo quente subir e gemeu baixinho. Colocou as mãos no cabelo de Renê, sentiu seu cheiro. Um beijo caloroso, apaixonado.

Mais tarde, Renê a levou para casa. Conheceu Rosemeire e Enrico.

— O que você faz da vida, Renê? — perguntou Rosemeire.
— Sou advogado.
— Tem quantos anos?
— 30.
— Mora com quem? — perguntou Enrico lhe encarando.

— Mãe, Oswaldo me deu um aumento. Ele duvidou que eu não chamaria Renê para sair e eu o chamei. — disse Bianca.
— Foi assim mesmo. — Comentou Renê.
— Bianca já contou do estado de saúde dela? — perguntou Rosemeire. — Eu não quero que descubra por si só e termine com meu anjinho.
— Sim, ela me contou sobre o câncer. Quero que saiba que estou com ela. Vou ajuda-lá como posso.

Renê foi embora.

— É um bom sujeito. — disse Rosemeire. — Bianca, Enrico... a vó de vocês está vindo para cá. Vai passar alguns meses conosco.
— O que? Aquela velhota é louca. — disse Enrico.
— Tem certeza? Mãe... A vovó é maluca.
— Gente, olha o respeito com minha mãe.
Riram.

— Ok, desculpa... Vamos recepcionar muito bem nossa vó. — respondeu Bianca.

Amor e outros sentimentos que me lembram você!Where stories live. Discover now