Capítulo 71

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Meses depois

Anastásia

Minha barriga de 5 meses de gravidez estava enorme e o meu sorriso teimava em não sair do meu rosto.

Uma menina.

Christian e eu iríamos ter uma princesinha e todos os homens da nossa família estavam a ponto de surtar o que me fazia querer gargalhar da cara deles. Os lindinhos estavam certos que eu esperava um menino e quando a Dra. Greene anunciou que eu estava à espera de uma princesinha foi um choque para todos.

Christian saiu da consulta branco que nem cal e querendo pesquisar se existiam conventos nas proximidades, já os meus irmãos ao saberem da boa nova resolveram procurar um professor para dar aulas de tiro a todos eles. Só rindo mesmo para não bater em todos eles.

— Você é das grávidas mais lindas que já vi Ana. — disse Leila acariciando a minha barriga — Nem acredito que em breve teremos uma princesinha entre nós para colocar vestidinhos fofos, lacinhos no cabelo, tiaras... — sorri da empolgação dela

— Agora imagina se o bebê da Andrea é também uma menina. — disse Mia sentando ao nosso lado — Os nossos homens surtam de vez.

— Eles são muito exagerados. — respondi acariciando o meu ventre

Andrea ia saber o sexo do bebê dela na próxima semana e Ryan não se aguentava de tanta curiosidade. Tanto ele como meus outros irmãos, e até mesmo Christian estavam a torcer para que ela estivesse a espera de um menino e já tinham até planos para fazer o pequeno ficar em cima da minha menina.

Os casamentos duplos de Luke e Ethan com Leila e Mia seriam dentro de 2 meses e logo depois aconteceria o julgamento de Jack e de toda a corja que o ajudou no assassinato dos meus pais e no sequestro de Bryan por isso a lua-de-mel dos casais seria adiada por um tempo.

Durante os últimos meses Bryan havia se aproximado de Camille e era certo dizer que tinha com ela quase a mesma ligação de irmão que tinha comigo e com os meus irmãos. Ao contrário de Jack ela nunca o rejeitou e parecia gostar dele de verdade. Os dois se viam sempre que podiam ao longo da semana e meu irmão parecia ver algo de bom nela. Ryan e Luke a princípio não gostaram da aproximação dos dois devido aos problemas que tinham com Camille, mas ao longo dos meses ela deu sinais de que estava mudada e eles decidiram não interferir.

Bryan achava que a mudança de carácter de Camille estava ligada a Gregor e às visitas que ela vinha fazendo a ele duas vezes por semana. Ela parece ter aberto o coração para ele até porque pediu a Bryan para testemunhar a favor de Gregor na audiência o que sinceramente não me agradou.

— Você continua aborrecida por Bryan ter acedido ao pedido da Camille? — perguntou Leila ao me ver pensativa e assenti

— Tudo bem que o Gregor ajudou o meu irmão quando ele precisou, mas isso não apaga tudo o que ele fez lá atrás. — respondi com o olhar vago — Só porque ele teve uma boa ação eu vou ter de esquecer que Gregor foi em parte responsável pela morte dos meus pais?

— Claro que não, Ana. — disse Mia segurando na minha mão — Você tem o direito de querer que os culpados sejam condenados. Bryan pode contribuir para que a pena do Gregor seja atenuada com o depoimento dele, mas todos sabemos que ainda assim ele vai ser condenado. Afinal ele esteve envolvido no assassinato de duas pessoas.

Christian entrou naquele momento em casa e ao me ver com os olhos vermelhos franziu a testa. Ele não disse nada apenas se aproximou de mim e me beijou nos lábios. Cumprimentou as meninas e depois me pegou no colo me carregando para o nosso colo.

— Posso saber o porquê de você ter estado a chorar? — quis saber ele ao me colocar na cama

— Não foi nada, baby. — ele me olhou sério e beijou a ponta do meu nariz — Estávamos a conversar sobre o julgamento de Jack e Gregor.

— Não quero que pense nesse assunto antes da hora. A nossa pequena pode ficar agitada. — disse ele colocando a mão sobre a minha barriga

— Eles vão mesmo ser todos condenados? Não é? — perguntei a Christian que me respondeu olhando nos olhos

— Sem a menor dúvida. Não tem juíz nesse mundo que absolva qualquer um deles. Jack com certeza será o que vai pegar a pena mais pesada por ter sido o cabeça de tudo, mas Gregor, Gia e Suzanna também irão pagar pelos crimes que cometeram ao ajudá-lo. — respirei aliviada — Gregor pode ter a pena atenuada porque ajudou Bryan e este vai depor a favor dele, mas ainda assim uns dois anos em regime fechado ele deve cumprir.

— Finalmente nós vamos ter um encerramento desse caso.

— Sim. Só me preocupa você ter de ir testemunhar estando em um estado tão avançado da gravidez.

— Vai correr tudo bem. — garanti deitando a cabeça no colo dele e Christian começou a acariciar os meus cabelos — E se pensássemos em um nome? Nossa filha deve estar cansada de ser chamada somente de princesa.

— Acho ótimo.

Elena

Meses se passaram e não havia um único advogado que me desse qualquer esperança de que Jack fosse sair da prisão. Eu estava desesperada e sem saber mais o que fazer.

Roger já havia desistido do nosso filho e só queria que a justiça fosse feita o que havia abalado o nosso casamento. E com Camille eu não podia contar, pois ela agora só conseguia pensar no bandidinho do Gregor. Ele quem tinha feito o trabalho sujo para o meu filho e ainda por cima não havia conseguido manter a boca fechada.

Entrei na maldita sala de visitas e esperei que um dos guardas trouxesse o meu menino. Quando a porta se abriu e vi Jack entrar algemado e cada vez mais magro o meu coração errou uma batida e uma lágrima solitária caiu pelo meu rosto.

— Como você está querido? — perguntei quando ele sentou na cadeira do outro lado da mesa

— Como a senhora acha? Estou na merda. — respondeu e depois deitou a cabeça em cima da mesa — Eu não aguento mais ficar aqui. — Nossos olhos se encontraram

— Eles tem muitas provas contra você. — disse segurando a mão dele — Não sei mais o que fazer.

— Só vejo duas hipóteses. — disse Jack com um olhar gélido

— Quais?

— Me ajuda a fugir ou a morrer. — meu sangue gelou ao escutar aquele pedido — Não vou aguentar ficar anos aqui dentro mãe.

— Jack...

— Ou você me ajuda a fugir daqui ou nem precisa fazer nada pois eu mesmo trato de acabar com tudo. — segurei a mão dele com força

— Nunca mais repita uma coisa dessas.

— Isso significa?

— Vou tratar de tudo. Só tenha paciência. — meu filho me deu um sorriso contido e logo depois o guarda apareceu para avisar que a visita tinha acabado

Sai pelas ruas desnorteada e sem saber como agir. A única coisa que era certa é que jamais deixaria o meu filho acabar com a própria vida.

 A única coisa que era certa é que jamais deixaria o meu filho acabar com a própria vida

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A TestemunhaWhere stories live. Discover now