Capítulo 38

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Christian

Estava a analisar um processo na minha sala quando a minha secretária me anunciou que Suzanna estava aqui na empresa que exigia falar comigo. Temendo que ela fizesse um escândalo dei ordem para que a mesma entrasse na minha sala.

— O que veio fazer aqui, Suzanna? Nós já conversamos tudo o que havia a conversar no nosso último encontro.

— Você não sentiu nem um pouco a minha falta? — perguntou ela sentando na minha frente e suspirei

— Não. — respondi de forma sincera — O que houve entre nós foi bom por um tempo, mas acabou. Você agora é página virada na minha vida.

— Por culpa dela. — sussurrou — Se Anastásia não tivesse aparecido nas nossas vidas ainda estaríamos juntos.

— Isso é você quem diz, mas ninguém garante. A verdade é que eu não te amo Suzanna, nunca amei. Se tivéssemos continuado juntos seria insistir em um erro e mais tarde só iriamos sofrer.

Ela abriu a bolsa e tirou de dentro dela um envelope que jogou em cima da minha mesa.

— O que é isso? — perguntei olhando o envelope

— Um exame médico. — respondeu e senti o meu sangue gelar.

— Sério que você vai tentar dar o golpe da barriga em mim? — perguntei incrédulo — Nós sempre nos protegemos e já tinha um tempo que não estávamos transando, por isso se você está grávida o filho não é meu.

A menos que a camisinha tenha furado, pensei.

— Não é um exame de gravidez. — disse ela e me senti aliviado

— Então? — peguei no envelope

— Estou doente, Christian, os médicos me deram pouco mais de seis meses de vida.

— O quê?

— Eu não sei explicar ao certo o que tenho... Ao que parece é um aneurisma que se encontra alojado no meu cérebro. Não operável.

— Eu... — não sabia o que dizer — Sinto muito. Talvez você devesse escutar uma outra opinião.

— O que preciso é de ter ao meu lado as pessoas que amo. — disse ela com um certo brilho no olhar e me neguei a acreditar que ela estava a dizer o que eu pensava que estava

— Espera. Você esta querendo insinuar que devemos voltar por conta da sua doença? — perguntei sem querer acreditar e ela assentiu

— Você não pode me abandonar quando mais preciso de você. — respondeu Suzanna — Me dê os últimos melhores 6 meses da minha vida, Christian?

— Se você precisar de um amigo pode contar comigo, mas não mais que isso. — ela fechou as mãos em punho — Não posso e nem vou voltar com você por pena.

— Ela te ludibriou direitinho. — disse de certeza se referindo a Ana — O que ela tem que eu não tenho?

— Não vou responder a essa questão. Me esqueça Suzanna e foque na sua doença. Procure algum tratamento.

— Eu te odeio. — disse ela com raiva e depois rasgou o exame — É falso. — revelou — Queria saber se você iria se compadecer de mim, mas já vi que não. Anastásia acabou com tudo o que nós fomos, por isso eu vou acabar com ela.

— Você é louca. — rosnei — Inventar uma doença para me tentar prender? Isso é loucura.

— Em breve você vai descobrir o quanto louca sou.

Suzanna saiu da minha sala e fiquei ali parado ainda não acreditando que ela tinha inventado uma doença mortal. Por uma falsa gravidez eu até que podia esperar, mas uma falsa doença mortal nunca me passou pela cabeça.

A TestemunhaWhere stories live. Discover now