Capítulo 23

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Christian

Já era de noite e Ana e eu estávamos a nos arrumar para ir na casa de Swing que os Steele frequentavam.

Mais cedo tivemos de entrar em contacto com a dona da casa, uma mulher que se apresentou como Elena Lincoln e a mesma fez-nos uma entrevista de modo a comprovar que estávamos mesmo certos do que íamos fazer. Conseguimos convencer Elena de que estávamos em uma relação estável e agora era hora de irmos ter ao local determinado para tentar descobrir alguma coisa.

— Vê se não sai do meu lado pois mesmo que Elena tenha garantido que é preciso o nosso consentimento para algo receio que algum homem abuse. — Disse a Ana antes de tocar a campainha

— Fique tranquilo. Elena disse que nos daria uma pulseira com a cor dourada para todos saberem que só viemos matar a nossa curiosidade. — Entrelaçamos as mãos e logo Elena apareceu na porta com um sorriso malicioso.

Elena era uma mulher loira já com alguma idade e olhava para nós como se fossemos um pedaço de carne suculento. Quando nos conheceu mais cedo ela deixou bastante claro que nos achava um casal muito lindo e que torcia demais para que Ana e eu deixássemos de lado a ideia de só observar e a escolhêssemos e ao seu marido para uma festinha mais íntima.

— Que bom que vocês vieram. Entrem. — Disse ela com um enorme sorriso

Entramos ainda com as mãos entrelaçadas e ficamos surpresos com o número de pessoas que ali se encontravam

— Antes de deixar os dois aproveitarem a festa quero apresentar a casa a vocês. Aqui as suas pulseiras. — disse Elena muito solicita

— Estamos ansiosos. — Menti descaradamente e puxei Ana para mais perto de mim ao perceber o olhar de vários homens sobre ela

— Como vocês podem observar uma casa de swing pode ser facilmente comparada com uma balada. — disse Elena apontando a sua volta — Temos um bar, boate, mesinhas, palco, pole dance, dark room com ou sem labirinto, várias salas e quartos com paredes de vidro ou fechadas.

— Porquê as paredes de vidro? — Perguntou Ana — E o que é o dark room? — Tanto ela como eu não sabíamos o que aquilo significava.

— As paredes de vidro são para agradar os mais exibicionistas e voyeurs. — respondeu Elena sorrindo e passou a língua nos lábios enquanto analisava o meu corpo sem nenhum pudor — Quanto ao Dark room, como o nome diz se trata de um quarto escuro, mal se consegue enxergar lá dentro e só se sentem as mãos. — Ela piscou para nós — Os que tem um labirinto costumam ter vários cantos com cadeiras, pufes e recamiers, e se entrarem nele saibam que ninguém é de ninguém, ali com certeza rola uma suruba. Vocês deviam experimentar.

— Quem sabe na nossa próxima visita? Hoje queremos mesmo só observar. — Disse para fugir daquele assunto e Elena assentiu e foi até um cesto onde pegou em punhado de camisinhas e deu a nós dois.

— Aqui todos têm de andar com camisinha no bolso pois é obrigatório usar.— Coloquei as que ela me deu no bolso — Costumamos fazer algumas festinhas temáticas e as bebidas são bem caras já aviso. Vocês não precisam se preocupar com as pessoas que limpam os quartos depois de serem usados pois são discretas e trabalham aqui a uns bons anos. — Troquei um olhar com Ana pois algum desses empregados poderia lembrar-se dos Steele — Lembrem-se que tudo que se passa aqui dentro é sigiloso.

— Vocês parecem ser muito bem organizados.— disse Ana

— Fazemos os possíveis para isso queridos. — disse Elena — Vocês podem escolher qualquer pessoa para transarem mas lembrem-se que assim como vocês ela pode declinar o convite. O único local onde podem chegar e já ir pegando é no dark room ou labirinto e mesmo assim se não estiverem a gostar podem sair. Acho que vocês agora podem aproveitar para circular e quem sabe escolher as presas desta noite. — Ela saiu rebolando nos deixando sozinhos

Ana e eu olhamos o ambiente em volta e para que não percebessem que não estávamos a gostar daquilo sorrimos para algumas pessoas que nos secavam descaradamente.

— Não sei como os meus pais conseguiram frequentar um sítio destes. — disse Ana abraçando a minha cintura — Não que tenha algo contra, mas seria incapaz de transar com outra pessoa amando o meu marido.

— Devemos tentar conversar com algum funcionário pois segundo Elena são antigos aqui e podem saber de algo. — Ela concordou

Começamos a circular e íamos conversando com alguns casais que flertavam connosco. Ana viu uma senhora de idade sair de um dos quartos e pensou que talvez ela nos pudesse ajudar, mas a sua atenção saiu dela quando percebeu que algumas pessoas se juntavam em frente a um quarto que tinha as paredes de vidro. Ao notar que Elena nos observava peguei na mão de Ana e fomos nos aproximando também. Dentro do quarto estavam dois casais sem roupas e logo entendi o que aconteceria ali.

Um dos homens beijou uma mulher loira e sentou em um cadeirão pronto para observar. A loira sorriu e foi em direção ao casal que estava sentado na cama. Ela sentou em frente a mulher morena e beijou-a avassaladoramente enquanto que o homem que estava junto delas colocou-se atrás da loira e levou as mãos aos seios desta apertando-os. Ele começou a beijar-lhe o pescoço e a massagear ambos os seios dela com as mãos. A morena beijou a loira descendo depois os beijos até chegar aos seus seios. O marido retirou as mãos dos seios da loira e ela começou a chupá-los. O homem que estava sentado no cadeirão observava tudo com um sorriso e masturbava-se.

Percebi que Ana e eu éramos os únicos que observámos aquela cena sem fazer nada já que os outros observadores se tocavam.

— Elena não para de encarar a gente. — sussurrei no ouvido de Ana que a procurou com o olhar — Acho que temos de fazer algo para ela não desconfiar de nós.

— Pensou no quê Grey? — Perguntou com um sorriso atrevido e sorri torto

Coloquei uma das mãos dentro da blusa dela e apertei os seus seios. Ana encostou a cabeça no meu peito e quando sentiu o meu membro cutucar a sua bunda levou a mão até ele e apertou-o. Gememos juntos e depois viramo-nos um para o outro e beijamo-nos sem qualquer tipo de pudor.

Antes que me descontrolasse terminei o beijo e ao ver que Elena não estava mais ali saímos da frente daquele quarto e fomos a procura da funcionária da limpeza que tínhamos visto mais cedo. A senhora ficou assustado ao dar de cara connosco na entrada de um dos quartos acabara de limpar.

— Precisamos muito conversar com a senhora.— disse Ana

— Lamento, mas não entro nestas surubas. — disse a senhora e segurei o riso por ela cogitar a ideia de nós lhe irmos propor um ménage

— Queremos apenas conversar. — Ela me olhou desconfiada — Soubemos que trabalha aqui há muito tempo e pensamos que talvez nos possa ajudar a identificar umas pessoas pelas quais procuramos.

— Isso me causaria problemas aqui dentro pois uma das regras é o sigilo.

— Ninguém saberá que falou connosco e pagaremos pelas informações.— disse Ana

A mulher tirou de dentro da bata que usava um bloco de notas e escreveu alguma coisa nele e depois arrancou a folha e entregou a Ana.

— Me encontrem neste endereço amanhã. O meu nome é Clarice a propósito.

Ela deu-nos as costas e foi embora. Ficamos mais um tempo naquele lugar para não levantar suspeitas e depois viemos embora. Ao entrar no carro sorrimos.

— Confesso que foi uma experiência única, porém desconfortável. Vários homens queriam você na cama com eles. — disse fazendo uma careta só de lembrar

— Tinha algumas mulheres, como Elena que queriam o mesmo com você. Nem quero imaginar elas tocando em você.

— Nunca permitiria isso. — disse e Ana sorriu — Espero que a Clarice saiba alguma coisa importante pois não quero voltar com você neste lugar. Prefiro que sejamos só nos dois.

Ana acabou com a distância entre nós e me beijou apaixonadamente.

A TestemunhaOnde histórias criam vida. Descubra agora