Capítulo 73

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Alguns dias depois...

Anastásia

Hoje finalmente iria ocorrer o julgamento de Jack e de toda a corja que o ajudou e por isso os meus nervos estavam a flor da pele. Minha filha parecia dividir comigo o nervosismo já que não parava de me chutar e por ela eu tentava manter a calma, mas parecia uma missão impossível.

Ethan e Luke haviam adiado as suas luas-de-mel por causa do julgamento. Eles assim como eu, Paul, Ryan e Bryan queriam estar na primeira fila do tribunal para ver ser feita a justiça pela morte dos nossos pais.

Saímos da mansão Grey em uma enorme comitiva de carros rumo ao tribunal. Christian segurou a minha mão por todo o caminho e me garantiu que tudo correria bem, mas no meu íntimo algo me dizia que as coisas não seriam tão fáceis assim, mas preferi não o contradizer. O pai da minha filha beijou os meus lábios apaixonadamente quando o carro parou em frente ao tribunal e depois saiu para abrir a minha porta. Ao sair do carro levei com os flashes das camaras dos jornalistas, assim como com várias perguntas

Anastásia, você espera que seja feita justiça hoje contra os responsáveis pela morte dos seus pais?

É verdade que seus pais eram praticantes se swing?

Existe mesmo um filho fora do casamento dos Steele?

Christian me protegeu de tudo com o seu corpo e seguimos para dentro do tribunal. Nós já esperávamos por todas estas especulações, mas ainda assim era demais este assédio.

Meus irmãos entraram logo de seguida e pude perceber que Bryan estava um pouco abalado.

— A sua existência não podia ficar escondida da mídia para sempre. — disse Paul ao nosso irmão que assentiu

— Ainda assim não é fácil ter que lidar com toda esta situação. — respondeu Bryan — Os repórteres montaram um verdadeiro circo lá fora.

Christian se despediu de mim pois era um dos advogados que estava a frente do caso e teria de ocupar o seu lugar. Ethan ocupou o seu lugar ao meu lado me abraçando. Entramos na sala de audiência e nos sentamos na fila da frente. Do outro lado da sala estavam Camille, Elena e Roger. Pouco tempo depois Jack, Gregory, Suzanna e Gia entraram algemados indo diretos para o banco dos réus.

Elena nos encarava com ódio como se meus irmãos e eu fossemos os responsáveis pelos atos do seu filho senti um arrepio estranho percorrer todo o meu corpo.

— Tudo bem? — perguntou Ethan e assenti sem ter muita certeza — Vai dar tudo certo.

O juíz entrou e todos nos levantamos. A audiência foi aberta e Christian fez as alegações iniciais não deixando margem para dúvidas sobre a culpabilidade dos réus. As testemunhas foram chamadas e apesar do advogado de defesa ser bom não era páreo para meu Christian que sempre sabia como contornar a situação a nosso favor.

Roger depôs esclarecendo a todos o porquê dos meus pais se terem tornado um empecilho para Jack. Ele ainda tentou librar a cara do filho, mas Christian soube fazer as perguntas certas e não havia como safar Jack.

Quando chegou a vez de Bryan depor, este trocou um olhar com Camille e temi que o mesmo fosse ilibar Greg de toda a sua culpa, mas para minha surpresa, ele não o fez. Meu irmão admitiu que Greg foi de grande ajuda na seu resgate, mas deixou também claro que ele esteve envolvido no seu rapto. Frisou que acreditava na mudança do meliante, mas que ainda assim não seria justo ele sair ileso de toda a situação. Antes de sair do banco das testemunhas Bryan olhou para Camille e sussurrou um "desculpa".

Algumas lágrimas caíram pelo meu rosto e então o meu nome foi chamado para depor. Christian me olhou preocupado, mas assenti garantindo que estava bem e acariciei a minha barriga para que a minha filha ficasse calma.

Comecei por contar detalhadamente tudo o que aconteceu na fatídica noite que levou os meus pais e os meus olhos foram até Greg. Ele podia ter mudado, mas eu ainda lembrava do seu sorriso ao torturar os dois com algumas palavras odiosas. Lembrei da visita que lhe fiz quando ele foi preso pela primeira vez e dele me ameaçar. Deixei claro que Greg tinha dois chefes e só por isso não acabou comigo.

Quanto a Gia e Suzanna, os seus crimes não eram tão graves, mas ainda assim teriam de ser punidos. O juíz também escutou todas as testemunhas e analisou as provas contra as duas e depois pediu um recesso de meia hora para poder tomar a sua decisão.

Quando a sessão estava a ponto de ser novamente iniciada percebi que Elena se aproximou de nós e sem ninguém estar à espera ela retirou algo da bolsa e apontou na minha direção. Escutei um grito de Leila e Mia e quando olhei nas mãos de Elena percebi que a mesma apontava uma arma na minha direção.

— Soltem o meu filho ou ela vai fazer companhia aos pais. — disse Elena com a voz tremula.

— Elena... — chamou Roger tentando se aproximar

— Nem mais um passo. — rugiu ela para o marido — Isto não é uma brincadeira.

— Não faça nada do que possa se arrepender querida. — pediu Roger

Ela deu um tiro para o ar mostrando que a arma estava carregada e mais gritos foram ouvidos. Olhei para trás dela e vi o olhar de pânico de Christian que queria se aproximar, mas era impedido por Taylor que o segurava.

— Tirem as algemas do meu filho. AGORA. — gritou ela colocando a arma encostada na minha barriga de quase nove meses e o guarda que estava perto de Jack acabou por o fazer

Jack deu um pequeno sorriso e aproximou-se da mãe que lhe passou a mala. Ele abriu a mesma e para meu espanto tirou de dentro mais uma arma.

Como é que esta mulher entrou com um maldito arsenal dentro do tribunal e ninguém percebeu??

Meus irmãos estavam em pânico e os dois policiais que ali se encontravam sem saber o que fazer. Jack segurou no meu braço e apontou a arma na minha cabeça.

— Nos vamos sair daqui e se alguém ousar nos impedir pode apostar que mais um Steele vai morrer. — disse ele

— Não faça isso meu filho. — disse Roger tentando se aproximar — Anastásia está grávida.

Jack me olhou de uma forma estranha e depois sorriu.

— Isso só a torna mais valiosa para mim, papai. — respondeu debochado — Agora se afaste. Se não quer ajudar ao menos não me atrapalhe.

Ele me puxou com brusquidão e antes que o pudesse acompanhar senti uma aguadilha escorrer pelas minhas pernas. Olhei em choque para Christian que acompanhou o meu olhar.

A nossa filha ia nascer.

A nossa filha ia nascer

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A TestemunhaWhere stories live. Discover now