Capítulo 50

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Jack

Era incrível estar sempre um passo a frente de todos. Eu me sentia completamente invencível.

Logo depois de Gia me revelar sobre a existência do meu irmão bastardo coloquei mãos a obra e não medi esforços para descobrir quem ele era. Achei estranho o facto de Raymond e Carla se terem submetido tão prontamente a chantagem da loira e achando que poderia haver muita mais coisa escondida naquela história resolvi investigar minuciosamente cada gravidez da matriarca Steele e... Bingo. Durante as minhas investigações descobri que Carla Steele em uma das suas gestações havia dado a luz a gémeos, mas que ninguém sabia desse facto.

Confesso que surtei ao achar que ao invés de um existiam dois bastardinhos com quem teria de dividir tudo que era meu por direito, mas analisando atentamente o prontuário de Carla tive a surpresa de ler que ela havia dado a luz gémeos de pais diferentes. Uma raridade, mas ainda assim aconteceu com ela.

Como os Steele só haviam registado um dos bebés e o outro não havia sido declarado morto supus que se haviam livrado dele. Este último bebé era o bastardo e não foi difícil encontra-lo uma vez que Raymond manteve contato com ele.

Bryan. Esse era o seu nome.

O mantive debaixo de olho e estava decidido a nada fazer contra ele desde que o mesmo não se atravessasse no meu caminho, mas o bonito quis conhecer os papais e me vi no direito de intervir. E aqui estamos.

— Olá irmão. — disse olhando para Bryan preso na cela na qual o mandei colocar

— Quem é você? — perguntou ele — Você não parece com nenhum dos homens que estava na foto na casa de Carla. — disse ele e sorri

— Isso é porque não sou um Steele. — respondi me aproximando — Nosso parentesco vem da parte de pai. O meu nome é Jack Hyde Lincoln. — reconhecimento passou pelo seu rosto ao escutar o meu sobrenome

— O que você quer comigo? Porque mandou me prender aqui? — perguntou um pouco exaltado

— Não é óbvio? — perguntei mas ele não respondeu — Quero me livrar de você.

— Porquê? Nunca te fiz nada.

— Você existe. — respondi — Acha mesmo que vou correr o risco de dividir todo o património da minha família com um bastardo? Nunca.

— Se o problema é esse pode me soltar pois não quero nada que venha da sua família. — disse ele e ri, mas ri muito

— Se não quisesse teria continuado no Texas a viver a sua vidinha perfeita, cowboy. Porque você veio a procura do papai? — perguntei olhando no fundo dos seus olhos

— Queria respostas.

— Aposto que Carla te deu todas as respostas que você queria. — ele me olhou surpreso — O quê? Achou que eu soube da sua existência a dois dias? — ri — Sei de você a anos e te mantive sempre debaixo de olho. Se não tivesse atravessado o meu caminho tudo estaria bem.

— O que vai fazer comigo? — perguntou de novo e dei de ombros — Não pode me deixar aqui para sempre.

— Quem disse? Eu posso tudo, Bryan. Inclusive posso ir atrás da gostosa da sua namoradinha. — vi ele perder a cor — Jasmin, né?

— Não se atreva. — rosnou ele apertando as grades da cela — Se tocar em um fio de cabelo dela eu acabo com você. Eu te mato.

Ri com gosto das suas ameaças e lhe dei as costas saindo do armazém a onde o mantinha preso.

A minha vontade era de o deixar ali a apodrecer naquela cela sem comida, mas infelizmente mamãe descobriu que ele estava na minha posse e me proibiu de acabar com ele. Mesmo odiando o facto de papai ter um filho bastardo ela se recusava a acabar com uma parte dele e me proibiu também de o fazer. O bom é que ela não me impediu de infligir dor nos Steele e por essa razão eu havia procurado Suzanna e me aliado a ela.

Christian

A volta para Seattle foi feita no mais absoluto silêncio. Cada Steele estava perdido nos seus pensamentos e se tivesse de apostar diria que todos eles eram direcionados na descoberta do novo irmão.

Quando o jatinho pousou no aeroporto liguei para Welch para saber como andavam as investigações sobre o paradeiro de Bryan e infelizmente elas ainda não haviam avançado muito.

Chegamos em casa e fomos recebidos por José e meus pais com enormes sorrisos. Sorrisos que foram morrendo a medida que escutavam sobre as nossas últimas descobertas.

— Nunca passou pela minha cabeça que Carla pudesse fazer algo assim. — disse mamãe visivelmente abalada com a descoberta de Bryan

— Robert garante que ela só entregou Bryan para o proteger. — frisei

— Proteger do quê? Do pai? — perguntou mamãe — Uns dias atrás encontrei com Roger Lincoln e se vocês querem a minha opinião, ele não me pareceu ser uma má pessoa.

— Segundo o tio Robert a mamãe queria proteger o Bryan de Elena. — disse Paul

— A esposa de Roger? — perguntou papai e assenti — Sinceramente não sei o que dizer. — disse ele sentando — Se vocês aceitam um conselho conversem com Roger.

— O quê? — perguntou Ethan chocado

— Sei que não tem a melhor impressão acerca dele, mas acho que ele é a pessoa indicada para nos dizer se Carla tinha mesmo motivos para esconder o filho deles de Elena.

— Talvez o senhor esteja certo. — disse Ryan e os irmãos o olharam — Além do mais ele com certeza pode nos ajudar nas buscas por Bryan.

— Isso se não tiver sido ele a dar sumiço nele. — murmurou Luke

— Não acredito nessa possibilidade. — disse Ana ao irmão

— Gregor pode ter agido por conta própria. — disse José chamando a nossa atenção — Ou então pode ter agido a mando de um outro alguém. Não vamos esquecer que da última vez que Ana e Christian viajaram ele andou vigiando a mansão.

— Precisamos colocar Welch no caso. — disse papai

— O coloquei a par de tudo assim que soube do sumiço de Bryan. Ele já esta concentrado em encontrar Bryan e também colocou seguranças a proteger Jasmin.

— Se existe alguém capaz de encontrar Bryan esse alguém é Welch. — disse papai

— Assim espero. — disse Ana — Quando pudemos ir ao encontro de Jasmin?

— Quando vocês quiserem. — respondi

— Agora? — questionou Ryan e os irmãos assentiram

Desta vez só eu acompanhei os irmãos Steele. Mia, Andrea e Leila ficaram na mansão com os meus pais pois não queríamos assustar Jasmin aparecendo todos de uma vez. Fizemos a viagem até ao hotel em que ela estava hospedada em menos de 20 minutos e quando saímos do carro Welch já estava a nossa espera.

— Sr. Grey, Srt. Steele, Srs. Steeles. — disse ele e todos o cumprimentamos — Jasmin está hospedada no quarto 520 e já está ciente da visita dos senhores.

Seguimos Welch e ao entrar no elevador entrelacei os meus dedos com os de Ana que estava nervosa. Ela me deu um pequeno sorriso que retribui e quando chegamos ao andar de Jasmin apertei suavemente a sua mão em sinal de força.

Welch bateu a porta e pouco depois uma morena abriu a porta e abriu a boca surpresa quando nos viu. Acho que mesmo sabendo que viríamos, Jasmin não acreditou até que nos viu ali bem diante dos seus olhos. Ela nos deu espaço para entrar e depois analisou cada um de nós minuciosamente e se concentrou mais em Ryan curiosamente.

— Você é o que mais parece com ele. — disse ela e Ana sorriu

— Deve ser porque ele é o gémeo. — respondeu minha namorada e Jasmin abriu a boca mais uma vez

— Oh. Eu não sabia. Quer dizer, vocês não têm o mesmo pai, mas... vocês têm os mesmo olhos. — disse ela envergonhada

— Herdaram da mamãe. — respondeu Ethan — Melhor fazermos as apresentações.

Os minutos seguintes consistiram em Welch nos apresentando para Jasmin e depois de sentarmos ela nos contou um pouco sobre Bryan. Dava para ver o quanto ela o amava só pelo brilho nos seus olhos e tenho a certeza que não foi o único a reparar.


A TestemunhaWhere stories live. Discover now