Rooftop soundtrack.

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Fina era a linha entre o sorriso e as lágrimas, entre amar e odiar, ter esperança e ter medo.

Fina era a linha entre a exaltação e a dor, entre acreditar que que poderia ficar bem até perceber possuir emoções maiores do que poderia aguentar.

William fechou a porta atrás dele, sem qualquer ideia aparente do quê fazer. Se afastar? Se manter ocupado? Esperar?

Sofia apenas olhou para Harry.

Um Harry confuso, de pé do outro lado da sala.

Estar no consultório dele era o mais próximo que ela se sentia há um tempo, estando na sala onde o relacionamento atingiu o pico.

Em um minuto estaria sentindo o que chamava de "ok" e, no minuto seguinte, sabia que precisava de ajuda.

As vezes não haviam lições, apenas sentimentos. Pensamentos corriam pela cabeça dela e não eram bonitos.

Sofia pensava em coisas dolorosas, sempre caindo de volta naquele padrão sombrio. A mulher havia se tornado reservada, mas explosiva.

Como se sua mente trabalhasse em seu próximo plano de desastre e não contasse à ninguém.

-Sofia, nós estávamos ocupados, por quê não enviou uma mensagem?
-Quando foi a última vez que conversamos, Harry?

Retrucou, nenhum dois dois ousando sair de seus lugares. Aquele era o mais próximo que ela esteve de Harry em meses, quase parecia eufórico.

-Eu posso contar nos dedos quantas vezes nós trocamos palavras nos últimos seis meses. -gesticulou-

No dia em que Sofia havia o conhecido, ela não conseguia respirar. Haviam tantas pessoas em volta, gritos e risos. E ela não pôde respirar quando olhou para ele.

Estava cheio. Estava tão lotado que a médica havia pensado em caminhar para casa, mas não o fez. Não o fez e provavelmente fora a melhor decisão, apenas porque conheceu Harry em seguida.

E, uma vez que começou a gostar dele, foi como se o mundo ao redor desaparecesse e ela lentamente recuperasse o fôlego.

Mas então, dentro da sala que costumava passar seus intervalos, ela não conseguia respirar de novo.

Eles olhavam um para o outro, mas jamais dentro dos olhos um do outro. Harry sabia que aquilo aconteceria, apenas não esperava naquele dia.

O ginecologista não teve tempo para se preparar, Sofia havia aparecido sem qualquer aviso. Ela estava se sentindo extremamente nervosa ao mexer as mãos, mas levemente ergueu os olhos e viu Harry tocar seus anéis.

-Como você está? -raspou a garganta-
-Não vamos fazer isso. -Harry levantou as sobrancelhas, confuso- Não vamos fazer essa besteira porque nós dois sabemos como eu tenho estado.
-Oh, hum... Ok.
-Deixe-me falar porque preciso tirar isso do meu peito.
-Ok. -respondeu-
-Você me conheceu como uma mulher confiante que não tinha medo de falar. Eu não sou mais ela e eu odeio isso. -falou- Nossa amizade acabando foi basicamente você saindo da minha vida, e eu não consegui lidar com a dor. Quase me matou descobrir que você quer se casar, se casar com outra mulher tão bonita e tão bem sucedida.
-Este não é o lugar...

Harry tinha lágrimas nos olhos que pareciam prestes a cair. Sofia já chorava. Perder Harry era mais fácil sem o lembrete constante de que ele não estava mais na vida dela.

Vê-lo era um grande soco no estômago para lembrá-la do quanto realmente havia perdido.

-Estou vendo um terapeuta semanalmente, sabia disso?

Harry as my gynecologistOnde histórias criam vida. Descubra agora