He has a good memory.

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Ter uma boa memória era uma das melhores qualidades sobre mim, eu vinha notando isso ao longo da minha vida. Eu não apenas me lembraria sobre planos que fiz com amigos ou reuniões marcadas no trabalho, eu costumava sempre lembrar das pequenas coisas.

Como uma história engraçada de anos atrás, ou quando minha mãe franzia o nariz ao ter dificuldade em manter seus pensamentos sob controle, qual perfume ela usava de acordo com a estação do ano, ou mesmo quais suéteres ela preferiria quando estava sozinha em casa.

Uma coisa que eu por acaso não me lembrei, em um momento tão infeliz, foi o nome dela.

Não era como se eu tivesse acabado de voltar de um plantão na clínica, ou de um dia de estudos, ou mesmo que nós dois fazendo sexo fosse algo novo, não. Não havia nenhuma razão para que minha mente estivesse em outro lugar, certo? Errado.

Aconteceu quando inclinei o quadril em um determinado ângulo, afundando a cabeça entre o travesseiro e o pescoço exposto dela, meu hálito quente varrendo sua pele enquanto um gemido escapou de meus lábios.

Você poderia chamar de amizade com benefícios. Eu não era muito fã da ideia pois sempre acabava triste e sozinho no fim, mas poderia parecer divertido às vezes. Mesmo que para mim significasse ser usado para sexo enquanto eu desejaria amor.

O sexo parecia muito melhor caso você tivesse uma conexão emocional com alguém. Sofia provavelmente não podia sentir nada além do peso de meu corpo sobre o dela, ou a fina camada de suor em minhas costas sobre a ponta dos seus dedos.

Os movimentos pareciam tão impulsivos, tão habituais e aquilo tornava toda a situação ainda pior. Desci minhas mãos para segura-la pela cintura, com os lábios entreabertos.

-Oh, An...

Minha garganta se fechou imediatamente, antes do fim da frase. Meu corpo pareceu instintivamente me impedir de dizer aquele outro nome enquanto os de Sofia se arregalaram em pânico.

Suas mãos voaram imediatamente para meus ombros, eu desviei o olhar para a direita, incapaz de alcançar o dela.

-Fora! Saia! Saia!
-Eu não...

Minhas palavras soaram pateticamente fracas. Me mexi e caí de lado, a obedecendo, o braço agora suportando a maior parte do meu peso.

-Sofia...

Sussurrei, tentando agarrar seu pulso. Mas Sofia era rápida demais. Há um segundo ela estava embaixo de mim, segurando, puxando meu antebraço para ter-me mais perto, e no próximo me empurrava para o mais longe possível. Sofia agarrou o cobertor que antes envolvia a cama e se enrolou nele, tampando-se antes de praticamente correr para o banheiro.

-Eu não... -me levantei, indo até a porta, sem qualquer roupa- Perdão, mil perdões. Eu não sei explicar, eu não estava pensando em outra pessoa... Eu não estava.

Nós não tínhamos um relacionamento ou a necessidade de dar satisfações um ao outro, mas ela merecia respeito. E eu havia errado.

-Isso soa ridículo mas... Eu... Eu não estava pensando, perdão.

Um silêncio profundo se instalou entre os dois cômodos, me causando muito mais agonia.

-Podemos conversar? Me sinto um completo idiota e gostaria de me desculpar olhando em seus olhos.

Insisti, após um minuto de silêncio. Eu realmente não saberia explicar o porquê da minha mente ter me traído de tal forma.

Com a falta de resposta, dei alguns passos para trás até tirar o preservativo que me envolvia e puxar minhas roupas de volta. Não havia clima mais.

Harry as my gynecologistWhere stories live. Discover now