The breakup.

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Ana era uma pessoa muito calma, suas emoções raramente seriam turbulentas. Era paciente e descontraída, o que muitos de seus amigos valorizavam, incluindo Harry agora, e ela mesma, é claro.

Ana também era uma romântica clássica, todos os dias com ela seriam melhores do que o anterior. Se você soubesse valorizar.

Talvez fosse a enorme carga de trabalho no escritório ou a mudança estranha de clima em Los Angeles, mas naquela segunda-feira Ana se arrastou pelo dia se sentindo doente. Indisposta.

Harry era médico e seu amigo agora, ela definitivamente já teria mandando uma mensagem perguntando o quê deveria tomar para se sentir melhor.

Seus relacionamento parecia estar desmoronando. Nos últimos três dias em que Ana e André passaram em completo silêncio, ela havia passado horas obcecada por talvez não ser boa o suficiente.

Horas perdidas parada em frente ao espelho rosa do banheiro, estudando seu rosto e se perguntando se não era bonita o suficiente. Lendo velhas conversas e se perguntando se era irritante, ou carente demais.

Mas, ao mesmo tempo que questionava o seu valor, questionava também o dele. Ele realmente parecia o certo? Havia uma razão para Maya não aprová-lo. Havia uma razão para ela não conseguir imaginar ele e Harry no mesmo lugar.

Havia uma razão para ela acreditar que talvez tenha estado apaixonada pela pessoa errada.

Ana acreditava que precisava lutar, chorar, suar, sangrar e falhar para aprender. Entender. Ana acreditava que você precisaria passar por relacionamentos ruins e rompimentos ruins também.

Ela acreditava passar por tudo aquilo para que, quando a pessoa certa e o relacionamento certo finalmente aparecessem, pudesse suspirar de alívio e dizer algo como "Ah, sim. É assim que deve ser."

Ela estava tentando, mas não poderia mais fingir que não doía quando realmente doía. Era uma merda ser quem se importava mais.

Era calma, mas também explodia. Ela saiu da cama apenas para abrir a porta e se sentir com raiva, com vontade de gritar no travesseiro até que perdesse a voz.

-O que está fazendo aqui?

-Nossa Ana, oi.

Olhar para ele estava sendo muito difícil naquele momento.

-Eu não estou me sentindo bem, porque não perguntou se poderia vir?

Cada vez que ela o via, ficava assombrada pelas memórias de uma época mais fácil. Época onde sua voz foi a trilha sonora de seus dias.

Agora ela o olhava e via tudo que estava fugindo. Ele costumava parecer tudo o que ela quis, mas aquela pessoa simplesmente não estava mais lá.

André pousou a palma da mão esquerda em sua testa, ignorando completamente sua última pergunta.

-Ana, você está queimando!

-Não é nada. -soltou uma tosse forte- Eu vou ficar bem.

André adentrou o apartamento da namorada e a guiou para que se deitasse no sofá.

-Você precisa descansar. Eu posso cuidar do jantar, pelo menos poderemos passar um tempo juntos.

Ana o olhou, certamente indignada.

-Agora você decidiu que está tudo bem e que vai falar comigo de novo ou se esqueceu que há três dias atrás estava naquele corredor gritando bobagens contra mim?

-Não importa o que você diga, baby. Vou ficar aqui com você.

-Honestamente? -se afastou com dificuldades- Eu não quero ficar com você agora. Estou magoada, não é assim que as coisas funcionam. Amanhã eu tenho que trabalhar, me deixe dormir.

Harry as my gynecologistKde žijí příběhy. Začni objevovat