Can I join you?

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Depois da tarde relaxante que tiveram juntos, Ana não poderia acreditar que alguém como ele continuava voltando para alguém como ela. Ela insistia em pensar ser chata demais para alguém com personalidade e formação tão incríveis.

Ana aprendia que Harry era incrivelmente inteligente e que, em suas conversas, ficara claro que a maioria dos problemas do mundo seriam resolvidos com um pouco de empatia. Ficara claro também que o verde dos olhos dele era definitivamente a melhor cor.

Naquele fim de tarde, Ana apoiou a cabeça sobre o banco de couro dele, o ouvindo falar sobre como o pós-modernismo abalou o mundo da arte.

Ela quase não entendia uma palavra, mas adorava ouvi-lo falar. Sua voz vibrava por todo o caminho, ele puxava o lábio inferior quando pensava.

-Certo... Seja muito bem vinda, novamente.

Ela sorriu, sua casa era linda e ela jamais se cansaria de estar ali.

-Oh, meu Deus, o que você está fazendo?

Ana gargalhou quando Harry a pediu para fechar os olhos.

-Eu tenho algo para te mostrar. Por favor, feche os olhos.

Harry pediu novamente. Ana cedeu então, fechando os olhos e deixando seu coração palpitar em antecipação.

Harry sabia que ela adorava surpresas e estava começando a tirar vantagem daquilo. Ana o sentiu pousar suavemente as mãos em concha sobre os olhos dela, não querendo estragar a surpresa. Ela se encostou sobre ele, sendo guiada por entre a sua casa.

-Doutor Harry, se eu esbarrar em alguma coisa, eu juro por Deus...

Ela riu, empolgada. Harry murmurou um "Confie em mim" em seu ouvido antes de parar ambos os corpos e levantar as mãos.

A respiração dela ficara presa na garganta, então.

Era uma pintura.
Era ela.

A obra fazia parte do estilo característico de Harry, camadas e mais camadas de cores brilhantes e texturas variadas por toda a tela.

Chegando mais perto e observando os detalhes, lá estava o seu próprio rosto, pintado em um dourado brilhante. Ana estava posada com um sorriso dourado, usando o vestido de margaridas de duas noites atrás. Com ele.

-É tão... Linda!

Foi o que ela conseguiu dizer, ainda em estado de choque. Ana sentia como se pudesse explodir ou derreter com a quantidade de amor que desenvolvia facilmente por aquele homem.

Ela o segurava em um pedestal, e agora sabia que ele fazia o mesmo por ela.

-Eu a vi como uma obra de arte. -deu de ombros- Então julguei ser interessante realmente torná-la uma.

As bochechas dela queimaram com o sorriso que não conseguiria evitar, sentindo seus olhos um pouco marejados.

Era como se ela tivesse passado a maior parte da vida pensando que não era nada em especial. Harry, então, a fazia sentir como se fosse o centro do universo.

E ela queria se amar como ele amava.

-Estou realmente sem palavras... -puxou o ar- Você é tão talentoso e eu... Eu sequer sei o que eu poderia fazer para recompensar isto.

Ela olhava para o quadro mais uma vez, o tocando suavemente.

Harry sorriu, deixando suas coisas sobre a grande mesa e esforçando-se para tirar o tênis sem usar as mãos.

-Bom, tivemos uma ótima tarde, mas estamos levemente empoeirados.

Ele bateu ambas as mãos nas pernas, atraindo a atenção da garota há alguns passos de distância. Ela ergueu uma sobrancelha, tentando adivinhar onde ele chegaria.

Harry as my gynecologistOnde histórias criam vida. Descubra agora