Jardim de Papel (taekook ABO)

O Almoxarifado N° 1

                                                                      🌸🌸

– Então, você fugiu de casa.

Taehyung e Jimin estavam na praça de alimentação da empresa dividindo uma porção de batatas fritas e tomando chá gelado. Taehyung comia mais do que Jimin, que estava mais interessado em saber da vida do rapaz tão estranhamente interessante sentado à sua frente.

Depois de receber a melhor notícia de sua vida, Taehyung estava tão eufórico que apenas a ideia de comida foi capaz de calar a sua matraca incessante. Ele disse mil "obrigados" ao Sr. Jeon, que estava a ponto de expulsá-lo de sua sala. Então, Tae foi arrastado por Jimin até o segundo andar da empresa onde, de acordo com ele, ficava o Paraíso. Taehyung adorou o nome e decidiu que chamaria a praça de alimentação assim.

– Sim, sim – concordou Taehyung, concentradíssimo em molhar a batata no ketchup. – Mas não foi por mal. Eu deixei uma cartinha para os meus pais não ficarem preocupados. Além disso, depois que eu me consolidar como um membro honorário do almoxarifado, voltarei para contar tudinho a eles!

Jimin não conseguiu fazer outra coisa senão rir. Ele dizia umas coisas engraçadas. Parecia mesmo ter passado a vida inteira preso no meio do mato, já que não conhecia nada do mundo real. Jimin estava certo de que nunca vira alguém como ele, e só fazia 6 horas desde o incidente da bolsa.

– Você tem que ir até o RH agora e entregar seus documentos para a contratação. – contou Jimin. – Você trouxe seus documentos, né?

– Claro que sim! – respondeu Taehyung de prontidão. – Mamãe me disse que não podemos ir a lugar nenhum sem nossos documentos.

– Que bom. – suspirou Jimin de alívio. – E onde pretende ficar em Seul?

Taehyung mordeu o lábio e encolheu os ombros, tomando um gole do chá gelado para disfarçar.

– Eu... Não sei, não.

– Como assim não sabe?! – Ai, Deus do céu. Jimin estava a ponto de ter um colapso com aquele garoto.

– Eu ia ficar naquele hotel onde te encontrei, mas não tinha dinheiro o suficiente. Sabe, ainda bem que não fiquei, a moça da recepção não era nada legal e fazia uma cara assim. – ele imitou uma cara de bravo, fingindo mastigar um chiclete. – Parecia estar com dor de barriga. Mas não tem problema, eu encontrei umas pessoas muito gentis que moravam na rua, talvez me deixem ficar com eles até receber meu primeiro salário.

Jimin apenas o encarava, completamente pasmo e sem palavras. Sua salvação foi o celular tocando no bolso da calça.

– Alô? – disse ao atender. – Não... Tudo bem, já estou indo.

– Quem era? – perguntou Tae. – A voz superior do telefone?

Jimin arqueou uma sobrancelha.

– Não... Era o Jeongguk. Ele marcou uma reunião de emergência daqui à 20 minutos.

A menção ao nome de Jeongguk fez as bochechas de Taehyung esquentarem. Ele pigarreou e escondeu um sorrisinho mordendo uma batata. Jimin não percebeu já que estava mexendo em algo no celular.

– Você mentiu para mim, Jimin-ssi! – exclamou Taehyung de repente, atraindo a atenção de Jimin. – Você disse que o Chefe Jeongguk era feio e horroroso e medonho e terrível, mas ele não é nada disso!