Onde Deve Estar

2.3K 339 236
                                    


Olá, Oi! 

Ufa, finalmente consegui terminar esse capítulo. Foi o mais difícil de escrever até agora, então deem muito carinho a ele ❤️

Boa leitura!! 

✿✿✿


Jeongguk estava com um enorme buraco na mente, como se alguém tivesse entranhado os dedos em sua cabeça e retirado as memórias da noite do karaokê.

Ele se lembrava de estar lá, obviamente. E também lembrava de ver Taehyung cantar - essa memória sondava sua mente desde que acordara domingo de manhã, confortável em sua cama, com Garrinhas sobre sua barriga e um remédio pra ressaca na mesa de cabeceira. Depois, era tudo um borrão azul e vermelho com gosto de álcool.

Jeongguk passou o domingo inteiro pensando nisso. Agora, na segunda-feira, se afundava em papeladas do trabalho e no planejamento do desfile para esquecer.

Cenário da boca de cena.... Passarela... Luz e som...

– Bom dia, Sr. Jeon! Lindo dia hoje, não é? – era Lian-chi, entrando sem nem se dar ao trabalho de bater.

Jeongguk olhou para trás, visualizando a paisagem de Seul pelas enormes janelas de sua sala. Poluição, céu cheio de nuvens cinzentas sem nenhum mísero raio de sol. Tinha chovido mais cedo, então uma névoa úmida se condensava no asfalto e nos vidros.

Se ele pedisse para Taehyung descrever aquele dia, ele diria "Espantosamente horrendo, indigno de admiração e incapaz de oferecer inspiração".

Ele voltou-se para Lian-chi, aborrecido.

– O quê é agora?

– Não pretendo tomar muito do seu tempo. – falou ele. Mas, contrariando sua declaração, se sentou preguiçosamente na cadeira em frente à mesa de Jeongguk, esticado como um gato. – Sou uma pessoa ocupada, você sabe. Mas queria te dar uma coisa.

Lian-chi revirou o bolso do casaco acolchoado com estampa militar e retirou um punhado de polaroides, colocando-as à mesa de Jeongguk. Ele gesticulou para Jeongguk pegá-las.

– O quê é.... – mas as palavras morreram na ponta de sua língua. Assim que deu uma olhada mais de perto, percebeu que não eram apenas fotos polaroides comuns.

Eram fotos de Taehyung.

Ele estava todo de branco, um constraste com o fundo escuro. Uma coroa de flores pousava delicadamente sobre seus cabelos azuis e um sorriso enorme, do tipo que fazia seus olhos se tornarem meia-luas luminosas, despontava de seus lábios rosados. Ele não estava realmente posando para ser fotografado, percebeu Jeongguk. Não. Aquelas fotos foram tiradas espontaneamente.

Eram todas assim. Dele sorrindo, olhando para longe da câmera, distraído, se espreguiçando, bocejando, arrumando a coroa de flores em sua cabeça. Jeongguk havia visto as fotos de estúdio que o fotógrafo lhe mandara e eram ótimas. Mas aquelas ali, em suas mãos, eram obra-prima.

Jeongguk ergueu um olhar inquisidor para Lian-chi, que deu de ombros.

– Pedi para um dos fotógrafos tirar essas instantâneas. Achei que você fosse gostar pra... Sei lá... Usar de inspiração para suas próximas criações? Modelo? Musa? Que seja...

Ele tinha um sorriso particularmente irritante na boca volumosa. Jeongguk estreitou os olhos.

– Aprecio sua boa vontade. – disse Jeongguk, um quê de ironia na voz entediada.

Lian-chi fez uma reverência exagerada, dando passos para trás.

– Sempre pronto pra ajudar, Sr. Jeon.

Jardim de Papel (taekook ABO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora