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capítulo 36

- Então não acharam quem fez aquilo tudo? - a voz de Catherine resmungando me chama a atenção.

- Não. - Blásio nega.

- Impossível! - a loira se zanga, jogando o corpo na poltrona. - A menina do colar, Rony Weasley, não é possível que não tenham nenhum indicado a culpa.

- Vai ver esse culpado esta em nosso meio e ninguém sabe. - murmurei distraída e os dois me olharam assustados. - Não. Eu falei errado. É que, pode ter sido dentro da escola, alguém que consiga andar por Hogwarts sem ser notado.

- Acha que existe alguém aqui que serve a você-sabe-quem? - Blásio perguntou em sussurro.

- Não viaja, Zanbini. - Catherine revirou os olhos. - Nenhum aluno é capaz de virar comensal e se tiver alguém para duvidar, que seja o professor Snape.

Blásio ficou em silêncio juntamente de nós e me observa esperando qualquer resposta minha.

- Eu não sei, ok? - indaguei. - O importante é que esses ataques pararam. Seja quem for, percebeu que enquanto Dumbledore cuidar dessa escola, nada vai destruir isso aqui. - completei e eles concordaram.

De fato, nada tocará Hogwarts enquanto Alvo Dumbledore estiver no controle dessa escola.

Ah, uma semana já se passou desde aquele dia no quarto dele... De Draco Malfoy. Aquele maldito dia após ele falar coisas surpreendentes no final de uma festa na sala comunal.
E eu não o vi mais, em nenhum desses setes dias, eu não senti seu cheiro pelos corredores, sua presença firme com um terno preto, nem os boatos que sempre correm ou das garotas de todas as casas o desejando.

E confesso, senti falta durante todos esses dias. De o encontrar na sala comunal e escutar suas provocações ásperas, de observar suas expressões e o seu olhar que percorria meu corpo todo quando estávamos em público da forma mais simples possível porque mais ninguém além da gente poderia saber disso.

Nesses setes dias, pensei várias vezes em ir até o seu quarto e o beijar intensamente, ficar por horas ali até sentir meu corpo fraquejar e bambear. Mas não fui.

No segundo dia após tudo isso, contei a Catherine detalhe por detalhe de tudo que tive com Malfoy e ela ficou surpresa por não saber ou imaginar metade das coisas. Ela também disse que já sentia pela forma que ele me olhava e me cuidava.

"Não é qualquer pessoa que faz
Draco Malfoy virar uma babá
a madrugada toda por uma
bêbada"

Escutei muitas coisas desse tipo vindo de Catherine e apenas me faziam rir.

E depois de analisar quase tudo, eu tive que confessar. Ele me tratava diferente e eu fui uma idiota por não perceber isso, mais idiota ainda por sentir sua falta.

{...}

Mais uma semana passou e dentro dela meu coração apertava mais ainda, eu não o vi e a única coisa que sei dele é que Zanbini o viu bêbado pela comunal na madrugada, segundo o moreno, ele estava mais magro, com olheiras e um olhar exausto.

Draco Malfoy não frequentava mais as aulas e não ia ao salão principal em nenhuma refeição.

E eu posso ser muito egocêntrica agora mas não acho que isso tudo seja por causa de mim, por causa da gente.

Suspirei pesado sentindo um peso em meus ombros e uma dor invadir minha cabeça arrancando qualquer pensamento que me levasse para longe, era insuportável ao ponto de me fazer querer gritar, sussurros em meu ouvido como um chamado, o mesmo chamado.

O das trevas.

Me encolhi na poltrona e apertei minhas mãos contra minhas próprias orelhas para tentar desfazer qualquer sentimento ruim, o que foi falho.

Chorei em desespero e como um toque de mágica, passou. A dor e agonia passou.

Respirei fundo, me aconchegando na poltrona da sala comunal e encontrando no outro lado do ambiente, o dono dos olhos azuis que continuavam sem vida.

Apenas eu e ele ali.

Depois de duas semanas.

Apesar de tanta solidão em seu corpo, a sensação de alívio ao vê-lo me fez sorrir de lado quase inexistente, meu coração acelerou e eu apenas me forcei a não demonstrar minha pele arrepiando com sua presença.

Seu olhar era vazio e pediam por socorro, mesmo assim não pude de notar a varinha em sua mão enquanto me olhava. Ele tirou aquela agonia de mim? Ele conseguiu tirar você-sabe-quem da minha mente?

Antes de qualquer reação o loiro sumiu entre as escadas dos dormitórios me deixando novamente sozinha.

Sem ele.

1 mês depois...

Depois daquela noite meus sonhos e a entrada de Voldemort em minha mente se tornou mais frequente, e a cada vez parecia doer mais, como uma bomba dentro de mim que a qualquer segundo me matasse.

Catherine me pegou de surpresa na noite passada com uma conversa tão simples que pareceu ser idiota.

"Não sente falta dele?"

"Que? não, o Draco Malfoy
foi apenas um lance"

"Mas eu nem estava falando dele..."

A loira terminou com um sorriso leve e entre pulinhos gritava o que no fundo eu sabia mas que por medo não dizia, eu tenho sentimentos pelo loiro babaca.

Eu sentia falta dele e isso era perceptível em cada lugar de Hogwarts que eu chegava, eu o procurava.

Merda, eu fui uma completa tola.

Meus gritos ecoavam no quarto, a dor e os sussurros de você-sabe-quem em minha mente me atormentavam.

Eu chorava inconscientemente enquanto sentia todo o meu corpo fraquejar, a cada vez que isso acontecia ficava pior.

Ele parecia gritar dentro de mim que eu retornasse a ele, que no seu lado era o meu lugar e que eu estaria segura, eram horríveis e eu apenas queria que parasse.

- Por favor... Eu... Eu não aguento mais. - choraminguei ajoelhada no chão do quarto, tampando os meus ouvidos. - Faça parar... Eu implo...Ro...

Meu corpo parecia ser rasgado por adagas e meu sangue corria apressado em minhas veias enquanto eu chorava incondicionalmente.

Eu só queria fazer parar, era só isso.

Eu estava sozinha no quarto, estava rolando uma festa na torre mais alta da grifinória então todos estavam lá.

"Junte-se a mim, herdeira."

A

s vozes me perturbavam seguidamente e uma risada fina e agonizante.

Me rastejei com a pouca força que tinha, esticando meu braço para abrir a porta com o ferro gelado da maçaneta, dando de encontro ao corredor vazio onde consegui me erguer caminhando em direção a sala encostada sobre as rochas da parede.

Caminhando e tentando enxergar alguma coisa com minha visão turva das lágrimas.

Por dois meses eu aguentei isso, por orgulho ou medo mas a única vez que isso passou como um passe de mágica... Eu precisava daquilo agora ou eu morreria no meio do caminho.

Minhas pernas frequenjavam a cada passo entregue, eu tinha visões horríveis de sangue.
Sangue em minha mão, meu rosto, em cada lugar que toquei.

Subi as escadas do dormitório masculino em tropeços e sussurros em minha mente me agonizando, cada passo era como pisar em vidro afiado, doía tudo e antes mesmo de chegar perto da porta, eu senti minha visão embaçar e escurecer na mesma medida que meus joelhos encontravam o chão me fazendo cair sobre ele, sentindo toda a dor percorrer e depois de segundos tudo sumir, passar e apenas o cansaço estar em mim.

Eu não sentia mais dor, os sussurros ou a agonia.

Foi como um passe de mágica...

Slytherin HeiressOnde as histórias ganham vida. Descobre agora