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~ Draco Malfoy ~

Um sorriso forma em meu rosto ao lembrar-me do rosto impecável de Ana. Infelizmente não consegui trazer tudo que fiz dela, mas o pouco que trouxe, é o suficiente para não esquecer de nenhum detalhe seu.

Era reconfortante saber que algo me tinha por completo mas ao mesmo tempo doía pensar que aquilo acabou e que não a terei em meus braços novamente.
Mais uma dor, junto de todas as outras que formaram cicatrizes em meu corpo, me trazendo a realidade, cruel e torturante.

Mesmo distante, tentei saber como Ana estava e infelizmente descobri que ela foi embora de hogwarts, agora, sem nenhuma notícia da garota.

Os tempos haviam mudado, o clima estava tenso e Lord Voldemort só precisava da Blackwood para iniciar seu ataque principal, a guerra bruxa.
Ela parece ser bem mais importante do que pensa, já que agora por estar distante e sem ideia de onde encontrá-la, o Lord está mais fraco.

Todos os dias, comensais andam e vasculham cada centímetro de terra a procura dela e infelizmente, também estou sendo convocado para isso. É claro que toda a tortura que sofri não foi o suficiente e ainda sinto dores em todo o meu corpo junto dos tremores, mesmo assim, Voldemort insistiu que eu estivesse em pessoa na reunião de hoje.

Saio dos meus pensamentos com um pisão em meu pé feito pela varinha de Lucius sentado ao meu lado, o velho me olha ranzinza e logo encolhe os ombros ao sentir a mão gélida do Lord em seus ombros pedindo por sua varinha.

A procura pela varinha das varinhas também não parou.

~ Ana Sophie ~

Algumas semanas já se passaram e a sensação de tédio prolongou dentro dessa casa, um perfeito confinamento, exceto pelas tentativas falhas de jogar quadribol dentro de casa, e foi assim que Jack conseguiu quebrar o quadro do nosso tataravô, com certeza não contamos ao nosso pai, só o guardamos em algum baú antigo.

Charlotte tentava tirar esse clima entediante com suas maravilhosas comidas, enquanto meu pai sempre brincalhão e acolhedor.

E mesmo ali, segura, amada, eu sempre sentia que faltava alguma coisa, ou melhor, alguém.

Ficar acordada pela madrugada virou costume, meus sonhos e conexão com Voldemort haviam diminuído sem explicações, no entanto, todos os dias eu me encontrava com o loiro dos olhos azuis acinzentados em minha mente. Sempre eram sonhos muito reais, alguns fantasiosos e completamente bom, já outros, eu o via morto em meus pés e podia jurar que a morte também me perseguia.

Observava o sol nascer pela enorme janela enquanto praticava algum feitiço, treinava ou choramingava pela casa.

É torturante amá-lo e principalmente saber que não vou tê-lo por perto.

Eu escrevia cartas que nunca seriam enviadas e entregues, me declarava, o xingava e ainda continha marcas de choro, eu apenas o queria.

Anseio por notícias.

2 meses depois...

Os ataques continuavam, cada dia eram mais mortes, mais destruição e mais ameaças.

Meu rosto estava magro, eu perdia constantemente a vontade de comer, de sair do quarto. Sinto isso dos outros que também estão nessa casa.

Consegui colocar uma grande poltrona posicionado em frente a janela do meu quarto e aquilo virou meu lugar favorito por todos esses longos meses que pareceram ser anos.

Aos poucos a dor passou, mas, nunca sumiu.
Em dias eu sentia raiva.
Outros, tristeza.
E na maioria, ódio.

Acho que aprendi a ressignificar meus sentimentos de uma forma errada.

Slytherin HeiressOnde as histórias ganham vida. Descobre agora