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— O Lord das trevas está chegando. - a voz doce de Narcisa ecoa na mesa extensa e quase vazia. — Querida...

Seus olhos me encontram e me fazem sair de devaneios.
Enquanto todos estavam sentados, eu permaneci de pé observando o chão com minha visão trêmula.

Depois de ter sido enfeitiçada por Alice, Narcisa me abrigou em um quarto da mansão, me ajudou com as dores e algumas poções de cura, me alimentou e forneceu roupas para um banho e a troca das minhas antigas.
Eu ainda estava abaixo do meu peso, sentia pontadas no peito ao respirar e me sentia fraca, mas nada que um olhar mortífero de Bellatrix Lestrange para me fazer fingir estar sã.

Na mesa, estavam sentados, Narcisa e seu esposo, Bellatrix, Alice, Dolf e mais uns trinta comensais da morte. A cadeira principal da mesa estava vazia, logo seria ocupada por Voldemort.

Um barulho começou a serpentear pelo salão e logo a grande Nagini apareceu com seus olhos famintos, dessa vez, ao passar por minhas pernas, sua cabeça ficou inclinada para baixo como forma de rendição.

Atrás dela, em passos vagarosos, Voldemort aparecia com seus olhos em tons de vermelho e sua pele feia esverdeada.

— Vejo que foi bem acolhida. - ele quebra o silêncio do salão com um tom sarcástico.

Com certeza ele sabia das coisas em que Alice havia feito comigo.

— Venha até mim, Evans. - Voldemort diz estendendo a mão.

Mesmo relutante, meu corpo respondeu. Fui em passos lentos e logo fiquei de frente ao temido Lord das trevas.

Suas mãos mais parecidas com garras estendeu em minha cabeça e naquele momento senti como se várias espadas estivessem furando meu crânio.
Voldemort acabava de invadir a minha mente, passar por cada memória e cada momento, dos mais fúteis aos mais importantes. Enquanto ele rastejava por minha cabeça, uma dor seguia alastrando meu corpo como uma tortura, eu podia sentir ele fraquejar e tenho a certeza de que gritos eram escutados pelo demais do salão.

Por sorte, minha oclumência praticada com Severo Snape foi útil, consegui dispersar alguns dos meus pensamentos e anular meu romance com Draco Malfoy para que Voldemort não soubesse.

Suas mãos se distanciam da minha cabeça e eu sinto uma tontura acompanhada de uma forte dor de cabeça me invadir, meus olhos estreitam e eu noto um sorriso orgulhoso de Voldemort em minha frente.

Enquanto estava em minha mente, eu podia ouvi-lo falar comigo, como se tentasse de um jeito que ninguém mais ouvisse.

"seja minha aliada..."

"me garanta sua lealdade e estará segura..."

"terá todo o poder do mundo em suas mãos..."

— Tenho minhas condições. - quebrei o silêncio e até Nagini parou de chacoalhar sua língua para cima dos comensais.

— Quais seriam? - Voldemort pergunta curioso ainda em minha frente.

— Quero que me garanta a segurança da minha família. - respondi. — Terá minha lealdade se minha família estiver em segurança.

— Não posso promet...

— Minha lealdade por isso, Lord. - ironizei seu nome e ele me olhou raivoso. — E sem marca negra em meu braço.

— Achei que seria apenas uma condição. - Bellatrix fala e recebe uma advertência de Voldemort.

— São duas. - respondi brincando com a morte. — Apenas essas e lutarei ao seu lado. Prometo minha lealdade.

— E como posso saber se é leal a mim? - Voldemort diz com raiva e prepotência.

Slytherin HeiressOnde as histórias ganham vida. Descobre agora