Nos Braços De Apollo

Dez

Eu ia saindo com a tesoura de cortar tecido em mãos, ela é toda de ferro e tem as duas pontas afiadas.
– Disgramada...
Escuto o Raphael me xingar, volto alguns passos e ele está me olhando de baixo.

– Tá querendo apanhar um tiquinho mais? Num deu não?
Só de brincadeira aponto a tesoura para ele.
– Tá querendo ficar sem os colhões? – Abro e fecho a tesoura enquanto o homem esbugalha os olhos e se encolhe protegendo as partes íntimas.
– Sai daqui sua louca.

Solto minha melhor risada, e saio da pequena cozinha entrando no quarto e trancando a porta.
– Mô o que aconteceu, você veio buscar as toalhas e não voltou.
É a voz aveludada da Micaella.
– Eu caí e bati o rosto vida, me ajuda a Levantar.
–Vem meu neném.
Imito vômito com o dedo, alguns minutos depois saio do quarto com o que restou da calça jeans, a blusa eu também cortei e transformei em um top, fiz um short minúsculo, ainda bem que a calça era bem apertada, quando chego na praia, os homens estão sentados em suas cadeiras  tomando  cerveja, Micaella toma uma bebida colorida com frutas, passo por eles.

– Vai ficar olhando pra bunda dela? Vai lá, ficar com ela.
Escuto Micaella falando mas ignoro e caio na água salgada do mar, limpo meus pensamentos, então sinto algo tocar minhas pernas, me assusto e fico paralizada, olho para todos os lados, e não vejo nada, só para em seguida sentir a presença de Apollo antes mesmo de ver o moreno gostoso.
– Você não deveria ter entrado na água, bebida e mar não combina, vice.
– E tu acha que eu ia perder a oportunidade de te ter molhadinha em meus braços?
Ele está cada vez mais perto, para disfarçar a atração que sinto por ele jogo água em seu rosto.
– Aah é assim é? – ele fala e revida jogando água no meu rosto também,  mergulho e dou a volta nele ficando por traz então jogo água nele com as duas mãos, nós rimos e ficamos nessa brincadeira.
– Isso não vai ficar assim.
Ele se vira rápido e ficamos cara a cara, seus lábios estão muito próximos, antes que eu pense demais, cubro a distância e passo minhas pernas por seu quadril.
Sinto Apollo roçar sua ereção em minha boceta e a frustração por estarmos com roupa me causa uma impaciência.
– Não vou suportar isso por mais tempo, Rayssa, mas não quero você aqui, vamos para o quarto, estou ficando louco.
Acho que meu juízo foi pro espaço pois me vejo concordando.
Saímos da água e não vejo o casalzinho vinte, talvez eles tenham ido embora.
Murcho ao entrar na cabana e encontrar os dois se agarrando no maior amasso, ela sobre a bancada e ele entre suas pernas, eles não percebem nossa presença.
Apollo que segurava minha mão, solta e vai até a geladeira, só então eles percebem nossa presença, saio da cozinha um pouco constrangida.
–Oi... – levo a mão ao coração acelerado pela aparição repentina.
–Cruiz credo minina de onde você veio.
A moça aponta a frente da casa sorrindo abertamente.
– Prazer Melissa, mas pode me chamar de mel. – seus olhos brilham.
–Prazer Rayssa. – sorrio amigável.
– Quem te trouxe para esse paraíso no fim do mundo?
– Apollo –  respondo encabulada com seu jeito aberto e espontâneo.
–Sim, imaginei, aquele pretinho gostoso, sonho de consumo da mulherada. – Ela sorri divertida.
Andamos até a praia, me lembro da conversa dos amigos do Apollo, essa é a tal Melissa que eles estão querendo apresentar ao meu moreno... “Epa Rayssa de onde você tirou que ele é seu, sua abestalhada?”
“De lugar nenhum, dá um tempo”
Encerro minha conversa com o inconsciente ao ouvir a voz da  Melissa.
– Passei direto pra cá, assim que vi essa maravilha de praia, deu até vontade de nadar pelada, você já nadou pelada Rayssa?

– Não, nunca. –  nunca fui muito aventureira.
– Não sabe o que está perdendo, vem vamos achar um lugar que não dá pra ver da casa.
– E se vier alguém? Não quero ser vista sem roupas por seus amigos.
–Ah deixa que vejam, somos belas mulheres, no máximo vão admirar nossos traseiros, ou vão ficar com inveja, não ligo pra nenhuma dessas opções, não seja tão certinha, você não é evangélica é?
– Não, meus pais são devotos a nossa senhora de Fátima, eu rezo de vez em quando mas não sou muito religiosa.
Nos afastamos da vista da cabana e a Melissa tira as roupas, é uma mulher bonita, a pele branca tipo cera, os olhos pretos e cabelos lisos da mesma cor, ela se vira de costas e mostra uma tatuagem de um dragão que começa na nuca e chega até o cóccix, é magra.