Capítulo 31

2 0 0
                                    

Fecho a porta assim que o advogado vai embora e olho pra mainha, que está com lágrimas nos olhos.
– Ôh mainha não fica assim não minha bichinha. – a abraço.
– Deus é fiel mia fia. – ela fala enquanto sinto seu cheiro gostoso, sua pele macia.
– É verdade mainha.
– Vamos ter de volta nossa casinha.
Ela me abraça retribuindo meu carinho, o dinheiro será transferido pra minha conta assim que o advogado entregar os papéis ao juiz, não entendi o porquê da burocracia, mas não reclamo, pouco tempo depois que o advogado sai Apollo me liga.
– Oi gostosa, o motorista te espera lá embaixo, ele vai te levar a um lugar.
– Oxe pra onde?
– Apenas vá, confie em mim.
Ele desliga.
– Oxente quanto mistério.
– Que foi mia fia?
– Apollo pediu que eu fosse em algum lugar com o motorista.
– Oxe então, o que cê tá fazendo aqui? Vá, vá logo que deve ser coisa boa.

Desço pelo elevador e no estacionamento  entro no carro desejando uma boa tarde ao motorista, olho a hora no celular e falta cinco minutos para as duas da tarde.
O carro para no shopping e sou escoltada por duas muralhas.
– Por aqui, senhora.
Entramos no shopping e eles me guiam até um salão de beleza, sou abordada por um rapaz de pele preta e cabelos cacheados, sorriso bonito de covinha.
– Boa tarde, senhora.
– Boa tarde.
O rapaz muito educado e simpático me atende.

– Vai fazer um corte, hidratação, pintar?
ele ignora a forma que estou vestida como se já soubesse que eu viria assim.
– Eu não estava preparada, mas não quero que corte, nem pintar, apenas hidratação.
– Nem as pontinhas? – pelo espelho ele toca meus cabelos de forma displicente.
– Nossa que cabelo macio, bonito. – seu olhar muda pra interesse. – que linha você usa?
Não tenho vergonha de dizer a marca de shampoo de supermercado, ele me ignora como se eu o tivesse xingado, e começa a trabalhar no meu cabelo, não aceito que tire nem as pontinhas, já vi gente saindo careca do salão por permitir só a pontinha, e no meu cabelo quem chega perto com a tesoura é só mainha, quando ele termina meu cabelo parece mais claro, mais liso e mais volumoso.
– Só precisava de um pano melhor pra parecer uma diva do cinema.
Ele fala debochado mas eu gosto do seu jeito.
– Brigada, eu acho.
– Oxe, de nada, volte sempre.
Saio leve, com cabelos esvoaçantes e unhas pintadas de vermelho vivo, e apesar da careta ao ver meus pés a manicure nada disse, pelo visto Apollo deve ter comprado o shopping com o salão dentro e ameaçou mandar todo mundo que me maltratasse embora.
“Eita homi arretado”
Ao chegar em casa ainda tenho tempo para tomar banho, mas antes passo um creme depilatório nos cambios, assim que termino de me arrumar pego minha bolsa e desço, pois está na hora da faculdade, encontro Brenda na entrada, e me parece pensativa.

– Oi...
–  Oxente viada, o que houve ganhou um dia no SPA foi? 
– Não, passei a tarde no salão de beleza do shopping. – falo como se fosse algo corriqueiro.
– Lá ela, toda chiquetosa, daqui a pouco não vai nem querer uma amiga pobi.
– Para de besteira, abestada, onde nesse mundo que eu não ia querer ser sua amiga.
– Ainda mais uma amiga foda, verdadeira como eu, visse.
– Tu é dez, mas parece meio borocoxô ... – ela balança a cabeça.
– Conheci uma pessoa, e ele não quer que ninguém saiba que estamos saindo.
– Por que? – Não sei se gosto disso, minha amiga vibrante está muito quieta.
– Ele diz que é pra ninguém estragar, assusta só.
– Oxente, ninguém quem? Tudo bem que minha vida virou de cabeça pra baixo depois que a louca da Patrícia descobriu que o Apollo estava comigo, mas eu não me arrependo, Apollo foi homem o suficiente para assumir eu e minha família como se fosse responsabilidade dele.
– Você e Apollo é diferente, e ainda não tivemos nem o tchaca tchaca entende? Ficamos só no esfrega esfrega e na hora que ele tenta avançar eu recuo.
– Oxente bichinha, por causa de quê isso agora?
– Eu... Ah Ray, na verdade eu ando insegura depois que meu noivo me colocou umas gaias com outro cara.
– Vixe Maria, mar tu é maravilhosa amiga, não acredito que vai ficar se importando com aquele borracha fraca, isso não pode, você tem que levantar a cabeça, você é linda, ele que não prestava, visse.
– Como é que levanta a cabeça com esse tanto de gaia que eu tô carregando amiga? Foram sete anos, sabe o que é esperar sete anos um pedido de noivado e quando ele vem, chega junto com um bando de chifres, em pensar que aquele inútil foi meu único, dá vontade de grr...
– Bola pra frente, e esse outro, vai com calma visse.
– Tô indo, com muita calma, ele até tentou pegar na minha piriquita, mas eu não deixei.
– Vixe amiga toma cuidado senão ele te pega a pulso, visse.
– Ele num é nem doido, eu viro no Jiraya.
– Espia, visse.
–  Vou chegar alí nega, boa noite. –Ela se despede
– Boa noite, gata.
Vejo minha amiga ir em direção a parada de ônibus e a chamo de volta.
– Quer uma carona?
– Não mana, eu vou de ônibus.
– Tem certeza que quer ir praquelas brenhas de ônibus.
– Tenho, gradicida.
–  Inté amanhã então.
– Inté.
O carro luxuoso que veio me buscar sai devagar, deslizando pelas ruas asfaltadas de Recife, amo minha cidade e tenho orgulho de pertencer ao nordeste, meu sotaque é motivo de riso para muitos, mas também motivo de alegria para nós, no banco de trás assisto os prédios comerciais, e residenciais, não sei para onde estão me levando, mas tenho certeza que Apollo estará lá, passamos pela Avenida Conde da Boa Vista, as sombras noturnas de algumas árvores me deixam na total escuridão por segundos e  trazem um pouco de luzes para dentro do veículo de vidro escuro, passamos por baixo da passarela do shopping boa vista, o carro entra no estacionamento do shopping que a essa hora está fechado, passamos pela entrada e sou guiada para o elevador, quando as portas se abrem, vejo toda a praça de alimentação, o local está escuro, um arrepio corre por meu corpo, um pouco exitante ando entre algumas mesas, um caminho de lanternas aparece em meu campo de visão, mas antes de chegar nele uma moça uniformizada me intercepta.
– Boa noite senhora Rayssa, antes que vá para o restaurante preciso que me acompanhe.
Entramos em uma loja de roupas de marca e ela pega um vestido longo, vermelho com uma fenda na coxa, de alcinhas e decotado, me entrega, vou no automático para o provador, visto o vestido e me olho no espelho, pareço outra pessoa, totalmente sexy, fatal, os cabelos castanhos agora um pouco mais claros brilhando, descendo por meu busto e costas em uma longa cascata até a cintura.
A moça abre a boca quando entra no provador com um par de saltos nas mãos, me entrega olhando atentamente para o meu corpo, vejo admiração em seu olhar, pego o par de salto alto e me sento no estofado, expondo minhas pernas lisas, calço o salto e não acredito muito que sou eu do outro lado do espelho, a maquiagem leve destacando os lábios com batom vermelho escuro, desço meus olhos por meu corpo, a cintura fina, o quadril largo, os seios parecendo maiores, são arredondados, as coxas grossas, não vou negar, estou bonita, e se sair desse jeito sei que Apollo  vai querer me jantar primeiro.
Assim que volto para ao corredor de luzes do restaurante, escuto uma música de violino e piano, passo pela porta deslizante e o salão do restaurante tem apenas uma mesa no centro, com velas amarelas, o salão repleto de flores, exalando um perfume leve  dando ao ambiente uma aura de magia.
Assim que me vê Apollo se levanta, seus lábios se abrem, seus olhos brilham, abro meu melhor e maior sorriso.
– Boa noite senhorita, devo confessar que está maravilhosa, a vontade que tenho é de te levar para um quarto e fazer tudo que tenho em mente.
Ele pega minha mão e a beija, o cavalheirismo sendo quebrado pela declaração escandalosa.
– Muito obrigada meu gentil senhor.
Ele sorri largamente, e como se ainda fosse possível me apaixono mais um pouquinho por ele, que arrasta a cadeira num convite.
– Se eu não tivesse preparado essa noite, esse jantar...
Apollo pega o vinho de dentro do balde de gelo que está sobre a mesa e se serve, em seguida me serve.
– Me diz como foi seu dia.
– Assinei os papéis que o advogado levou, e o valor caiu em minha conta, fui ao salão de beleza.
– Como foi no salão?
– Foi ótimo, cuidaram bem de mim.
Apollo pareceu satisfeito, e tomou um gole do vinho, seus lábios ficaram vermelhos, suculentos, evitei olhar demais para eles, não queria passar a noite toda me contorcendo de tesão por ele, porém não foi possível, assim que olhei novamente ele estava com um dos lábios entre os dentes brancos, cruzei minhas pernas e olhei em seus olhos que estão da cor do fogo, deu para perceber mesmo o ambiente à meia luz.
– E depois fui pra faculdade, hoje teve prova e uma apresentação, e como foi seu dia?
– Trabalhei bastante, resolvi algumas pendências do resort e amanhã vou pro hotel. – O mesmo hotel que eu tenho a entrevista amanhã? Isso não vai dar... “chega de pessimismo Rayssa.”
Ele faz um sinal de cabeça e um rapaz, ruivo e com o rosto coberto por sardas se aproxima com um carrinho com pratos, coloca nosso jantar na mesa.
– Gosta de frutos do mar?
– Gosto, mas nunca comi isso aí, e não sei se meu estômago vai aceitar.
Olho para as ostras e sinto meus estômago embolar, Apollo sorri levemente, se levanta e traz sua cadeira para o meu lado.
– Feche os olhos coração. – ele sussurra no pé do meu ouvido e meu corpo reage no mesmo instante, fecho os olhos e sinto seu toque sob meu queixo o levantando.
– Abra a boca e engula tudo de uma vez, deixe deslizar por sua garganta. – uma de suas mãos tocam minha coxa nua,  quase na junção entre meu sexo, combinado com sua voz rouca e sussurrada quase me faz chegar ao limite, cruzo as pernas sentindo a umidade entre elas, esqueço que pode ter alguém vendo, engulo em seco e obedeço, abrindo a boca, meu corpo queima de tesão, tento a todo custo controlar a respiração, ele encosta algo em minha boca e me preparo pra sentir o gosto de algo mole nojento e pegajoso, mas  meu paladar explode com o sabor do mar misturado com limão e desliza por minha garganta deixando uma sensação de que falta mais, um sabor único, mas no momento seguinte nada disso importa pois a mão do meu namorado desliza entre minhas pernas que se abriram sem que eu percebesse, na mesma hora minha boceta encharca um pouco mais e tenho medo de molhar o vestido já que a calcinha já foi pro pau, e um choque de antecipação percorre do mais profundo da minha intimidade, algo doloroso e prazeroso.
– Humm que delícia. – gemo ignorando o mundo a nossa volta, menos Apollo, que também geme baixinho no meu ouvido.
Sinto o líquido escorrendo em minha calcinha, os dedos dele se infiltram sob o vestido e tocam a fina camada de tecido.
– Não feche as pernas, humm delícia, molhadinha, quero beber você mais tarde, chupar todo esse suquinho.
– Ôh Apollo não faz isso. – choramingo.
– Feche os olhos novamente. – obedeço e chupo fazendo um pouco de barulho, a iguaria escorre por minha garganta, demoro um pouco e abro os olhos na direção de Apollo e nossas pupilas se encontram e a dele está completamente dilatada, apena uma pequena linha amarela, denunciando sua cor.
– Vamos sair daqui. – falo tentando soar sedutora, mas me sinto ridícula.
– Você precisa comer, vai precisar de energia. – as ostras acabam porém a excitação aumenta, nunca imaginei que ficaria excitada vendo alguém comer, o risoto de camarão está muito saboroso, acompanhado do vinho, minha boceta chega a bater palminhas a cada garfada que Apollo coloca na boca e ele faz tudo demoradamente, mal consigo comer, sei que estou vermelha, um pouco suada e muito melada, não vejo a hora desse jantar terminar.

Nos Braços De Apollo Where stories live. Discover now