Capítulo 34

20 3 0
                                    


– Boa tarde, sejam bem vindos ao Razanne... –  um senhor idoso se aproxima de mãos dadas com uma senhora.
– Boa tarde! Senhor Ulisses, senhora Anastácia. – Sorrio para os dois, os achando lindos, Danilo já havia me dito seus nomes e como eles gostam de serem tratados.
– Me acompanhem por favor. – os acompanho até a mesa reservada em seus nomes e volto ao meu posto.
– Oi, senh...– acho estranho todos me chamarem de senhora.
– Nada de senhora, meu nome é Rayssa e se eu não estiver enganada, temos quase a mesma idade.
– Sim, sen... Rayssa, o senhor Apollo reservou a suíte 1523 e liberou duas horas de descanso, e quando precisar de tempo para estudar... – me assusto com a notícia.
– Mmmaas. – ele sorri irônico.
– São ordens do chefe do seu chefe, e tem mais, você está livre para fazer qualquer tipo de refeição aqui no restaurante.
Um suor frio desce por minhas costas, não quero ser tratada com deferência, Apollo exagerou, todos vão me odiar.
– Só um instante Danilo, preciso fazer uma ligação.
– Hello... – sua voz soa rouca do outro lado da linha.
– Oi...– sua respiração ameniza meu nervosismo.
– Rayssa, estou um pouco ocupado se você puder ser breve e direta.
– Não quero que você interfira no meu trabalho e não quero regalias, meus colegas vão me odiar...
– Não, vão não, eu mando nessa joça, Ray amor, você pode simplesmente não usar a suíte,  a liberdade pra estudar a hora que for necessário, quis apenas cuidar de você.
– Eita! Se é assim, quem sou eu pra negar os cuidados de meu namorado. – ele respira fundo.
– Mais tarde a gente conversa, estou em reunião, beijos.
– Beijos...– ele desliga e eu fico ansiosa por poder apenas ouvir sua voz.
Trabalhei o resto do dia pensando na atitude do meu namorado, foi fofo ele dizer que quer cuidar de mim, mas foi um pouco seco dizendo que está sem tempo, mas eu entendo, uso meu intervalo para conhecer a suíte 1523, o lugar é espaçoso, luxuoso em tons claros, pouco menor que a cobertura, a diferença é que não tem piscina e sim uma banheira de hidromassagem que cabe umas seis pessoas, uma porta de vidro divide a área de lazer da suíte com uma cama gigantesca no meio, o closet cabe uma loja de roupas completa, o banheiro também é grande, com armários, um mini escritório onde eu coloco minha bolsa, que havia pego no alojamento dos funcionários.
– Senhora, gostaria de saber se precisa de alguma coisa.
Uma moça, jovem e bonita de cabelos crespos e pele clara pergunta quando abro a porta, para minha surpresa os dois seguranças estavam do lado de fora, pareço mais hóspede que funcionária não sei se fico estressada ou aliviada, pois a Patrícia sumiu.
– Não obrigada... – leio seu nome no crachá – Yara.
– Às ordens, se precisar de qualquer coisa é só chamar... – ela sorri tímida.
– Tá bom, obrigada.
Yara sai e eu fecho a porta indo direto para o meu material, estudo enquanto como meu almoço, faço pesquisa pelo celular para entender parte da matéria, vou em um aplicativo que tem aulas online e assim meu tempo voa, Apollo não mandou mais nenhuma mensagem e eu também não, à noite quando chego da faculdade ele me liga e me fala do dia estressante, de algumas licenças que estavam com problemas e que já havia resolvido parte das pendências, falei sobre meu dia e minha função no hotel, falamos sobre tudo que é assunto, porém dessa vez não teve sexo online, ele parecia esgotado.
Os dias foram passando e as ligações de Apollo não eram suficientes para matar a saudade, me aproximei das meninas da recepção, o pessoal do restaurante e já sabia o nome de todos os funcionários, e por mais que eu fosse tratada com deferência por ser namorada do chefe, meus colegas de trabalho me aceitaram bem, uma ou outra não gostava de mim, mas me engoliam, as conversas com Apollo diminuíram uma vez ou outra ele me mandava uma mensagem de duplo sentido, a Patrícia continua sumida e eu já não me preocupo tanto com ela, eu e meus pais encontramos uma casa em um bairro tranquilo e nos mudamos, esses dias foram uma loucura, entre trabalho, escolher móveis e estudar, e nisso já se passaram três semanas, Apollo está na França, de lá ele vai para a Itália, os telefonemas não estão sendo suficientes para aplacar a carência e a falta que sinto dele, me apego nas lembranças, não está sendo fácil namorar a distância, a insegurança é muito grande.
Chego mais cedo no trabalho e subo direto para a suíte, confiro a maquiagem, o uniforme e desço para mais um dia, ao chegar na recepção do restaurante encontro Danilo com um enorme buquê de flores.
– Bom dia Danilo! Uhmm recebendo flores de clientes?
– Bom dia Ray, são pra você. – ele sorri.
– Pra mim? Deve ser do meu namorado. – acho que meus olhos brilharam, pego feliz o buquê, abro o cartão e perco o brilho na mesma hora.
“Para a hostess mais linda desse hotel.
Do seu admirador Felipe Shimutz”
Minha cara decepcionada, denuncia de quem é, Felipe é um hóspede muito incoveniente, é um homem bonito, desses de comercial de cueca, porém muito insistente. Danilo já havia presenciado vários foras que dei nele e achava engraçado sua insistência, hoje eu estou um pouco mais irritada que o normal então só pego o buquê de flores e jogo na lixeira mais próxima.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jul 13, 2023 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Nos Braços De Apollo Where stories live. Discover now