Vinte e um

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Um telefone vibra em algum lugar, tateio a cama para ver o que é, porém não o encontro, abro os olhos e tenho a sensação que sonhei com a noite de ontem, ele recomeça a vibrar, me sento na cama ao perceber o dia claro.
Pego o celular sobre a mesa de estudo, estranho ele está só vibrando.
- Alô. Atendo a Brenda que liga sem parar.
- Mulher cadê tu, rapariga, era pra tá aqui há séculos, a Isa já chamou uma amiga e você perdeu a vaga.
- Meu celular tava no vibra.
- O que aconteceu ontem? Mainha disse que eu cheguei pra lá de Bagdá.
- Você tomou um porre depois que o Adrian...
- Nem me fala daquele nojento.
- O que aconteceu pra você não acordar, sempre acorda com as galinhas.
- É uma longa história.
-Eu vou querer saber tudinho depois.
- Não foi nada demais, só um carro que bateu no meu na volta.
- Como é que é?!
Ela grita exagerada.
- Eu quase morri.
- Você tá mentindo Ray.
Fico calada e ela muda.
- Amiga meu chefe me achou no banheiro, tá me chamando, mais tarde a gente conversa.

- Tá... - Fico desanimada por perder a vaga.
- Essa daqui é a Ray comendo manga, ela tinha cinco anos.
Apollo está sentado de frente para mainha, com uma xícara (das que ela guarda pras visitas), de café na mão, e mostrando o álbum de fotos, tento passar despercebida pela sala e chegar ao banheiro, porém Apollo sente minha presença e olha diretamente em meus olhos. Acho que mudo de cor pois meu rosto esquenta.
- Bom dia fia, tô mostrando pro Apollo suas fotos de quando era criança.
- Bom dia mainha, bença?
- Deus te abençoe minha filha.
- Mainha não mostra não, senão Apollo vai fugir de mim.
- Uai por que?
- Por que eu era feia, cheia de remela.
- Mas eu separei as que tinha catarro no nariz.
- Vou escovar... Falo constrangida.
- Era linda, mesmo com catarro. - Apollo fala e parece divertido.
Bato forte a porta do banheiro para disfarçar o reboliço que a voz rouca de Apollo causa em mim.
Abro o pequeno armário do banheiro e pego minha escova no copo, me olho no espelho e me vejo completamente descabelada, vermelha, e meus olhos brilham.
Saio do banheiro e dou de cara com um peitoral, Apollo estava me esperando na porta.
- Tenho uma proposta pra você.
Meu coração vai na garganta, ele me pega pela mão e me leva até a mesa, mainha está na cozinha, lavando louça.
- Então fale.
- Você se dedica completamente aos estudos, sem se preocupar com o resto, eu cubro os custos...
- Não...
- Você nem esperou eu terminar...
- Mas a resposta é não.
- Rayssa escuta o moço.
- Obrigada dona Raimunda. - Ele agradece.
- Então termina.
- Eu pago tudo, e você anota tudo e quando terminar que já estiver exercendo a profissão você me paga, em parcelas, pequenas parcelas, o que acha?
- Tentador...
Me sirvo de uma dose generosa de café.
- Porém... - Apollo parece ansioso.
- Não, prefiro trabalhar.
Então me lembro de um detalhe.
- Você abaixou o volume do meu celular!
Não queria que eu fosse pra entrevista!
Ele parece culpado.
- Você não tinha esse direito!
- Eu pensei que você aceitaria...
- O que? Ser bancada, como se fosse uma qualquer?
- Eu não pensei dessa forma.
- Fia tô indo ali na venda...
Minha mãe sai de casa nos deixando a sós.
- Eu pensei que talvez você quisesse um pouco mais de tempo pra estudar e fazer seus trabalhos.
- Você deveria ter falado comigo primeiro, não sair tomando decisões por mim.
Estamos em pé frente a frente para a mesa.
- Eu pensei que era o melhor pra você.
- O melhor pra mim? Você não pode chegar achando que é o herói e que vai me salvar de qualquer coisa, resolver minha vida da forma que achar melhor, primeiro que a gente não é nem namorado e você já está tendo esse tipo de atitude... - Ele não espera que eu termine meu protesto, Apollo ataca minha boca com fome e vontade, me coloca sobre a mesa e fica entre minhas pernas, morde meus lábios, me entrego sentindo o sabor de café e chocolate.
Apollo me joga na cama em meu quartinho, me vira de barriga pra baixo, retira o short de dormir, com suas mãos grandes aperta minha bunda, sinto seu nariz tocando aquele pedaço de pele, me excitando, aperta minha carne como se fosse areia a escapar de suas mãos.
- Cheirosa...
Ele sobe por meu corpo, sinto sua respiração arrepiar cada pedacinho de pele onde sua respiração toca e esquenta, com as mãos afasta minha roupa, ao chegar no ombro ele morde, sinto o calor, a sensação molhada e a pressão dos seus dentes em minha carne, sem suportar a tortura elevo meu quadril encontrando a ereção de Apollo, que se encaixa perfeitamente em mim, mesmo sob as roupas.
- Gostosa...
Sussurra em meu ouvido, desce por meu corpo novamente distribuindo beijos, levanta meu quadril me vira novamente e me beija entre minhas pernas, rebolo em seu rosto, sinto o calor molhado da sua boca sobre meu sexo e abafo um grito com as mãos, pareço muito leve nas mãos dele, sem paciência, fujo da sua boca e abro sua blusa arrancando alguns botões, com o torço nu beijo seu peito, sua pele macia e cheirosa.
- Apollo quero você dentro de mim, agora.
Ordeno respirando rápido, Apollo sorri abertamente deixando à mostra seus dentes muito brancos, ele demora, então eu alcanço o botão da sua calça e abro com zíper e tudo, empurro seu peito e ele cai sobre a cama, arranco sua calça sem perder tempo, junto com a box, monto nele sem deixar que me penetre e beijo sua boca, ainda doce pelo café da manhã, ele segura meus seios com as duas mãos, encaixo nossos sexos e me regozijo com o prazer que me causa, a sensação de plenitude, Apollo coloca as mãos minha nuca, pescoço, enquanto eu subo e desço em seu pau, se ergue e suga um dos meus seios, enviando um choque diretamente onde estamos encaixados, ele suspira junto comigo, acelero os movimentos, ele aperta meus dois seios causando um pouco de dor, sinto um estremecimento na boceta e sei que estou para gozar, numa velocidade impressionante ele inverte nossas posições, me colocando de barriga para baixo com os dedos pressiona meu clitóris, e me penetra, vejo estrelas e sufoco mais uma vez o grito.
Bagunçada e muito mole, tento me levantar enquanto Apollo se veste, um espetáculo esse homem nu, aproveito para observar, depois que termina ele me olha safado.
- Finalizei meus serviços, então, asta la vista baby.
Abre a porta para sair, porém para com a porta entreaberta e me olha.
- Pensa na minha proposta Rayssa, vai ser bom pra você e pra mim.
- Minha resposta continua sendo não.
Ele parece chateado.
- E se você trabalhar pra mim? Eu não vou mais voltar pro exterior, vou morar aqui, então vou precisar de alguém.
- Isso não vai dar certo.
- Por que não?
- Por que? O que acabamos de fazer aqui Apollo?
- Porra Rayssa, tô tentando te ajudar caralho.
- Não me xinga seu fii de rapariga.
Ele passa a mão na cabeça.
- Então o que você quer que eu faça?
- Eu já reclamei alguma vez pra você que estava precisando de dinheiro?
- Não é isso...
- Então o que é? Me explica.
- Não quero você por aí, trabalhando em vários lugares, todo dia um ônibus diferente, quero que você estude tranquila.
- Obrigada Apollo mas eu sempre andei com minhas próprias pernas então não precisa me carregar.
- Pensa bem Rayssa, trabalhando pra mim você não vai ter patroa chata pegando no seu pé, não fala nada agora.
Ele sai pela porta, deixando um vazio, para disfarçar a vontade de pedir ele pra voltar pego minha toalha e vou para o banho.
Aproveito o resto do dia para fazer os trabalhos da faculdade, estudar e fazer uma hidratação no cabelo e quando estou pronta para sair pra faculdade meu telefone toca.
- Alô, Rayssa. - é a voz da Patrícia que parece mais animada que de costume.
- Você poderia vir aqui amanhã?
- Posso, sim.
- Então combinado.
Algo me incomoda nessa ligação, porém ignoro, saio de casa e vejo meu carango estacionado, um lado todo destruído e o outro do mesmo jeito de antes, dou quatro passos e um carro para ao meu lado.
- Senhora Rayssa?
- Sim? - Coloco a mão no coração que acelera.
- O senhor Apollo me mandou te levar para a faculdade.
Meu telefone toca.
-Oi.
- Oi, mandei o Adonias te levar pra faculdade.
- Ele já está aqui, obrigada.
- Leva roupa, você dormirá na minha casa hoje.
Ele desliga sem esperar resposta.
- Tá muito fácil.
Volto pra dentro de casa e escolho três peças de roupa.
- O que foi mia fia?
- Hoje eu não volto pra casa.
- Te cuida Rayssa, não vai embuchar não, tem que terminar a faculdade.
- Tá bom mainha, sua bença?
- Deus te abençoe minha fia, vai com Deus.
- Amém, fica com Deus também.
- Liga mais tarde, pra falar com seu painho.
- Tá bom.
Grito da rua e entro no carro que e entro no carro que estava me esperando.

Nos Braços De Apollo Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin