Cléo
Depois de um banho demorado, coloco um vestido confortável, acima dos joelhos, de alças e florido. É um dos meus preferidos. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, e calço minhas chinelas. Antes de sair do quarto para tomar meu café, dou uma organizada no quarto. Uma coisa eu devo confessar, sou um pouco bagunceira, e pelo que percebi, John é o oposto. Já estou abusando em ficar aqui, então, devo ao menos deixar a casa em ordem.
Antes de sair do quarto, escuto um burburinho. Vozes de dois homens. Espera... Dois que conheço bem. Minha curiosidade é maior, então, abro a porta. Diógenes está conversando com John, enquanto um rapaz mais novo está sentado no sofá em silêncio.
- Cléo! – Diógenes vem até mim, me cumprimentando.
- Bom dia! Que surpresa...
Falo, sem jeito.
- Desculpa por ter vindo cedo. Eu liguei para seu celular, mas ele que atendeu. Então expliquei o que queria, e John me passou o endereço. Está melhor?
Balanço a cabeça.
- Eu estou melhor do que antes. Só não vou dizer que estou pronta pra outra, porque estaria mentindo.
Ele sorri.
- Sempre de bom humor. Bom, esse aqui é o Pedro, ele vai fazer o retrato falado do bandido. Sente-se aqui, e fale. Nos ajudará a encontrar esse miserável. Ele vai pagar por ter feito o que fez.
- Diógenes, eu agradeço pelo esforço, e tal, mas não quero me expor. Não me envergonho do que faço, mas também não preciso dar à cara a tapa dessa maneira.
John vem até mim.
- Cléo, ninguém vai expor você. Mas ele roubou, e além do mais, humilhou, bateu... Vai lá! Mostre a garota destemida que sempre foi.
- Até parece que me conhece há séculos.
Brinco.
- Tudo bem.
Sento no sofá, e o Pedro começa a desenhar os traços dele. Pode passar o tempo que for, mas eu nunca esquecerei a cara daquele rato. E mesmo não querendo virar assunto em outras bocas, sonho com o dia que ele vai estar preso, e sofrer por ter causado tanto mal a mim e as outras garotas que não mereciam. Quando termino, o rapaz vai embora, e fico sozinha com John e Diógenes.
- Obrigada pela força, Diógenes. Sei que deve ser difícil conseguir uma hora na sua agenda pra resolver problemas que não lhe pertencem.
Ele me abraça, e John observa.
- Sabe o carinho que tenho por você, não é?! Então, era sobre isso que estava conversando com o seu amigo. Vou comprar um apartamento pra você em um bairro melhor, e em um condomínio que seja mais seguro. Você precisa...
Afasto-me.
- Nem continue. Sabe que não gosto disso. Eu posso trabalhar, e ter minha vida sem precisar de ninguém me bancando.
- Cléo, essa não é hora pra ficar com orgulho idiota. Mas se não quiser, também pode ficar por aqui.
John se manifesta.
- Escutem os dois. Eu vou voltar para o meu apartamento.
- No qual eu comprei pra você. Esqueceu?
- Claro que não. Comprou, e eu paguei depois. Quero dizer, a metade.
Diógenes revira os olhos.
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Surpresa do Acaso
RomanceJohn sempre amou uma única mulher na vida. E quando ela volta, 12 anos depois, ele sente que tudo reascendeu dentro dele. Mas ela é a nova paixão do seu melhor amigo, Vitor. John tenta se afastar por causa da amizade e respeito que tem pelo amigo, m...