Capítulo 15

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Cléo

Depois de um banho demorado, coloco um vestido confortável, acima dos joelhos, de alças e florido. É um dos meus preferidos. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, e calço minhas chinelas. Antes de sair do quarto para tomar meu café, dou uma organizada no quarto. Uma coisa eu devo confessar, sou um pouco bagunceira, e pelo que percebi, John é o oposto. Já estou abusando em ficar aqui, então, devo ao menos deixar a casa em ordem.

Antes de sair do quarto, escuto um burburinho. Vozes de dois homens. Espera... Dois que conheço bem. Minha curiosidade é maior, então, abro a porta. Diógenes está conversando com John, enquanto um rapaz mais novo está sentado no sofá em silêncio.

- Cléo! – Diógenes vem até mim, me cumprimentando.

- Bom dia! Que surpresa...

Falo, sem jeito.

- Desculpa por ter vindo cedo. Eu liguei para seu celular, mas ele que atendeu. Então expliquei o que queria, e John me passou o endereço. Está melhor?

Balanço a cabeça.

- Eu estou melhor do que antes. Só não vou dizer que estou pronta pra outra, porque estaria mentindo.

Ele sorri.

- Sempre de bom humor. Bom, esse aqui é o Pedro, ele vai fazer o retrato falado do bandido. Sente-se aqui, e fale. Nos ajudará a encontrar esse miserável. Ele vai pagar por ter feito o que fez.

- Diógenes, eu agradeço pelo esforço, e tal, mas não quero me expor. Não me envergonho do que faço, mas também não preciso dar à cara a tapa dessa maneira.

John vem até mim.

- Cléo, ninguém vai expor você. Mas ele roubou, e além do mais, humilhou, bateu... Vai lá! Mostre a garota destemida que sempre foi.

- Até parece que me conhece há séculos.

Brinco.

- Tudo bem.

Sento no sofá, e o Pedro começa a desenhar os traços dele. Pode passar o tempo que for, mas eu nunca esquecerei a cara daquele rato. E mesmo não querendo virar assunto em outras bocas, sonho com o dia que ele vai estar preso, e sofrer por ter causado tanto mal a mim e as outras garotas que não mereciam. Quando termino, o rapaz vai embora, e fico sozinha com John e Diógenes.

- Obrigada pela força, Diógenes. Sei que deve ser difícil conseguir uma hora na sua agenda pra resolver problemas que não lhe pertencem.

Ele me abraça, e John observa.

- Sabe o carinho que tenho por você, não é?! Então, era sobre isso que estava conversando com o seu amigo. Vou comprar um apartamento pra você em um bairro melhor, e em um condomínio que seja mais seguro. Você precisa...

Afasto-me.

- Nem continue. Sabe que não gosto disso. Eu posso trabalhar, e ter minha vida sem precisar de ninguém me bancando.

- Cléo, essa não é hora pra ficar com orgulho idiota. Mas se não quiser, também pode ficar por aqui.

John se manifesta.

- Escutem os dois. Eu vou voltar para o meu apartamento.

- No qual eu comprei pra você. Esqueceu?

- Claro que não. Comprou, e eu paguei depois. Quero dizer, a metade.

Diógenes revira os olhos.

Surpresa do AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora