Capítulo 10

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Souza;

Estacionei a minha moto no final do morro e fui em direção ao baile, fiquei mó felizão, sempre fui pra esses bailes de SP mas nenhum se compara ao verdadeiro baile funk, que é do Rio.

Pai tava trajado e de costume várias patricinhas subindo o morro, os manos passando com a fiel na garupa e as amantes olhando torto sem puder reclamar, nada de diferente.

Entrei e fui logo pro espaço reservado, odeio ficar em lugar que tenha muita gente, bota fé?

Encostei na grade e enrolei um fininho pra começar a fumar, só tinha chegado eu então fiquei mais isolado.

Coloquei o cigarro entre os dentes e fiquei olhando pra multidão, tinha esquecido como as minas daqui são gostosas, as que eu me envolvi lá em São Paulo são tudo emocionadas, querendo meter relacionamento onde só teve uma foda.

Olhei pra entrada e tive a visão dos coroas chegando, Daniela, Vt, Ret, Anna, Dedê e Emily, meu pai logo olhou aqui pra cima e sorriu e eu apenas retribui.

Nem demorou muito e já estavam aqui em cima, sentei do lado do Ret e fiz toque com ele.

Souza: Th vai brotar? -Ret assentiu

Vt: Ele foi buscar a Vitória no salão.

Soltei um sorriso debochado por que sabia que ele tava fazendo aquilo só pra deixar a Lara com ciúmes, não parou de falar disso depois que viu a garota com o moleque lá.

Daniela: E a Maria? -olhou pra Anna e eu olhei só de relance

Anna: Nem sei, pensava que ela tava com você, Souza. -me olhou enquanto bebia um pouco da dose e eu neguei

Souza: Só vi ela mais cedo, depois ela sumiu com o Perigo. -soltei a fumaça- Tava mó chatinha hoje.

Ret: Ela não dormiu ontem, fica de mal humor quando isso acontece.

Vt: Que nada, Ret. -deu um tapão na minha nuca e eu olhei pra ele sem entender- Esse vagabundo aí que gosta de mudar de humor do nada e coloca a culpa nos outros.

Souza: Brinca muito. -falei enquanto olhava pra a escada e via a Maria entrando junto com o Perigo e a Lara

Emily: Falando nela. -sorriu

Vt: Esses moleques crescem tão rápido. -fez careta

Dedê: Né? Anos atrás eu e a Emily que éramos assim, passa muito rápido.

Souza: Papo de velho. -falei fazendo todo mundo rir

Vi que a Alice se encostou na grade e só resto vieram até nós, o Th e a Vitória chegaram logo depois e se juntaram a nós também.

Fiquei observando a garota lá até ver ela se afastando ainda mais, indo pro lugar um pouco mais escuro.

Quando perdi a vista nela, me levantei e fui procurar a mandada.

Achei ela perto dos quartos fumando um baseado, quando ela me viu logo revirou os olhos e soltou a fumaça pelo nariz.

Ela tava linda, papo retão.

Maria: Oi, fã.

Foi a única coisa que ela disse e então eu me aproximei mais ainda, encostando do lado dela que me ofereceu o cigarro e eu dei um trago e logo depois devolvi pra ela.

Ficamos em silêncio até ela virar pra mim e eu pra ela, segurei na cintura dela e ela cruzou os braços no meu pescoço.

Olhei pros olhos dela que estavam vermelhos por conta da maconha o que deixava ela ainda mais sexy.

Souza: Por que tu faz isso comigo? -sussurrei no ouvido dela e ela não teve nenhuma reação, continuava olhando pra mim sem expressão nenhuma apenas com aqueles olhos relaxados

Essa mulher mexe comigo de um jeito que ninguém consegue explicar, puta que pariu.

Coloquei o cabelo dela pra trás e puxei um pouco o pescoço dela pra mim, ela ainda me encarava e eu só sentia vontade de beijar e arrancar toda aquela roupa que ela tava vestindo.

Maria: Por que você é assim? -Se aproximou ainda mais mas dessa vez olhou pra baixo e quando voltou a me olhar, os olhos estavam cheios de lágrimas- Nunca pede desculpas, age como se nada tivesse acontecido.

Souza: Nada aconteceu, Alice. -olhei pra ela sem entender

Maria: Muitas coisas aconteceram, Kauã. -negou com a cabeça- Tanta coisas aconteceram depois que você se foi e o que mais me irrita é que você não se interessa em saber! Você primeiro fingiu que não me conhecia, depois fingiu que nada rolou entre a gente! Ainda me trata mal na frente dos outros. -riu e se afastou de mim, passando a mão pelo cabelo

Puxei ela de volta e agora ela tava chorando.

Maria: Não tô querendo te cobrar nada antes que você pense que é isso. -sorriu e secou as lágrimas- Até porque, nós dois sabemos que não somos mais crianças.

Souza: Não sei nem por onde começar, passei tanto tempo longe que eu sei que alguma coisa aconteceu! Mas eu não tenho mais essa intimidade toda contigo pra sentar e perguntar qual foi! Eu sei que tá rolando alguma coisa desde que eu voltei, Alice.

Maria: Você tem, Kauã! Sempre teve essa liberdade comigo, você nunca perdeu e disso você sabe muito bem.

Souza: Então eu tô perguntando, tô aqui querendo saber o que tá rolando.

Ela me olhou e voltou a chorar, puxei ela pra um abraço e ela só voltou a desabar no meu peito.

Eu sei que ela tá mal por alguma coisa, não sou burro!

Afastei ela um pouco de mim e segurei o rosto dela com toda a delicadeza do mundo, me abaixei um pouco e olhei pra ela.

Souza: O que tá rolando? Me diz Alice.

Maria: Desculpa. -falou secando as lágrimas- Você não precisa se meter nisso, desculpa por te envolver até porque a gente não tem nada. -falou dando as costas e eu puxei ela novamente

Souza: É covardia dizer isso depois de se envolver tanto...Mas é como você disse né? Éramos crianças.

Ela logo se afastou e saiu dali, me deixando sozinho.

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora