Capítulo 32

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Maria;

Tava super preocupada, eu realmente não saio sem avisar mas a minha mãe com certeza sabia que eu tava com o Kauã.

Eu não posso mentir que eu tava com muito medo de me machucar ou machucar ele, mas eu não poderia deixar que ele fosse embora outra vez pois eu sabia que se eu não tivesse tomado uma atitude, nossa história iria terminar ali.

A gente tava deitados na cama novamente mas agora sem se falar pois eu tava bolada com ele que resolveu sair antes da ceia.

Souza: Para com esses bagulhos, é só pedir alguma coisa pra comer. -falou como se fosse óbvio

Maria: E você acha que tem alguma porra aberto nessa hora, Kauã? -dei um tapa nas costas dele- Ridículo e ainda me faz passar fome.

Souza: Tá reclamando por que? O peru tá aqui. -apontou pro short dele o que me fez rir e logo depois ele me puxou pra cima dele

Comecei a depositar vários beijos no rosto dele e quando fui dar um selinho ele me colocou por baixo, beijou o meu pescoço e começou a fazer um caminho de beijos no meu corpo todo. Me arrepiei quando ele tocou na minha saia, ele puxou ela um pouco para cima e beijou o meu quadril.

Quando ele afastou a minha calcinha eu fechei às pernas e veio o flashback todo daquele dia na minha mente, eu comecei a tremer e a chorar.

Flashback.

Senti um cheiro horrível mas não conseguia ver nada pois estava vendada, senti que eu também estava sem roupa, apenas com a calcinha e eu comecei a me preparar mentalmente para o que estava prestes a acontecer.

Eu comecei a colocar na minha cabeça "Você vai ser estuprada, aceite isso" Aceite, aceite, aceite.

- O Ret acha que nós tá pra brincadeira, acha que vai ficar tudo mec para a filhinha dele. -riu

- Estupra ela aí e ainda grava e manda pro fudido lá.

Foi a última coisa que eu ouvi fora os gemidos.

Flashback.

Souza: Alice, calma. -falou tentando me acalmar

Mas era quase impossível, eu tava tendo uma crise de ansiedade e logo depois veio a de pânico, fiquei com falta de ar, com uma sensação de engasgo, comecei a suar frio, eu tava com um puta medo de enlouquecer ou perder o controle.

Ele me abraçava como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo, ficou repetindo pra mim que tudo ia ficar bem e que ele tava ali, que ele não iria fazer nada que eu não quisesse mas não adiantava, não passava nunca.

Aquilo me quebrava toda pois eu sabia que eu queria mas ao mesmo tempo eu entrei em uma crise do lado dele, era tudo que eu queria evitar. Nem o Luan me viu tão mal desse jeito, apenas a minha família via o quanto eu tava frágil ainda e esse era um lado meu que eu não queria mostrar para ninguém.

Ele me pegou no colo me levando para o banheiro e começou a passar água no meu rosto, tentando me fazer voltar para a realidade mas eu não conseguia, na minha cabeça só passava os momentos que eu estava sendo estuprada.

Percebia que ele tava falando alto mas na minha cabeça chegava bem baixinho. "Alice, eu tô aqui" Ele tava tão perdido, não sabia o que tinha que fazer.

E eu não parava de tremer, chorar, suar frio e o morrendo de medo de perder o controle e só consegui ouvir o que ele estava falando quando o mesmo segurou o meu rosto todo preocupado.

Souza: Eu não vou te forçar a nada, já passou. -olhei nos olhos dele e vi que estavam cheios de lágrimas e com um ar de preocupação- Eu tô aqui, eu te amo e não vou sair do teu lado tá ligada?

Parecia que eu finalmente tinha voltado para a realidade, respirei fundo e ele me abraçou tão forte que eu não queria sair dali nunca mais.

Ele me pegou nos braços novamente e me colocou sentada na cama, segurou a minha mão e começou a fazer cafuné no meu cabelo.

Maria: Desculpa. -falei com voz de choro- Você não fez nada de errado, a culpa não é sua. -ele negou com a cabeça

Souza: Relaxa, Alice. -olhei pra ele- Fica mec pra a gente voltar lá pra casa. -ele se levantou- Vou buscar uma água lá pra tu.

Eu assenti e ele desceu as escadas, me ajeitei na cama e passei a mão toda aflita pelo meu rosto, eu não sabia por que antes não aconteceu isso, já agora aconteceu.

E não era porquê eu não queria, pelo contrário, eu tava curtindo pra caralho mas isso é uma coisa que infelizmente eu não posso controlar de maneira nenhuma.

O Kauã não demorou nada, subiu com a água e eu tomei, ele passava a mão pelo meu cabelo e quando eu terminei ele ainda me olhava preocupado.

Souza: Tá pronta pra ir? -eu assenti e ele se levantou- Mesmo? Se quiser a gente dorme aqui, tem b.o nenhum.

Maria: Eu tô bem, passou. -ele assentiu e segurou a minha mão

A gente desceu as escadas, saímos da casa e trancamos tudo, também desligamos a energia e fomos em direção a moto. Ele me deu um capacete e logo depois subiu na moto, fiz o mesmo e ele deu partida para Búzios.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora