Capítulo 26

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Maria;

Eu não tava me sentindo muito a vontade na festa do Souza, tinha muita gente que eu não conhecia, muito homem que eu não conhecia. Então resolvi sair um pouco mas obviamente não sozinha, depois que aconteceu tudo eu fiquei com muito medo de ir dar uns perdidos por aí. Então como um bom melhor amigo, o Perigo veio comigo.

Perigo: Muito malandra você, só porque eu te mandei o papo que o Cabelinho não tirava os olhos de tu cê já foi rápida pedindo o número dele. -disse logo depois que ligou a moto

Maria: Ele é maneiro, quem sabe não rola uma amizade. -falei enquanto subia na garupa

Perigo: Quer ir pra onde?

Maria: Qualquer lugar pra eu fugir dessa realidade e ainda precisamos conversar sobre muitas coisas.

Segurei nele e o mesmo deu partida pra fora do morro, acabou que a gente vou parar lá em Copa Cabana.

Ele estacionou em frente em uma loja e eu saí da garupa ainda não entendendo o que a gente veio fazer aqui.

Ele tirou o chaveiro do bolso e abriu a loja me dando passagem para entrar, eu entrei toda desconfiada pensando que ele ia roubar algo mas a loja tava toda vazia.

Maria: O que a gente veio fazer aqui? -falei sentando no chão e ele tirou a chave da loja do chaveiro e jogou para mim

Perigo: Sei não cara, me diz tu. -se deitou no chão- A loja é tua.

Eu olhei pra ele toda assustada sem acreditar que aquilo era real.

Maria: O que? -me levantei- Para Luan. -ri e ele me olhou sem entender- Calma, isso é sério? -ele concordou e me olhou como se fosse óbvio

Perigo: Qual foi, tu acha que eu não reconheci aquela blusa que o Souza tava usando não? Isso não vende em qualquer lugar, Maria. -ele se sentou- Tava esperando o momento certo pra te dar isso, comprei essa loja faz quase dois meses e é o teu presente de natal.

Eu nem aguentei, comecei a chorar ali mesmo. Ele se levantou e me puxou para um abraço, quando eu comecei a fazer moda além da minha mãe o Luan foi o que mais me deu forças. Ele que me deu a minha primeira máquina de costura, comprava todos os tecidos e antigamente ele que era o meu motoboy.

Perigo: Tu não precisa começar imediatamente já é? Termina a facul primeiro e depois que cê pensa nisso mas a loja tá aqui, o teu sonho tá apenas começando e tá ligada que eu queria fazer parte disso né? -beijou a minha cabeça

Maria: Para de coisa, você sempre fez parte disso e sempre vai fazer Luan!

Em comemoração obviamente, começamos a fumar.

Perigo: Que tal Maria's Boutique? -me olhou- É em Copacabana, precisa ser um nome de paty. -eu ri

Maria: Mas eu não acho que irei vender roupas de Paty, quem sabe um dia eu posso ter uma filial aí sim eu começo a vender roupas de vários estilos diferentes mas por agora eu pretendo vender aquele estilo que eu tô acostumada a fazer.

Perigo: Mas tu é boa fazendo tudo. -apontou pra mim- Papo reto, aquelas roupas de Natal ficaram lindonas.

Maria: Valeu, finalmente vou acabar todas, amanhã que é véspera de natal acabo de entregar todas.

Perigo: Tá ligada que vai ter que fazer uma blusa pro pai né? -falou todo metido e eu ri

Maria: Você fala como se não soubesse que já estava nos meus planos. -pisquei pra ele

Perigo: Mas e aí, tô ligado que o tu queria conversar é envolvendo o mano biscoito lá. -me olhou serinho

Maria: Muito na cara?

Perigo: Não pô, que isso. -debochou- Só vocês dois irem embora na mesma hora na noite do sushi e depois eu ter visto vocês saindo do quarto do Thiago quase que juntos. -cruzou os braços

Maria: Vamos por partes. -eu suspirei

Perigo: Só não acho que tu conseguiu se abrir tanto pra ele como tu consegue pra mim, tô errado?-neguei- Já pedi para tu procurar uma psicóloga pra tu ter um acompanhamento, tu precisa de ajuda e nem vê isso.

Maria: A Anna já marcou mas eu quero te contar o que aconteceu naquela noite. -ele voltou a me olhar- Ele meio que se declarou pra mim.

Perigo: Ué mas no foi ele que tinha dito que só tinha voltado por causa do morro?

Maria: É, ele disse. -olhei para cima- Depois que eu desliguei, ele viu que eu tava acordada e meio que falou que eu também sou o motivo dele continuar aqui...Ele queria saber que o que a gente teve foi real e se ainda existe.

Perigo: Já te disse que quando é forte nunca acaba. -eu assenti

Maria: Aí de noite ele meio que quis tentar...Ele perguntou se eu tava disposta a tentar.

Perigo: Levou um sim?

Maria: Era tudo que eu mais queria dizer, Luan.

Perigo: Mas aí você não conseguiu.

Maria: Você sabe que as vezes até com você eu não consigo me abrir, não sou mais aquela menina que conseguia conversar sobre tudo, que se sentia bem e segura com todo mundo ao seu redor. -comecei a mexer nos meus dedos- Eu queria muito mas não consegui dizer.

Perigo: Pelo menos tu falou os teus motivos para ele? -eu assenti- Então tu tá assim por quê? -cruzou os braços

Maria: Ele disse que me amava. -olhei para ele que abriu mó olhão

Perigo: E tu travou. -eu assenti- Tu ama ele?

Maria: Percebi que eu amava quando ele disse que queria tentar, meu coração só faltava sair pela boca. -falei sentindo os meus olhos encherem de lágrimas e o Luan me puxou pra um abraço

Perigo: Tu tem que cuidar de tu primeiro, depois vocês se resolvem.

Maria: Esse é o problema. -me afastei- A gente quase transou na porra do quarto do Thiago.

Perigo: Sabia. -riu- Mas tu conseguiu?

Maria: Eu não entrei em pânico como naquela vez. -suspirei- Eu me sentia bem, sabia que ele não ia fazer nada que eu não queria. -sorri de lado- Mas não rolou nada e depois eu empatei a foda dele com aquela Clara.

Percebi o Luan segurando o riso mas sabia que aquilo também era a onda batendo. Mas eu também achei engraçado então caímos os dois na gargalhada.

Maria: Meu Deus que vida bosta, papo reto! -ri

Perigo: Caralho mané, puta que pariu. -riu

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Where stories live. Discover now