Capítulo 11

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Maria;

Desci pra pista e vi logo a Lara vindo atrás de mim, eu precisava tomar um ar entao fui saindo lá pra fora, me sentei na calçada e comecei a mexer os meus dedos e respirar fundo.

Lara: Amiga? -falou finalmente me alçando e sentando do meu lado- Calma, o que tá acontecendo? -segurou as minhas mãos

Maria: Eu só preciso de ar, já tá tudo bem. -falei respirando fundo mais uma vez- Passou. -sequei as lágrimas

Ouvi passos atrás de mim o que fez e eu e a Lara olharmos pro lado, era o Souza.

Souza: Emily tá te chamando.

A Lara me olhou e eu apenas assenti com a cabeça pra ela ter a certeza que eu iria ficar bem.

Olhei pra um grupinho que estavam me olhando e rindo, me levantei e bufei enquanto amarrava o meu cabelo por que eu sabia muito bem o que estavam falando, ainda mais com o Souza do meu lado.

Quando eu ia dar sinal que iria descer o morro o Kauã me puxou.

Souza: Por que tão rindo de ti?

Eu olhei pra ele agora quem tava rindo era eu.

Depois do estupro eu precisava de algo pra relaxar então eu comecei a ir em todas as festas e bailes possíveis, ficava com geral e tacava um foda-se mas o que ninguém conta é que essas minhas ficadas nunca chegaram até o final, era só beijo e mãos bobas e só isso. Mas a fama ficou.

Maria: Como se você não soubesse. -ri- Não é por causa disso que você me trata feito um lixo?

Souza: Não fala isso, Maria.

Maria: Ah desculpa. -debochei- Vai se sentir melhor se eu te falar que tudo que pensam sobre mim é verdade?

Quando menos percebi o Perigo tava encostado na parede junto com a Vitória, olhando para a gente.

Me soltei do Souza que negou e me puxou novamente.

Souza: A gente precisa conversar, fugir não vai resolver os problemas.

Perigo: Boto fé, Maria. -falou coçando a nuca- Vai conversar com ele, vocês dois precisam de respostas.

Vitória: Vocês precisam urgentemente disso, depois cês decidem como vai ser daqui pra frente mas vocês precisam disso.

O Kauã olhou pra mim e eu olhei pro Luan que concordou com a cabeça novamente.

Bufei e assenti com a cabeça fazendo o Souza ir pegar a moto dele e me levar pra uma casa aqui no morro.

Ele estacionou na frente da casa e eu desci da garupa esperando ele abrir a porta e finalmente entrarmos, tinha apenas um sofá na sala e na cozinha uma geladeira, ela era primeiro andar então tinha uma vista para as escadas e só.

Souza: Tô pensando em pegar essa goma pra eu morar.

Ela era organizada, diferente de algumas aqui do morro.

Maria: Tendi, parece boa pro que você precisa.

Souza: Não é uma mansão em Cabo Frio como eu sempre quis mas já é algo. -falou jogando a carteira em cima do sofá e tirando a camisa enquanto me olhava- Quer água? -neguei e ele se sentou do meu lado

Ele me olhava, eu olhava pra ele mas ninguém falava nada mas como eu sei bem como ele é ou pelos menos sabia, tinha 99% de certeza que ele queria começar a falar então apenas esperei o tempo dele.

Souza: Eu não tô nem aí pro que falam de tu, já é? Que vá se fuder todo mundo. -falou enquanto passava a mão no cabelo, ele fazia isso quando tava nervoso

Eu olhei pra ele debochada o que fez ele negar e fechar a cara.

Souza: Eu só queria entender o porquê de falarem isso de tu, tá ligada?

Maria: O pessoal até sem motivo falam de mim, Souza.

Souza: Souza? -se levantou e riu

Maria: Mas começaram a falar mais quando eu comecei a ir para festas tentando ter algum consolo.

Souza: Consolo? Consolo pra que?

Maria: Pra tentar esquecer que eu fui estuprada ano passado. -falei um pouco baixo enquanto abaixava a cabeça

Ele se ajoelhou no chão e segurou o meu rosto com delicadeza que parecia que se ele segurasse mais forte eu iria quebrar.

Souza: O que? Você foi estuprada? -falou enquanto me olhava preocupado

Maria: Próxima semana faz um ano. -falei enquanto tentava não chorar

Souza: Alice...Por que você não me contou antes? Por que não tentou me ligar.

Maria: Como eu ia fazer isso Kauã? Você tava me tratando mal e eu nem tenho o teu telefone. -ri enquanto sentia as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto- Não quero que você tenha pena de mim, falei afastando as mãos dele do meu rosto- E a Vitória não sabe, quero que continue assim! Não é uma coisa que eu gosto de lembrar.

Souza: Eu não sabia, Alice. -se levantou e passou a mão no rosto- Eu nem sei o que te dizer, serião

Eu já tava chorando novamente o que fez ele se sentar e me abraçar fortes

Maria: Você não precisa dizer nada, Kauã.

Souza: Preciso te pedir desculpas, Alice. -beijou a minha cabeça- Fui um babaca contigo, te deixei aqui sozinha e nunca nem pedi desculpas. -me afastou um pouco fazendo eu olhar pra ele- Mas eu quero que tu saiba que não teve um dia sequer que eu parei de pensar em tu, papo reto. Só pensava na promessa que a gente tinha feito um pro outro, pensava se tu tinha me procurado ou se sentia a minha falta... Porque infelizmente a saudade é a única coisa que o vento não leva -sorriu- Quando eu decidi que iria voltar, tu foi a primeira que veio em mente e caralho garota, quando eu te vi pela aquela chamada, coração foi a mil.

Maria: A gente se parece muito, por isso que sempre brigamos tanto mas você sempre dá o braço a torcer primeiro. -soltei um sorriso descontraído o que fez os olhos dele brilharem e ele me abraçar novamente

Souza: Nunca mais eu vou te deixar sozinha, te prometo isso.

Quando ele disse isso, me senti totalmente segura ali dentro do abraço dele.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Where stories live. Discover now