Capítulo 55

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Souza;

Tô me sentindo um lixo, papo reto! Tentei ligar pra ela mas ela acabou deixando a porra do celular aqui.

Coloquei um moletom porque tava frio pra caralho aqui no Rio e piei pra casa dela, bati na porta umas três vezes e nada de ninguém atender.

Peguei a chave reserva que eles deixavam em baixo de um vaso e abri a porta, fui subindo as escadas e ouvi um barulho de choro vindo do quarto dela, aquilo me quebrava todo, papo retão.

Bati delicadamente na porta e depois fui abrindo ela, dei de cara com a Alice chorando abraçada com o Thiago.

Souza: Teu celular. -mostrei pra ela que assentiu e eu coloquei na mesinha de cabeceira

Olhei pro Thiago que se levantou e saiu do quarto e saiu calado, achei mó da hora da parte dele. Isso é uma coisa de nós dois e ninguém tem que se meter.

Ela secou o rosto e me olhou ainda quieta, sentei do lado dela e respirei fundo, não sabia o que falar, papo reto.

Souza: Vou falar a verdade. -ela assentiu- Se eu fosse você, colocaria um fim em nós dois. -olhei para ela- Não que eu queira isso, a última coisa que eu quero é isso. -falei sincero- Você é a pessoa que eu mais amo na vida, tá ligada e te ver assim por causa de mim me machuca pra caralho. Mas, eu principalmente terminaria por eu te pensando na possibilidade de ficar com a mina.

Maria: Eu não sei o que fazer. -falou com a voz muito falha- Eu sinceramente não sei!

Ela me olhou e voltou a chorar, a gente ficou em silêncio por bastante tempo pois eu queria que ela se acalmasse para a gente conversar.

Maria: de alguma forma, quando você foi embora,eu sabia que seria você. Posso ter demorado um pouco pra perceber, mas o fato foi que eu percebi e naquele momento em que você voltou eu tive a certeza de que eu não poderia te perder novamente. Todo mundo falava que aquilo era amor mas eu temia pra caralho, eu sabia que era quando você disse as três palavras, quando você disse que queria tentar.

Eu assenti e abracei ela.

Maria: Então por favor, não me faça desistir da gente.

Puxei o queixo dela um pouco pra cima fazendo a mesma me olhar e eu tava acabado, papo reto! Tô me sinto um lixo.

Souza: Eu te amo e é você que eu quero. Mesmo com as brigas, com as minhas implicâncias, mesmo com os desentendimentos. Eu te amo Alice e isso é mais forte do que tudo que tá acontecendo. O destino me deu você de presente, e foi o presente mais lindo que ele poderia ter me dado, as vezes na vida a gente tem que sofrer um pouco pra ser feliz e eu sei que as coisas tão difíceis para nós, brigas todo casal tem. Mas eu quero que tu saiba que eu não vou desistir de você tão fácil.

Ela me abraçou e a gente ficou nessa posição por bastante tempo, eu não sabia o que ela queria fazer mas idependente da decisão dela eu ia respeitar, ela merece mais do que isso.

Deitei com ela na cama e fiquei lá até a Alice pegar no sono, me levantei pra ir embora mas antes fiquei olhando ela dormir como de costume e me senti tão em casa, cheiro de lar absurdo.

Abri o armário dela e peguei a coberta, cobri ela e liguei o ar, coloquei o celular dela pra carregar e depois beijei a testa dela.

Souza: Eu te amo maluca.

Fechei a porta e desci as escadas, Th tava lá cheirando na mesinha da sala e me olhou.

Th: Tu fez o que pra ela tá assim? -me olhou

Souza: A gente só não tá na melhor fase.

Th: Maria não ia chegar em casa chorando por nada. -coçou o nariz

Souza: Quase fiquei com um mina.

Th: Filho da puta. -falou baixo

Souza: Vou discutir contigo não, valeu? Sei do meu erro e não precisa de um moleque falando merda.

Th: É por isso que eu não namoro, se for pra namorar e não fechar dez barra dez com a pessoa é melhor ficar na sua vida de solteiro.

Souza: Valeu. -falei enquanto saía da casa

Tô ciente que o Th tava certo, só não ia ficar rendendo papo que só interessava a mim e a Maria.

Subi na moto e fui indo em direção em uma lanchonete que abriu aqui no morro, me sentei lá e tirei o celular do bolso.

Uma ligação perdida do meu pai. Teve nem outra, liguei na hora. Tava com uma saudade do caralho e também preocupado, o ruim de viajar de carro é que se eles forem parados na federal eles se fodem.

Souza: Qual foi coroa.

Vt: Tu é mó filho da puta né moleque. -ouvi a risada dele

Souza: E aí, como tá a viagem? Já chegaram?

Vt: Mó da hora, tu deveria ter vindo. Fé que a gente chega amanhã de manhã.

Souza: Na próxima eu vou. -falei enquanto via uma garçonete vindo na minha direção

Vt: Como tá tudo aí, tudo na paz?

Souza: Tudo mec, tem nada pra se preocupar não. -olhei pra garconete e apontei pro X-tudo no cardápio- Vou passar lá na boca já já pra ver os cara trocando de turno e contar o dinheiro. Nego tá lá.

Vt: Escolha boa...Tá ligado que o aniversário da Mali tá chegando?

Souza: Dia quatro, né? -falei quando vi a garconete sair

Vt: Quatro de março. -passei a mão pela corrente- Já sabe o que vai comprar pra ela?

Souza: Tô com umas ideias mas nada 100%

Vt: Cês tão bem? -falou e eu logo estranhei a pergunta

Souza: Tá perguntando por quê? -passei a mão pelo meu rosto

Vt: Anna ligou pra ela mais cedo e estranhou cê ter ido pro bloquinho sem ela.

Souza: Eu não fui sem ela, ela que não quis ir e mandou eu ir.

Vt: Beleza Kauã, tu sabe o que tu faz né.

Souza: Ela sabia aonde eu tava, com quem eu tava. O que tem demais nisso?

Vt: Tem demais se tu pensa em ficar com a porra de uma loira, né.

Eu já imaginava que ele sabia, não ia tocar no assunto do nada.

Souza: Tá sabendo disso como?

Vt: Te interessa não, moleque. Tô decepcionado contigo.

Falou e desligou, bloqueei o celular e esperei o lanche chegar, tava morto de fome e queria afastar a mente dessas paradas.

Ficar revivendo o passado não muda o presente.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Where stories live. Discover now