6 - Bebida

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FLÁVIA

Já era bem tarde quando meu celular vibrou. Quem estava me ligando uma hora dessas? Tamanha foi minha surpresa ao ver que se tratava de Guilherme.

— Por que o doutor das galáxias está me ligando a essa hora? — Perguntei sonolenta ao atender.

— Flávia eu… — Ele não conseguiu terminar de falar, sua voz parecia bem diferente e sabia perfeitamente o que isso significava.

— O doutor bebeu?

— Um pouquinho. — Respondeu rindo em seguida.

— Onde você tá? — Questionei, ele claramente precisava de ajuda.

— Naquela boate que você dança. — Eu quase ri ao imaginar Guilherme bêbado na Pulp Fiction.

— Estou indo aí, não se mexe. — Disse autoritária e desliguei o celular.

— O que deu no doutor pra beber tanto assim? — Perguntei ao encontrá-lo debruçado diante de vários copos vazios.

— Queria esquecer que sou um idiota! 

— Vish, então vai precisar de muita bebida mesmo. — Ironizei.

— Me vê mais uma amigo. — Pediu com voz embriagada erguendo um dos copos.

— Não, por hoje já deu, vamos deixar a outra parte para depois. Agora você me ajuda que eu vou te levar pra casa. — Falei lhe dando apoio para levantar.

Por sorte um táxi passava bem na hora em que saímos do local, coloquei Guilherme dentro do veículo com alguma dificuldade e informei o endereço ao taxista. Não demorou muito para chegarmos, agradeci mentalmente quando vi que Odailson estava na casa, ele me ajudou a tirar o patrão do carro e levar até o quarto sem fazer muito barulho.

— Você fica com ele agora? Preciso ir pra casa, acabei me enrolando aqui.

— Fico, sou especialista em porres. — Falei observando Guilherme que resmungava alguma coisa, o motorista deu uma última olhada e saiu.

Fui até a beira da cama onde o doutor estava esparramado.

— Você precisa de um banho frio. — Disse indo tirar seus sapatos e coisas importantes do bolso da calça.

— Ah não! — Ele reclamou. 

— Até bêbado você é chato né? Vem! — Ajudei o mesmo a sair da cama e fomos para o banheiro.

Liguei o chuveiro na temperatura mais gelada que tinha e enfiei Guilherme embaixo com roupa e tudo sob muitos protestos.

— Tá muito gelado!

— Amanhã o doutor me agradece.  — Falei olhando em sua direção, os cabelos estavam molhados e a camisa social grudada no corpo.

— Senhor, por que você coloca a tentação tão perto de mim? — Choraminguei baixinho e quando voltei a olhar o mesmo havia arrancado a parte de cima da roupa.

— Vou te pegar uma toalha. — Avisei evitando contato visual, alcancei a primeira toalha que vi e fui entregar a ele ainda sem olhar, porém sua mão me puxou junto com a toalha colando nossos corpos.

— Você podia tomar banho comigo. — Falou no meu ouvido, pude sentir a pele arrepiar.

— Vo-Você está muito bêbado mesmo, vamos sair daqui. — Gaguejei usando todo meu autocontrole para me afastar e saí do chuveiro ensopada, peguei mais uma toalha e guiei o doutor de volta para a cama. Em seguida abri o seu armário e tirei de lá  duas camisetas confortáveis e uma calça limpa.

Parte do meu coração - Oneshots Flagui Where stories live. Discover now