7 ‐ Desejos de aniversário

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FLÁVIA

Paula tinha saído com Neném e Ingrid havia ido dormir na casa dele junto com Bianca e Tina, eu optei por ficar sozinha na casa já que Tuninha estava de folga. Coloquei um programa qualquer na televisão apenas para distrair a mente, porém fui interrompida pela campainha insistente, sem alternativa levantei para atender dando de cara com Guilherme.

— A Paula não tá, você pode voltar outra hora. — Falei pronta para fechar a porta, mas fui impedida.

— Eu sei disso, foi ela que me disse que você estava sozinha aqui, nós precisamos conversar.

— Não tenho nada para conversar com o doutor. — Dei as costas, mas Guilherme segurou meu braço.

— Eu te dou 5 minutos, entra! — Liberei sua passagem. 

— Então, o que você quer? — Fui logo perguntando.

— Você está feliz? — Questionou sem tirar os olhos de mim.

— O que isso te importa agora? Você fez questão de dizer mais de uma vez que eu não significava nada pra você. — Lembrei irritada.

— Você não me respondeu, está feliz com o Gabriel?

— Não estou entendendo o motivo de tanta curiosidade, mas sim estou feliz de estar aproveitando a minha vida enquanto ela ainda existe. — O médico negou com a cabeça.

— Você não ama ele, Flávia. — Disse convicto.

— O que o doutor sabe sobre os MEUS sentimentos? — Falei alterando um pouco o tom de voz.

— Eu sei muita coisa, sei que a Flávia que disse que era a mulher da minha vida não pode ter desaparecido tão rápido assim. — Aproximou-se lentamente de mim.

— Ela foi desaparecendo Guilherme, toda vez que você dizia que amava a Rose, até não existir mais. — Respondi de cabeça baixa.

— Então diz isso olhando para mim, olha nos meus olhos e diz que não sente mais nada, diz que o Gabriel é o cara da sua vida e que nunca mais pensou em mim, diz e eu vou embora agora. — Falou erguendo meu queixo para olhá-lo.

— Por que está fazendo isso? — Perguntei aflita.

— Você não consegue dizer, não é? — Questionou de volta e antes que eu fosse capaz de contestar  ele me puxou para um beijo, deveria afastá-lo, porém não fui capaz.

O beijo era afoito, parecia que nunca havíamos nos beijado antes e eu podia jurar que tinha uma boa dose de saudade nele.

— Não! — Me afastei quando finalmente consegui recobrar um pouco da consciência. — Isso não deveria ter acontecido.

— Não foi o que pareceu pra mim, você correspondeu.

— O que você quer? Por que esse joguinho agora? 

— Não é um joguinho, eu sei que posso ter acordado tarde, porém eu não desisto do que eu quero e eu quero você. — Permaneci imóvel depois de ouví-lo, a ficha parecia estar caindo. 

— Quando eu fui na sua casa e me declarei, você fez questão de partir meu coração, agora quando eu estou seguindo em frente você me diz isso! Vou te contar uma coisa, o mundo não gira ao seu redor doutor. — Esbravejei.

— Se você ficou assim, é porque eu ainda mexo com você. — Seu tom convencido me deixou ainda mais irritada.

— Ah pronto, era só o que me faltava, vai embora daqui. — Disse querendo encerrar o assunto. 

Parte do meu coração - Oneshots Flagui Where stories live. Discover now