VIII

1.2K 142 99
                                    


- Eu entrei. Tô dentro do seu apartamento - Louis procurou o interruptor, ligando a luz ao encontrá-lo - Harry, pelo menos diz alguma coisa pra eu saber que você está bem. Vou embora se você disser que tá aqui.

Harry Styles mal acreditou no que estava ouvindo. Ele só podia estar delirando.

Mas então seu nome foi novamente repetido, dessa vez acompanhado de passos ruidosos. Batidas numa porta, que rangeu ao ser aberta. Batidas noutra, que também foi aberta. Harry cobriu-se totalmente com o cobertor.

Depois de limpar a garganta, ele finalmente disse: - Sai da minha casa ou eu vou chamar a polícia.

Estranhamente, ao ouvir a ameaça ecoar pela casa, Louis se sentiu aliviado. Ele não iria encontrar um corpo desfalecido, afinal.

 - Ok - ele parou no corredor, perto da porta do primeiro quarto, o sem janela, de onde tinha vindo a voz fraca e rouca - Você tá bem?

- Vai embora!

- Já tô indo… Por que você não foi falar com seus amigos ontem?

- Vai embora! Vou botar você na cadeia. Você arrombou minha casa!

- É verdade. 

Silêncio. Louis não moveu os pés do lugar.

- Posso entrar aí?

- Claro que não! Você nem deveria estar aqui dentro! Você invadiu minha casa! Vai embora! - pausa - Que porra que você tá fazendo aqui?

- Vim ver como você está.

- Por quê diabos?!

Era uma boa pergunta.

- Imaginei que você não estivesse bem.

- E o que isso te importa?

Outra boa pergunta.

Louis não conseguiu responder.

Outra pausa hostil se prolongou.

- Posso entrar?

- Não!

- Então sai daí.

- Que merda, Louis. Vai se foder. Eu não quero ver ninguém, não quero falar com ninguém. Pior ainda com você. Vai a merda e me deixe em paz!

Louis poderia ir embora, ele poderia dormir tranquilo sabendo que Styles estava vivo. Estava vivo e com a língua afiadíssima. E mais, poderia dormir tranquilo porque pelo menos tentou ajudá-lo. 

Todavia, ele não queria ir, não sairia dali sem saber o real estado de Harry.

- Quero te contar algo. Uma história do Curdistão, do meu último dia em Combate. Quer ouvir?

- Não.

- É uma boa história… Bem, na verdade, não. Não é. Mas eu nunca contei pra ninguém, até porque não tenho ninguém pra contar, não é? Você sabe. Preciso contar pra alguém ou então vou explodir. É sério. Já que tô aqui, quer ouvir? Posso contar para você? 

Silêncio.

Louis esperou. Só o que podia fazer era esperar.

- Conta logo - ouviu finalmente.

- Não quero que os outros vizinhos escutem.

Silêncio.

- Droga, Louis. Porra! - pausa, hesitação - Então vai embora.

- Acho que você vai gostar da história.

- Porra!! Eu odeio você! Caralho! Entra!

Louis segurou a maçaneta e abriu cautelosamente. O quarto, assim como toda a casa, estava mergulhado na mais intensa escuridão. Tomlinson deixou que a porta ficasse aberta, assim a luz da sala jogava os resquícios de sua iluminação para ali dentro. 

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Where stories live. Discover now