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(eu amo demais essa música e esse álbum!!!)



O soldado britânico Seis Meia Nove não retornou à Frente de Combate desde então. 

Além disso, Mussafah estava certo, ele realmente precisou de uma bolsa de sangue; e também, como tinham se passado muitas horas desde o ataque, infelizmente o ferimento não pode ser costurado, Tomlinson teria uma cicatriz esteticamente incômoda no braço esquerdo pelo resto da vida. Mas de todos os males, aquele era o menor.

Passou um dia no hospital e precisou usar uma bota imobilizadora no tornozelo fraturado, que só tirou em duas semanas. 

Logo mais ele estava de volta para a sua cama no dormitório na Base Avançada, ainda precisando de soro e de uma dose diária de morfina. 

Apesar das recomendações que ouvira do médico, sua alimentação foi pobre e deficiente. Ele não tinha nenhum apetite. Em compensação, dormiu bastante, o que acelerou suas últimas semanas ali. 

Nenhum ambiente da Base permanecia solitário por mais que alguns minutos, não existia privacidade. Todavia, mesmo assim, para Louis foi como estar sozinho o tempo inteiro. Ele estava tão desanimado que pouco conversava, e nem mesmo os amigos Luke Pattis ou Mussafah conseguiam alegrar seu humor.

Certa tarde, quando a maioria dos soldados do seu dormitório estava na Linha de Frente, o de olhos azuis se derramou em choro.

Louis não costumava chorar, odiava o sentimento de vulnerabilidade que surgia com o pranto, mas desde que Malik se foi, ele não tinha mais controle sobre si.

Soluçando, Louis tentava se acalmar. Tentava buscar conforto. Mas pouco adiantava. Não adiantava procurar alívio, ele não existia mais. Assim como a vontade de seguir em frente. Tomlinson estava afundado na merda e não tinha disposição para se levantar. Metaforicamente, era igualzinho ao dia do ataque.

Não foi difícil para os outros soldados perceberem isso. Tanto que ele até foi indagado algumas vezes se queria mesmo voltar ao combate, se estava realmente bem. A resposta era sempre positiva. Mas pouco convincente.

Tomlinson rapidamente se tornou assunto dos murmúrios. Poucos acreditavam que ele sairia daquela. Pelo jeito, ele não queria sair daquela. Se quisesse, sairia. Pelo jeito, não tinha mais forças para continuar ali. Alguém tinha que intervir. Precisavam tirar ele dali imediatamente. Precisavam ajudá-lo.

Em uma tarde atípicamente tempestuosa, ao tempo que um dilúvio congelante irrompia na cidade, o Alto-Oficial veio falar com ele. Não só com ele, mas com todos os soldados estrangeiros que estavam presentes no momento.

- Vocês, rapazes, fizeram um trabalho excepcional e eu estou muito orgulhoso por terem se mantido firmes esse tempo todo. Foi gratificante ver vocês deixarem de serem garotos entusiasmados para se tornarem homens honrados, ver vocês amadurecerem e lutarem com tanta garra e perseverança. Espero que vocês sintam orgulho dessa jornada, porque eu sinto... Alguns de vocês estão aqui há o que? Cinco, seis anos. É muito tempo. Se eu estou com saudades da minha família, imagino o quanto vocês devam estar sentindo falta das suas casas, das suas famílias, das pessoas que vocês amam. Eu agradeço muito por toda a força que vocês deram, mas quero que permaneçam apenas se assim desejarem. Se quiserem voltar para a Europa, vou providenciar isso. É o mínimo que devo a vocês… Sintam-se livres para tomar o rumo que acham correto para suas vidas.


🜾


O ano já havia começado há um tempinho, já era a segunda semana de Janeiro e se passavam cinco meses desde o retorno de  Louis Tomlinson à Inglaterra.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Where stories live. Discover now