XXVII

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- Cadê o seu colar?

Era quinta-feira. Os dias estavam se passando tão depressa. Louis sentia isso tanto quanto Harry. 

Num dia, ele estava em sua cama tendo a companhia do universitário, por longas horas; noutro, esse momento extinguiu para o mundo das lembrança.

Minutos antes de Tomlinson questionar o paradeiro do colar, as mãos de Styles deslizaram pela região onde deveria haver o fio de pérolas. Ao contrário de sempre, agora elas faziam falta.

Louis ficou intrigado por aquele leve instante de perdição e desamparo dos dedos dele sob sua pele.

Eles estavam sentados à mesa. Tinham acabado de jantar pizza.

Harry deu de ombros e respondeu que não fazia ideia. Disse que a última vez que tinha certeza que estava com ele foi pela parte da tarde, ainda no estágio. Só voltou a procurá-lo ao entrar no elevador do prédio, mas ele já havia misteriosamente deaaparecido.

- Acho que deve ter caído pelo caminho. Talvez no metrô.

Louis lamentou. Harry também, mas não agiu como se fosse uma grande coisa.




Talvez, para o cacheado, a perda do colar não teve mesmo muita importância, principalmente pelo fato de que, nos dias seguintes, ele não pareceu preocupado em arranjar um colar substituto. Por outro lado, para o ex-soldado, ver o pescoço alvo desnudo das pérolas ao qual seu olhar já estava se acostumado despertava-lhe um estranhamento muito próximo ao incômodo. 

Por isso, na quarta noite pós-perda, após o fim do seu turno, ele proprio foi à procura de um colar numa das joalherias do shopping onde trabalhava. 

Louis descreveu-o para a atendente e, enquanto assistia ela procurar e dispor as joias no balcão envidraçado, um pensamento lhe atingiu. 

Sua filha ainda não tinha um nome. 

Certa vez, meses atrás, Tomlinson havia tentado discutir com Harry esse tópico, mas o universitário desconversou dizendo que era cedo demais para pensar sobre aquilo. O assunto, então, nunca mais foi retomado. Nem mesmo agora, tão próximo do fim do terceiro trimestre de gestação. 

Ademais, após o pequeno atrito que tiveram sobre o parto, Tomlinson não tinha certeza se queria tentar iniciar assuntos daquele tipo com ele.

Até porque, o ex-soldado pensou, Harry continuava preferindo o máximo de distância das coisas relacionadas à bebê. Nem mesmo olhava para a sombra dela no ultrassom. Seu rosto voltava-se sempre para a direção oposta à tela, isso quando ele não passava a consulta inteira de olhos fechados.

Portanto, o ex-soldado também tomou para si a responsabilidade da escolha do nome da bebê.

Mas era difícil. Quando enumerava alguns nomes, nenhum parecia certo, adequado. E, verdade seja dita, Louis não era alguém com uma enorme criatividade. Tivera até mesmo cogitado o nome Marybeth para a sua primogênita.

Mas até aquele momento, ele ainda não tinha nenhuma boa ideia de como chama-lá. 

Tomlinson não se lembrava de ter pronunciado a palavra pérola até então e, inexplicavelmente, a sonoridade daquela palavra lhe chamou a atenção. Soou-lhe muito agradável. E ao ouvir a vendedora repetir aquela palavra várias vezes, o seu encanto cresceu. 

Louis pronunciou-a mentalmente mais duas, três vezes. Chegou até a fantasiar aquele singelo som saindo da boca de Styles. Seu fascínio continuou vibrante.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Where stories live. Discover now