XXXII

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Por alguns instantes, a luminosidade da tela do celular atinge o belíssimo rosto de Louis com um brilho pálido que o destaca da escuridão suave ao qual o quarto está imerso. Entretanto, basta poucos instantes para que se a luz se apague e reduza o rapaz a um simples contorno sombreado.

Pearl, em seu casulinho de mantas que a aquece da baixa temperatura da noite, há pouco foi deixada em seu berço pelo pai. Harry livra o cabelo da umidade com uma toalha enquanto acompanha com o olhar o abandono do celular no móvel de cabeceira seguido do deitar dele na cama. O ex-soldado fica de peito para cima e com um braço entre o travesseiro e a cabeça.

- Quem era? - indaga Harry ao percebê-lo meio absorto depois da chamada rejeitada.

- Ninguém importante - replica evasivo.

Por um momento nenhum dos dois se pronuncia.

- Se não era ninguém importante, por que você ficou esquisito desse jeito?

O cenho de Louis se franzi. Ele afirma que não está esquisto, mas o universitário encara-o inexpressivamente até receber uma resposta satisfatória.

- Era só a minha tia.

Isso sim faz algum sentido.

- E por que você não atendeu?

- Não tenho nada pra falar com ela - ele dá de ombros.

- Mas se ela estava ligando, tinha algo para te dizer.

Tomlinson mais uma vez dá de ombros e murmura que não liga.

Não soa convincente.

- Talvez você devesse pelo menos mandar uma mensagem de volta. Só pra saber o que ela quer.

Louis não responde de imediato. Permanece em silêncio, fitando algo além do teto. Parece refletir a possibilidade. Harry continua secando os cachos sem desviar os olhos dele.

- Não sei.

- Acho que não vai fazer mal nenhum. É melhor saber logo do que arrastar essa dúvida por dias e dias.

- Talvez ela só esteja ligando pra me dar uma notícia ruim que vai estragar minha noite - Louis supõe sem entonar nenhuma emoção.

E é a suposição mais provável. Assim que viu o nome da mulher no identificador de chamadas, o primo tuberculoso imediatamente surgiu em seus pensamentos.

- Talvez - Harry concorda - Foi só uma sugestão. Faz o que você acha que deve fazer.

Após alguns instantes, a relutância do ex-soldado acaba sendo deixada de lado. Louis se inclina sobre a cama, pega o celular e desliza os dedos sobre a tela. Antes de o aparelho chegar ao ouvido, Harry se retira do quarto para estender a toalha no quartinho de serviço, e para lhe dar privacidade também.

Styles despende tediosos minutos assistindo a TV na sala. Quando retorna ao quarto, o celular está de volta na mobília, longe das mãos de Tomlinson. Os olhos dele estão fechados. O colchão afunda quando o cacheado se senta e pergunta como foi a conserva.

- Não tão ruim - Louis responde - Ela só queria saber da bebê. Se tinha nascido bem, coisa e tal.

- Ah, bom - Harry ergue o edredom e se deita. Também de peito pra cima, imitando Louis. 

Eles ficam quietos. Parece adormecerão assim e só voltarão a ouvir as vozes um do outro no dia seguinte. 

Contudo, em certo momento o cacheado não somente vira o corpo para ficar de frente para Louis, como também, desliza a mão pelo seu abdômen. Lenta e timidamente, o abraça intimamente.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Where stories live. Discover now