IX

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Depois de uma longa (e típica) crise de fim de ano estou de volta.

Espero que vocês tenham terminado o ano bem, e começado o ano melhor ainda.

Queria terminar a fic antes das aulas na uni voltarem, mas agr acho que vai ser difícil :(

Pelo menos esse ano o B*lson*ro cai e o Louis vem pro Brasil :)



Além do estado lastimável em que se encontrava depois da explosão - o zumbido agudo ressoava estremecendo todos os seus filamentos nervosos e linhas de pensamento -, Louis tinha o coração dolorido e triste. 

Nos últimos meses anteriores ao ataque, uma vontade que beirava inquietude sufocante assolava ele. Ele queria desistir. Tinha ficado encantado e obcecado por essa ideia. Tanto que delineava todos os seus planos para depois de declarar desistência: ele voltaria para Inglaterra e iria para uma cidade distante e esquecida, não contataria seus tios sobre sua volta, arrumaria um emprego de oito horas diarias (quiça tentaria estudar alguma coisa, pela noite, um curso ou até mesmo uma graduação), moraria só e constituiria sua própria vida do zero.

Era apenas um doce devaneio, claro. Não havia a menor possibilidade dele desistir. Pior de tudo era  a pincelada de culpa que sentia vir depois desses pensamentos.

Louis Tomlinson era forte e não podia desistir. Quando pequeno, aguentou a perda dos pais e se adaptou a uma nova família. Cresceu e aceitou sem birra que aquela não era a sua família. Enfrentou anos num internato, sem saída nas férias ou em nem um feriado do ano (mesmo na Sexta-Feira Santa ou na Páscoa, mesmo no May, Spring ou Summer Bank, nem mesmo no seu aniversário ou no Natal ou na virada de ano).

Se ele não desistiu quando mais novo, não desistiria naquele momento. Depois de crescjdo. Ele enfrentaria o que tivesse que enfrentar, lutaria bravamente e nunca deixaria de ser um homem de garra e virtudes.

E ele não desistiu. Se manteve erguido, alto e firme. Imponente e imperturbável.

Até o momento em que foi atingido.

Mas, bom, não fora ele quem escolhera ter levado um tiro, ser jogado no chão e ficar por baixo de sacos de areia. Cercado por uma névoa densa de poeira e areia, ensurdecido pela explosão que presenciara tempos antes.

Fingindo não crer na onisciência, Tomlinson queria esclarecer ao seu glorioso Deus que não estava escolhendo morrer. Apenas não iria intervir no que o Plano Perfeito tinha destinado para si.

Ele não lutaria para viver. Seu corpo estava imensuravelmente machucado e sua alma estava destruída. Os sacos pesavam em sua costa, nas pernas e nos pés. E a decisão final estava nas mãos do Mestre. Louis Tomlinson apenas permaneceria ali e aguardaria o que viesse

Tudo que ele tinha que fazer era se manter paciente e resiliente.

Louis pensava sobre o que tinha enfrentado até então. Desde o fatídico dia em que seus pais morreram num acidente de trânsito banal, até o dia em que ele saiu da casa dos seus tios rumo ao exército. Desde o momento em que pisou em Mossul, até o que beijou Malik. Divagou sobre ter sido amado por ele. Até o momento em que descobriu que não era bem assim. Até o momento em que o perdeu para sempre. 

Seu sangue nutria o solo. O véu de areia o cercava e o escondia do restante do mundo. A mesma trovoada violenta do mesmo conflito trivial e o incesante zumbido nauseante. Louis só pedia misericórdia. Só pedia por paz. Só implorava pelo fim.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora