XIII

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- Você…

Louis piscava freneticamente, confuso e estarrecido. Deslizava a unha pela sobrancelha, coçando. Sua alma tinha abandonado seu corpo, ele sentia isso.

- Você o quê?... Você… Tipo… Você está… Hum… - Louis nunca se sentiu tão perdido, sem saber o que fazer - Tipo… Você tem certeza?

O contato visual as orbes verdes trve um desencontro porque Harry preferiy encarar os próprios joelhos.

- Você tem certeza? Quero dizer… Não pode ser só… um engano?... Acontece, não é?

- Pra ter certeza absoluta tenho que fazer um exame de sangue, mas eu sei que vai dar positivo. Vai dar. - Harry suspirou - Eu estou grávido.

Seu coração estava apertado e latejava dolorosamente. Pronunciar em voz alta, revelar para Louis, tornava aquilo real. Irremediável e inesquecível. A partir daquele instante, Harry jamais seria capaz de esquecer o que estava passando.

- Mas você falou... Disse que tomava remédio.

- Eu tomava. Até um dia desses eu estava tomando.

Louis balançou a cabeça e franziu o cenho. - E então?

- E então você me engravidou. Há anos eu tomo esses medicamentos e nunca tive nenhum problema, nenhuma vez falhou. Nem umazinha, Louis! Só nessa. Justo com você. Porra!

- Ah, meu Deus do céu! 

Louis esfregava a testa. Sua alma talvez tenha voltado para seu corpo porque uma corrente elétrica comecou a trovejar dentro de si. Ele agora estava agindo sob o efeito do choque. Não controlava os movimentos de seus membros. Seu olhar vagava pela sala, por algumas fotografias na cômoda, pela TV ligada. 

Por Harry. Por sua barriga coberta pela malha da sua rouoa. Louis não via nada ali, nenhuma insinuação de que algo acontecia ali. De que Harry estava dizendo a verdade.

Não que Louis estivesse duvidando dele. Não era bem assim. Só parecia surreal demais.

Ele até chegou a pensar que estava num sonho esquisito, regado a pavor e ao desconhecido. Ele quase acreditou que não estava acordado. Porém, com o ritmo ofegante de sua respiração, com o tamborilar errante do seu coração e com a confusão de pensamentos, ele tinha certeza de que estava acordado.

Muito bem acordado, por sinal.

- Mas... foi em Janeiro. Já faz meses. Por que você não…

- Eu não sabia. 

Tomlinson calou-se por um instante, digerindo a novidade. Ou tentando digerir. Provavelmente ele passaria algumas muitas noites em claro tentando digerir aquilo tudo. Muitas e muitas.

Talvez ele precisaria de meses, anos para consegui acreditar que aquilo estava acontecendo.

Caralho.

Subitamente, seu sangue gelou e seu rosto perdeu parte da vitalidade.

- Então… quando você descobriu… você ficou desse jeito?

Harry lançou-lhe um olhar severo.

- De que outro jeito eu ficaria?

Tomlinson voltou a se sentar no sofá. Ele precisava desatar o transe que o amarrava.  Precisava fazer seu corpo funcionar perfeitamente. Tinha que botar a cabeça no lugar. Precisava organizar seus pensamentos meticulosamente, agora havia muita coisa pela frente.

Tantas preocupações inéditas. Tantos erros para consertar. Tanta coisa para aprender. Tantos planos para o futuro.

Caralho.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt