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// só tenho três coisas pra dizer:

FINALMENTE verbos no presente, porr

a quinta é a > ÚLTIMA!!! < parte, então aproveitem o quanto puderem

se no prólogo o pov foi louddy, no epílogo o pov vai ser momrry//





No exato instante em que viu a bebê no colo do pai pela primeira vez, no corredor que ligava seus apartamentos, Harry sentiu algo parecido como um forte soco no estômago. 

Sentiu-se de repente sem ar que lhe despertou um desejo de cair no chão e se contorcer de dor.

Não existe um ditado que fala sobre o coração não sentir o que os olhos não vêem? Em parte, naquele momento, para Harry isso pareceu tão verdade quanto dois mais dois são quatro.

Mas apenas em parte. 

Até porque, se até então os olhos de Harry não tinham visto sequer a sombra da bebê - o mais perto que tinha chegado a vê-la foi o formato do seu corpinho envolvido pela manta branca, ainda no hospital (já que na viagem para casa, ele foi no banco do passageiro e Louis, ela e Anne foram no banco de atrás) -, por que, nesse meio tempo entre não ver e finalmente ver, seu coração sentiu? 

Sentiu. E sentiu muito! Sentiu de uma maneira que cresceu insuportavelmente. Sentiu de tal forma que sua vontade era arrancar o órgão de dentro do peito à unhadas, apenas para que não sentisse mais.

Só que de fato esse sentir tornou-se ainda mais visceral quando seus olhos pousaram nela.

Harry sentiu-se hipnotizado pelo rosto da bebê. Quase como se tivesse sido enfeitiçado.

Ver ela o fez transitar entre muitas emoções distintas. 

Mas ao contrário da dicotomia de Louis, que o fazia viver felicidade e tristeza em concomitância, o que o universitário sentia não tinha contornos tão definidos assim. Pelo menos não mais.

No passado, não era difícil para ele visualizar seus sentimentos metodicamente. Às vezes isso atingia certo nível de imparcialidade que parecia que aqueles sentimentos nem lhe pertenciam de verdade.

O olhar frio, impessoal, dava-lhe certa clareza, e  por isso Harry conseguia por em palavras fidedignas como a doença agia sobre si.

No entanto, de uns anos para cá, ou, sendo mais honesto, desde que Louis entrou em sua vida essa habilidade foi perdida. 

Seus sentimentos se tornaram tantos, de tantas formas, intensidades e tons. Tantos para olhar, analisar, definir. Tantos que brotavam de uma hora para outra ou morriam sem mais nem menos. Alguns até mesmo ressuscitavam. Era uma completa vertigem emocional.

E acabou que tudo isso se tornou demasiado. Os fios de pensamentos, paranóias e sentimentos quadruplicaram-se e quadruplicaram-se até estarem tão entrelaçados que não se podia saber onde um tinha início e nem onde outro terminava.

Desatar aquela confusão era inimaginável e quando o caos atingiu a máxima do insuportável, todos os fios lhe foram arrancados de uma vez… Foi quando Harry acordou e tudo já não existia mais. 

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora