Chapter Fifty Five ~ Let's F***~

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Antes que as escadas mudassem outra vez Draco sentiu a mão de alguém o segurar no braço e o sorriso incerto de Colin Creevey surgir, o loiro retribuiu e esperou que ele falasse o que quisesse por quanto tempo quisesse.

Mas dessa vez não aconteceu, Colin apenas acariciou suas costas enquanto esperava que as escadas estivessem de volta e então ele o guiou até o quadro da mulher gorda para falar a nova senha.

— Vocês vão se acertar, Malfoy.. – foi a única coisa que ele disse antes de ver o loiro cruzar o quadro e sumir entre o salão comunal da Grifinória.

O silêncio era mortal lá dentro, não haviam sussurros, camas se movendo, vozes de brigas ou risadas exageradas como sempre aconteciam quando os Grifinórios estavam juntos. Nada. Eram apenas os quadros o olhando de cara feia e mudos como se estivessem de luto. Aquilo não era bom.

Quando finalmente chegou a porta do dormitório que Harry ficava, Draco respirou fundo antes de dar dois toques e vez a voz de Rony soar. Estava na hora, não havia mais chances pra recuar.

Ele veio atrás do seu amor, e faria de tudo para tê-lo de volta.

— Malfoy.. – Rony disse assustado e Harry levantou da cama o encarando.

— O que tá fazendo aqui?

— Precisamos conversar, Harry.. – sua voz quase falhando e a vontade infernal de chorar tomando conta de si — Por favor...

– Vocês tem que se acertar, Harry... O Scorpius precisa de vocês. – Rony apertou seu ombro ainda vendo o amigo de cara fechada — Eu vou estar lá embaixo, se comportem por favor. – ele lançou um olhar pra Malfoy que apenas assentiu antes dele bater a porta do quarto.

Draco respirou fundo e caminhou até onde o namorado estava, sua camisa moletom cinza cobria toda a tatuagem e naquele momento era só o que ele precisava; não ter a atenção de Harry em seu antebraço e muito menos o seu olhar de desprezo.

— Eu te amo, Harry. – foi a única coisa que Draco disse depois de incontáveis minutos. O vento frio entrando pela janela, o barulho de suas respirações se emaranhando em desespero e medo, entre raiva e arrependimento, entre "certo" e "errado" — Eu te amo como jamais amei ninguém em toda a minha vida.. Você é a minha vida, Harry. Você, o nosso filho, a nossa família.. Eu vivo por vocês, eu daria a minha vida por vocês dois, e também daria tudo pra que não tivéssemos brigado – suspirou por fim — Eu sinceramente não preparei nada pra te dizer, não queria ter tudo ensaiado pra que a gente conversasse. Eu só quero você de volta amor.

— Eu ainda tô chateado, Draco... E você sabe.

— Eu sei, e eu me odeio por isso, não sabe quantas noites eu me torturei enquanto procurava um jeito de esconder a marca, um jeito pra conversar com você e contar tudo.. Eu vivi um inferno comigo mesmo, e eu sei que está se sentindo traído, não tiro a sua razão e jamais o faria, eu me sinto péssimo por ter mentido, mas eu só queria que você soubesse que essa marca não significa nada mais pra mim, eu não sou o Malfoy de dez, doze anos, eu mudei, Harry, e eu mudei por você, por nós..

Harry ficou em silêncio. Por longos e incontáveis minutos, ele ficou em silêncio.

Aquilo matava Draco por dentro.

— Eu falei a verdade quando disse que a marca não vai mudar nada no que eu sinto, no que eu lutei pra conseguir, o Voldemort não vai voltar se é isso que te preocupa. E se por acaso ele voltar, eu vou estar com vocês, eu não vou a lugar nenhum..

— Essa marca representa uma ligação direta dele com vocês. – rebateu com a voz fraca — É pra isso que a marca serve, Draco..

— Eu sei amor, eu sei. Mas eu não sou o único comensal, nem serei o último. – ele deu alguns passos à frente esperando que o moreno recuasse ao primeiro toque em sua mão, mas ele não o fez, ele apenas suspirou e olhou a mão pálida, os dedos longos entrelaçados nos seus, o tremor na mão do loiro e mesmo que estivessem distantes, a respiração descompassada dele — Por tudo o que já passamos, todo esse tempo que estamos juntos, você ainda confia em mim? –Harry assentiu —  Então olhe pra mim. – mordendo o lábio inferior Harry fungou antes de olhar o namorado nos olhos. O cinza se perdeu no vermelho e era quase impossível achar o brilho que Harry tanto gostava de ver no outro, o brilho que sempre surgia quando ele sorria e o beijava. — Eu quero que você veja que não estou mentindo, olhando nos meus olhos.. Eu não pude fugir da marca, não ache que eu não tentei. – ele fez uma pausa — Mamãe já tinha me alertado sobre conversar com você, mas eu achava que ainda encontraria uma saída, talvez houvesse uma forma de eu não precisar tê-la em mim.. – Draco então soluçou — Mas não teve. Eu juro que daria tudo pra não fazer você chorar, e sinto muito amor... Só vamos resolver isso juntos, sim?! Como fizemos com todos os nossos problemas até agora.. Eu te amo..

— Eu também te amo, Draco. – o moreno sussurrou e pela primeira vez em horas, Harry viu o sorriso no canto dos lábios dele antes dele soltar suas mãos e abraçá-lo forte sem se importar se ele se incomodaria ou não. — Eu não prometo esquecer tudo agora, ainda preciso de alguns dias pra assimilar tudo isso.. Mas também não aguentaria mais ficar sem você.. - disse timidamente.

— Tudo bem, eu entendo babe.Eu me mataria se tivesse que ficar mais um dia sem você e o nosso filho – o loiro disse segurando em seu rosto vendo-o sorrir envergonhado — Eu posso te beijar?

— Que diabos de pergunta é essa?! Somos quase casados seu bobo.. – Draco sorriu largo e juntou os lábios de forma necessitada, o beijo que ambos ansiavam, como se há anos eles não se vissem, as mãos espalhadas pela nuca, ombros e rostos, beijos distribuídos em cada detalhe no rosto de Harry; suas minúsculas e quase inexistentes sardinhas, os olhos verdes inchados e avermelhados, e o sorriso bobo e envergonhado que sempre surgia quando eles se afastavam após um longo beijo. — Eu te amo – disse mais uma vez e Draco sorriu — Desculpe se fui idiota, mas saber de tudo isso, pensar que nosso filho pode...

— Tá tudo bem, amor. – Draco o interrompeu — De verdade, eu entendo o seu lado e em momento algum tirei sua razão, pelo contrário, a Pansy me fez ver que eu mais uma vez agi como um idiota.. Ela sempre faz isso – Harry riu negando — Mas se não fosse ela, muita coisa não teria acontecido.. – disse vagamente e por mais que nada tivesse sido comentado, Draco sabia que o namorado entendera perfeitamente sobre o que ele estava falando. E era isso o que ele mais amava no outro, a ligação intensa que ambos tinham pra conversarem apenas por olhares e frases subtendidas.

— As coisas não darão certo se a gente não conversar.

— Eu sei disso, e prometo que a partir de hoje não haverá mais segredos entre nós.

 — Promete?

— Prometo. – Draco juntou os dedinhos e os beijou arrancando um sorriso do outro.

— Assim está ótimo.. O que foi, Draco? – Harry questionou confuso pela mudança repentina na expressão do namorado.

— Nada não..

— Draco..

— Ok. É que eu achei que nossa briga levaria mais dias pra ser resolvida... – ele coçou a nuca e Harry franziu o cenho observando o rubor surgir na bochecha do loiro. — Então a reconciliação teria de ser mais séria..

— Por Merlin, Draco! – Harry se afastou sentindo as próprias bochechas aquecerem enquanto ele ficava de costas, sentindo dois braços ao redor de sua cintura em seguida.

— São coisas de casal amor.. – ele depositou um beijo em sua nuca e sorriu contra a pele do outro analisando cada pelo da região se eriçarem — Uma briga feia e uma foda de reconciliação..

— Você é um completo pervertido, Draco Malfoy.

— E você me ama – rebateu presunçoso.

— Fazer o que né – Harry então virou de frente pra encará-lo ainda sorrindo de forma travessa.

O sorriso que Harry tanto sentira falta.

— Topa? – o moreno sorriu assentindo — Então vamos voltar pro nosso lar.. – disse o puxando dormitório a fora antes mesmo que ele pudesse dizer qualquer coisa.

Scorpius fora totalmente esquecido naquele momento.

𝙰𝚌𝚌𝚒𝚍𝚎𝚗𝚝𝚊𝚕𝚕𝚢 𝙸𝚗 𝙻𝚘𝚟𝚎 - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢Onde as histórias ganham vida. Descobre agora