14. O Poço Amaldiçoado

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Eu me lembro bem da lenda do casarão da rua 13 de outubro, do fantasma do velho tenente, que clamava o nome de seu amor eterno. O fantasma sempre se manifestava no mundo físico na data em que foi assassinado por sua esposa cruelmente, chamando ela para se juntar a ele no fundo do poço, onde morrera a mais de trinta anos.

Lembro-me bem da minha avó me contando essa história, quando eu era apenas uma jovem criança, sendo uma das mais aterrorizantes que já ouvi.

Segundo ela, um jovem tenente do exército se mudara recentemente para a cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, com o objetivo de ter una vida pacífica, segundo o que ele alegava aos novos vizinhos. Na época, na cidade haviam belas jovens, mas uma em especial chamou sua atenção, pois acabara de chegar a idade dela se casar. E atraia não somente a atenção dele, mas também de outros cavalheiros.

Este, diferente dos outros, era um homem muito bonito, um loiro de olhos verdes profundos, alto e forte, e rapidamente também se tornou alvo de interesse de várias moças na cidade.

Certa vez em uma festa que fora convidado, se reencontrou com a jovem que atraia atenção, ela se chamava Joana, que por seus pais foi ofertada ao tenente. Tendi ciência da beleza dela, ele rapidamente aceitou a oferta de muito bom grado e vontade.

O casamento foi realizado dias depois e, mesmo não estando de acordo, ela aceitou a vontade dos pais e casou-se com seu noivo. Fora então que o pesadelo começou...

O início do casamento foi bonito, o marido era romântico, educado, gentil, o que muito agradou a jovem Joana, no entanto, o tempo revelou que o jovem tenente era um monstro, com defeitos insuportáveis.

O rapaz começou a impor a moça regras para que ela vivesse, a partir dali, a proibiu de ir em alguns lugares que normalmente frequentava, como a igreja, a casa de seus pais e a praça onde via o coral da igreja aos domingos.

Com tantas proibições, a moça que antes gostava de viver de forma livre e alegre, entrou numa grande depressão, não demorou muito para começar a ouvir vozes durante a noite, sussurravam, mandavam matar seu marido.

Após alguns meses, vivendo em seu "hospício" interno que o marido construiu, aquele que se dizia apaixonado e interessado na "segurança" da jovem, fez com que ela se cedesse as vozes. Ela então, armou um plano para se livrar da obsessão e ciúme doentio que ele tinha. No dia seguinte, Joana se arrumara o mais elegante que pode para o marido, atraindo-o até os fundos de sua casa, perto de um poço que ficava no jardim.

O marido muito deslumbrado perante a beleza de sua esposa a seguiu. A segurou e a beijou, enquanto lhe jurado amor eterno, que não esqueceria dela após a morte, pois ela era sua, e que se ele morresse, ela também não deveria viver.

Ouvindo as palavras do marido, ela olha nos olhos com um olhar frio, então a jovem o empurra no poço, fazendo seu corpo cair criando um barulho de estrondo surdo e abafado, ao chegar no fundo.
O tenente não morrera na queda, mas gritou por dias para que ela o resgatasse.

Após ouvi-lo gritar tanto, de dentro de seu quarto, as vozes novamente ecoam por sua mente, e Joana então decide ir até lá tampar o poço.

Depois de dias, a jovem foi encontrada morta, enforcada, havia cometido o próprio suicídio. Dizem que mesmo após a morte, a ainda se conseguia ouvir o marido a chamando pelas vozes. Até hoje, falam que quem entra naquela casa, ouve seus gritos, aqueles que clamam por amor do inferno, de onde sua alma queima eternamente, de raiva e ódio por sua morte.

- Leonardo Alexandre Silva
&
- Alexandre Pereira Vitorino
&
- vikfrance_art

663 palavras

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